A preocupação com o meio ambiente é tangente. Cuidar da saúde, tendo hábitos saudáveis, como o de andar de bicicleta tem sido uma busca na sociedade atual, porém, você sabia que o material do qual são produzidas algumas bicicletas não é reciclável?

Ficou surpreso?

Então! A maioria das peças, da maioria das bicicletas, são recicláveis, mas tem um material que é difícil de lida nessa questão do descarte. Estamos falando da cobiçada fibra de carbono – material não biodegradável. Isso mesmo, precisaria de milhões, ou bilhões de anos para esse material se decompor. Triturar, reciclar e reaproveitar esse material também é um processo complexo e de custo elevado. E além da questão ambiental, o processo de cura da fibra de carbono em fornos de oxidação resultam em gases nocivos à saúde humana. Os resíduos, tanto da fabricação, como da recuperação de uma peça em fibra de carbono são tóxicos e poluentes.

Conversamos com Maurisan da Cruz Moreira, o popular Radinho, que é um dos poucos especialistas em carbono no Brasil. Radinho é certificado pela Swift Carbon, e dono da  OFICINA CARBONO RADINHO, empresa pioneira na recuperação em fibra de carbono de Aparecida de Goiânia,  Goiás. A empresa presta serviço de reparação e fabricação de peças de carbono para várias marcas brasileiras. Radinho menciona que as principais marcas fabricantes de peças em carbono, já estão restaurando essas peças quebradas, com a finalidade de diminuir o impacto ambiental, mesmo assim, ainda geram muito lixo, que pode prejudicar o meio ambiente.

Esse lixo é o resíduo de pó que é gerado, tanto na produção como na restauração de peças de fibra de carbono. Radinho afirma usar um método diferente em sua empresa, sem agredir tanto o meio ambiente. Durante o seu trabalho, em um ambiente preparado, através da técnica de cortina d´água, todos os resíduos em pó são armazenados e acondicionados em um recipiente próprio para isso. Assim, não são jogados no meio ambiente.

O ideal, segundo Radinho, seria ter uma estação própria para isso, parecida as que acomodam lixo nuclear. Em países do primeiro mundo essas estações já existem, para o correto descarte desse material. Segundo Radinho, essa comparação com lixo nuclear não é exagerada, afinal, trata-se de um resíduo tóxico. O empenho e interesse em recuperar peças danificadas, além de favorecer o cliente, decresce o número de peças inutilizadas e evita que sejam desprezadas no meio ambiente. 

A fibra de carbono é um material ultra-resistente em força mecânica, mas não é perfeito. Alguns atritos podem romper essas fibras e inutilizar a peça. Então fica a dica: Andar de bicicleta é, e sempre será uma prática sustentável, porém, tenha a consciência de não descartar de qualquer forma esses resíduos no meio ambiente.

Faça e escolha certa, afinal, o ciclismo é parceiro da natureza!