Conheça a história de um grupo indiano que atravessou o mundo de bicicleta entre 1923 e 1942

Eles foram apelidados de “Super Six”. Adi B. Hakim, Gustad G. Hathiram, Jal P. Bapasola, Keki D. Pochkhanawala, Nariman Kapadia e Rustom B. Bhumgara eram pársis, um grupo étnico-religioso do subcontinente indiano. Por causa de suas cicloviagens, eles se estabeleceram como exploradores globais.

O grupo pedalou pelo mundo em suas bicicletas de marcha fixa, atravessando a floresta amazônica, o Saara, Pérsia, Coreia, Europa e América, testemunhando eventos históricos e conhecendo pessoas que moldariam história nos próximos anos.

Jal P. Bapasola, Rustom B. Bhumgara e Adi B. Hakim (https://www.thehindu.com/profile/photographers/Special-Arrangement/)

Partiram, em 1923, de Mumbai, na primeira expedição de ciclistas indianos. No entanto, apenas Hakim, Bapasola e Bhumgara completaram sua jornada ao longo de quatro anos e meio (os outros desistiram no meio do caminho por motivos pessoais).

Em 1924, Framroze Davar pedalou mais de 9.000 km sozinho, por quase 10 meses, antes de conhecer um jovem cavaleiro, Gustav Sztavjanik, em Viena, que se juntou a ele em sua expedição. Os ciclistas Keki J Kharas, Rustam D Ghandhi e Rutton D Shroff cavalgaram de Bombaim em 1933, enquanto Jamshed Mody e Manek Vajifdar iniciaram suas jornadas solo em 1934.

As aventuras deles foram compiladas pelo ex-jornalista Anoop Babani e pela escritora e pintora Savia Viegas em seu novo livro, The Bicycle Diaries, que foi lançado mês passado.

Qual a explicação para essas viagens? “A comunidade pársi era a mais próxima dos britânicos. Se você olhar para os primeiros empreendedores, eles foram os pársis. Por causa dessa proximidade, eles estavam interessados ​​em muitas das coisas que os britânicos faziam na Índia. Por exemplo, eles eram ótimos ginastas. Isso [as expedições de bicicleta] foi uma espécie de teste de resistência que eles fizeram”, diz Viegas. “Eles também estavam fazendo isso pela Índia. De 1905 a 1920, a ideia de que talvez pudéssemos pensar em uma Índia [livre dos britânicos] estava se tornando concreta.” Outros fatores também despertaram o interesse, como a introdução da câmera Kodak que usava filme em vez de placas de vidro. “Muitos europeus estavam vindo para a Índia para dar palestras sobre suas viagens. Então, a imaginação desses meninos disparou sobre como eles poderiam conquistar o mundo em um ciclo”, diz ela.

E, por que as viagens que aconteceram há quase 100 anos interessariam os jovens de hoje? “Tem muita relevância porque a história do esporte vai passar a fazer parte dos acadêmicos”, diz Viegas, que é ex-acadêmico. “[Também serve de inspiração] para os mais jovens. Esses ciclistas passaram por muitas dificuldades; eles se transformaram em uma espécie de máquina sobre-humana, viajando com bicicletas que não tinham os meios para atravessar o calor do deserto, por exemplo [enchiam de palha para fazer os pneus durarem]”.

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