Peter Sagan

Peter Sagan foi nono classificado no Tour de Vendée e deixa para trás um legado difícil de igualar. Fim da era Sagan no ciclismo de estrada, Peter ainda se dedicará ao mountain bike na esperança de ir aos Jogos Olímpicos nessa modalidade.

O corredor da TotalEnergies, de apenas 33 anos, sai de cena com um nono lugar no Tour de Vendée, que consagrou Arnaud Démare pela primeira vez como vencedor de uma corrida ao serviço da Arkéa.

Sagan, logo aos 19 anos, gonhou no World Tour e de jeito descontraído recusou sempre grandes análises aos triunfos ou pressões nas clássicas. Fora da estrada uma verdadeira estrela de rock, trouxe fãs para a modalidade, foi apanhado alcoolizado algumas vezes e até de depressão falou quando se divorciou.

A liderança que puxou a Eslováquia para o centro do desporto mundial de 2010 a 2020 terminou este domingo para tristeza de tantos que se inspiraram na sua capacidade de all-rounder para ganhar em sprints compactos, reduzidos ou até em ataques de longe.

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Sete vezes camisola verde no Tour, mostrou o caminho a homens como Van Aert, Pedersen ou Philipsen e foi na Volta à França que mais pontuou: 14 vitórias em seis edições diferentes. Irascível as vezes, empurrando outros sprinters em manobras apertadas, recusou-se a perseguir outros rivais quando sentia que todos esperavam que o fizesse. Enfrentou a mais encerada equipe de clássicas do mundo a Quick Step, por isso quando venceu no Velódromo de Roubaix em 2018 a sensação global era de justiça feita a um ídolo.

Ganhou ainda a Volta a Flandres de 2016 e bateu na trave em San Remo, mas ficará sempre eternizado por ter sido o quinto a ganhar três campeonatos do mundo, o único a fazê-lo de forma seguida (2015 a 2017). Viveu uma intensa rivalidade com Greg Van Avermaet, cheia de farpas em direção ao belga que, reservado, nunca lhe deu um grande troco.

Pela primeira vez termina uma temporada sem vitórias, prova da decadência ao longo dos últimos dois anos, nos quais reconheceu em entrevistas que tinha “perdido alguma motivação a treinar”. Sai com 121 vitórias como profissional, 68 das quais em World Tour. Foi sempre um artista de grandes palcos, um rock star. “Aproveita a reforma, muitos de nós só poderiam sonhar com o que alcançaste. Inspiraste esta nova geração, que consegue basicamente fazer tudo na bicicleta. Por isso não te agradeço”, ironizou Geraint Thomas, ressalvando o papel de vulto maior do ciclismo de Sagan durante anos a fio.