Descubra aqui!

Já na antiguidade, em especial na Grécia Antiga, era comum que homens se depilassem quando participavam de competições esportivas, como as Olimpíadas. Além da busca por desempenho e para evitar que os adversários segurassem seus pelos, em algumas modalidades de luta, a figura de um homem peludo era considerada antiestética na época. Mas com o advento da cristandade, a depilação masculina passou por uma época de tabu que perdurou até o século XX.

No ciclismo, o italiano Giovanni Gerbi foi o primeiro ciclista a depilar as pernas visando ganhar aerodinâmica e facilitar as massagens e curativos em caso de queda. A primeira vez que correu depilado foi em 1903, na Milano-Alessandria, onde obteve a vitória. Mas sua iniciativa ainda não prosperou na época. Apenas 26 anos depois, em 1929, outro ciclista italiano, Leonida Frascarelli, retomou a ideia de Gerbi e conquistou o terceiro lugar no Giro d’Italia daquele ano, suportando ainda a incredulidade dos seus companheiros de equipe e a resistência da sociedade. A partir daí, começou o longo caminho até hoje, em que todos os ciclistas profissionais e muitos ciclistas amadores utilizam a técnica da depilação como forma de melhorar a aerodinâmica, facilitar a aplicação de cremes, como o protetor solar, agilizar a limpeza e desinfecção de ferimentos em caso de queda, além da questão estética. Ter as pernas depiladas é quase uma identidade do grupo ciclístico. Recentemente, a Specialized realizou testes em seu túnel de vento com ciclistas realizando o mesmo percurso, fazendo a mesma aplicação de força, em duas baterias: na primeira ainda com pelos, e na segunda depilados. Em 40 km, a diferença média ficou em torno de 70 segundos de vantagem depois da depilação. Se entre o pelotão amador ainda há piadas e preconceito com as pernas depiladas, é inegável que para os profissionais a atitude visionária de Giovanni Gerbi foi o início de uma interessante evolução aerodinâmica dentro do esporte.