Por Ana Luísa Marçal, fisioterapeuta e diretora clínica do Instituto de Pilates, unidade de Guarulhos.

O ato de pedalar é uma atividade que nos proporciona bem-estar e prazer, mas, como em todo esporte, muitas vezes pode trazer dores. Treinos frequentes e intensos atrelados a má postura e a bicicleta desajustada, pode ser o combo perfeito para as dores começarem a aparecer pelo corpo.

Entre as mais comuns, a dor lombar no ciclismo é de longe a que mais acomete os praticantes da atividade. A dor lombar é uma sobrecarga na articulação, e isso ocorre por conta dos movimentos repetidos, e pode ser aguda (passageira e pontual), ou crônica (permanente e gradual) que acaba sendo um pouco mais preocupante. Se a musculatura mais profunda da coluna não estiver fortalecida, essa sobrecarga pode ser maior, e isso acaba gerando a dor lombar.

Tudo isso acontece porque durante o ciclismo, as pernas são como os “motores” do esporte e junto com eles, o grupo muscular do abdômen e da região lombar também são usados para dar uma sustentação ao tronco e levar força aos pedais. Ao longo do treino, esses músculos podem ficar sobrecarregados e não suportar a intensidade e o tempo da pedalada.

Para isso, preparar os músculos é fundamental e o Pilates é uma das técnicas mais utilizadas, já que proporciona equilíbrio entre a mente e o corpo, permitindo um rendimento bem maior com um desgaste físico e mental mínimo. Essa técnica ajuda fazendo um trabalho de fortalecimento muscular global, inclusive dessa musculatura que fortalece a coluna.

 Essa prática pode evitar várias lesões no ciclismo como:

  • Lesões traumáticas, causadas por quedas;
  • Patologia musculoesquelética, como por exemplo tendinites e bursites;
  • Dor lombar e cervical, como se pode concluir em alguns estudos, a lombalgia afeta 30 a 60% dos ciclistas, representando uma das queixas mais comuns entre as disfunções musculoesqueléticas;
  • Compressões neurais na região perineal e genital, devido ao grande período que o ciclista passa sentado;
  • Dores nos punhos pela sobrecarga, quando mal posicionados sobre o guidão.

Dessa forma, podemos avaliar que o primeiro passo é perceber que o problema existe, depois realizar uma avaliação que permita ao instrutor de Pilates ou um fisioterapeuta a planejar o programa de exercício mais adequado para a sua necessidade e assim, conseguir aproveitar todos os benefícios das pedaladas e das aulas de pilates.

© AdobeStock

Ana Luisa Marçal: é fisioterapeuta (Crefito: 127346-F) e atua como Diretora Clínica da Unidade de Guarulhos, do Instituto Pilates. A profissional possui formação em pilates solo e aparelhos para patologias da coluna e estabilização segmentar vertebral; além de especialização em fisioterapia Neurofuncional pela Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Saiba mais em: www.institutopilates.com.br