Ao passo que se populariza, a bicicleta elétrica levanta debates e discussões sobre a sua verdadeira essência.

Quando se fala em bicicleta elétrica, muitos ciclistas e simpatizantes da cultura da bicicleta torcem o nariz. Esse receio inicial tem uma explicação: a e-bike é vista como uma ameaça à bicicleta comum, movida somente a tração humana.

Nós continuamos defendendo a bicicleta elétrica como uma solução para a mobilidade urbana e queremos crer que ela não seja um substituto para a bicicleta, mas sim um substituto para um carro, moto ou até mesmo o uso do transporte coletivo. Esse é o pensamento que vigora nos bastidores dessa novidade que vem ganhando mercado no mundo todo.

Nessa linha de raciocínio, a e-bike não enfraquece o pedal, ou seja, não desestimula quem utiliza uma bicicleta comum a utilizar uma com auxílio elétrico. Pelo contrário, por oferecer um suporte elétrico ela pode servir de estímulo para que pessoas sem tanto preparo físico tomem coragem de enfrentar uma distância maior de bicicleta.

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De acordo com algumas profissões, que exigem um profissional com apresentação mais formal e asseado, a e-bike também facilita o deslocamento por não exigir tanto esforço e, consequentemente, fazer transpirar menos. Se a bicicleta tradicional estava descartada do leque de opções de transporte desse perfil de usuário, agora a bicicleta elétrica pode ser uma solução.

O que se percebe é que quem já utiliza uma bicicleta movida apenas a pedal dificilmente deixará de pedalar para andar em uma e-bike. E de maneira alguma estimulamos essa atitude. Mas, nos casos em que não seria possível utilizar uma bicicleta, ou para quem ainda não costuma pedalar, a e-bike pode ser um bom início.

E a questão financeira? A bicicleta elétrica tem alguns itens adicionais, inclusive a bateria, por exemplo, que precisa ser reposta de tempos em tempos. Mas, mesmo assim, se você comparar o custo dela com os custos de manter um automóvel ou mesmo utilizar o transporte público verá também uma vantagem financeira. Para superá-la nesse quesito, só mesmo a bicicleta “comum”.

Então, afinal: contar com o auxílio elétrico é trapaça? A maior crítica conferida à ela é o fato de diminuir a necessidade da atividade física. Importante frisar que ela diminui essa necessidade, mas não a extingue, e o fato de estar ao ar livre e acessível no trânsito, diferente do passageiro de um motorizado, também traz a bicicleta elétrica para a classe dos veículos sustentáveis e que humanizam a cidade.

Se analisarmos por esse âmbito, ela está mais para um transporte que ajuda a aliviar o trânsito das grandes cidades, com impacto ambiental infinitamente inferior aos outros meios de locomoção e, outrossim, com o tempo ainda faz as pessoas tomarem gosto e pedalarem muito mais.

A e-bike nunca vai substituir o gostinho de pedalar – isso é fato! Mas também não vai ocupar o espaço de um carro nas ruas, nem emitir gases poluentes ou aumentar a poluição sonora tão incômoda em nossas cidades. Elas são mais um exemplo de como é inviável utilizar um veículo automotor para tudo dentro da cidade, e seus usuários vão elevar a voz em favor de mais infraestrutura ciclística e mobilidade sustentável.

E você: concorda com essa abordagem? Mande sua experiência com bicicleta elétrica ou sua opinião sobre esse modelo específico para mantermos o assunto em voga.