Estudo brasileiro, publicado em revista científica, demonstrou que apenas oito minutos de atividades isométricas podem ajudar no tratamento da enfermidade.

Um recente estudo publicado na renomada revista internacional Medicine & Science in Sports & Exercise demonstrou que uma única sessão de exercício isométrico (estático), por apenas oito minutos, é capaz de reduzir os valores pressóricos de pacientes hipertensos por, no mínimo, uma hora após a atividade.

A inovação foi que o autor, Rafael Vieira Olher, orientado pelo professor Milton Rocha de Moraes, pesquisador do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília (UCB), utilizou apenas dois aparelhos para que o treinamento fosse realizado: um leg press (para membros inferiores) e um supino (membros superiores). Isso favorece o uso em pequenos espaços e a baixo custo, com boa aplicabilidade em clínicas, hospitais, instituições de longe permanência, condomínios e consultórios médicos.

O professor e Dr. Milton Rocha de Moraes, coordenador do grupo de estudos em Treinamento de Força na Saúde e Reabilitação, explica que este é o primeiro estudo a utilizar uma grande massa muscular na execução do exercício estático e com equipamentos populares de academia para verificar a hipotensão pós-exercício. “Os demais estudos utilizaram um dinamômetro de preensão palmar (pequena massa muscular) ou equipamentos caros de laboratórios”, afirma o especialista.

Mesmo trabalhando com grandes grupos musculares, o exercício isométrico com intensidade moderada foi seguro. Para verificar a segurança cardiovascular, usaram o método oscilométrico de medida de pressão e frequência cardíaca, com um equipamento validado, capaz de detectar arritmia cardíaca, o que traz maior segurança para trabalhar com populações de cardiopatas.

O equipamento oscilométrico de medida cardiovascular usado na pesquisa foi o Monitor de Pressão Arterial Automático de Braço MAM-PC BP 3AC-1 PC Microlife®, comercializado pela MedLevensohn e cedido para realização do estudo. De acordo com o CEO da empresa, José Marcos Szuster, a companhia visa ampliar o acesso à prevenção e qualidade de vida da população. “Auxiliar em pesquisas científicas é uma forma de promover boa saúde aos brasileiros”, diz.

Os autores destacam a importância da prática de exercícios de força ou exercícios resistidos, como a popularmente conhecida musculação ou ginástica com pesos, para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, aumentar a força muscular e a sobrevida dos pacientes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. O exercício físico e a dieta balanceada são medidas não-farmacológicas recomendadas no controle da hipertensão arterial e a principal linha de frente para a maioria dos pacientes. O pesquisador destaca que exercício de força isométrica com intensidade moderada também pode ser usado como adjuvante no controle da pressão alta e oferece vantagem para pacientes com problemas articulares que sentem dor ao fazer o movimento, como, por exemplo, idosos hipertensos.