Capacete full-face ou aberto?

Um dos principais atletas do downhill e do enduro no Brasil explica quando e como optar por um capacete aberto ou fechado para mountain bike 

Até pouco tempo atrás, os capacetes fechados para bicicleta eram considerados equipamentos para uso extremo, focados em modalidades como downhill, BMX e dirt-jump. Isso porque os modelos disponíveis eram pesados e pouco ventilados, apesar de oferecerem bastante proteção.  

Mas a evolução do mountain bike trouxe, não só, trilhas mais técnicas e desafiadoras até mesmo para o cross-country mas, também, capacetes full-face mais leves, ventilados e com uma capacidade de proteção incrível  – por isso, o uso de capacetes como o Bell Transfer e o Bell Super 3R MIPS, este último com queixeira removível, é cada vez mais comum.

No texto abaixo, conversamos com Wallace Miranda, um dos principais nomes do downhill e do enduro brasileiro, para ajudar você a decidir se chegou a hora de usar um full-face. 

© Divulgação

Como escolher um bom full-face?

Antes de explicar para você em quais condições o uso do full-face é mais indicado, convém dar algumas dicas de como escolher um modelo moderno, que possa ser utilizado no maior número de situações possíveis. Afinal, um full face dentro do armário não vai te proteger.

“Para escolher o capacete fechado certo, são dois pontos que eu analiso bastante: primeiro é o peso, que faz toda a diferença, e o segundo ponto são as áreas de ventilação dele, o quanto ele ventila a cabeça. São dois pontos importantíssimos na hora de escolher o capacete”, explicou Wallace. 

“Também aconselho a ficar muito atento ao tamanho. Muita gente não dá importância para isso, mas o capacete tem que estar bem ajustado na cabeça para dar uma boa proteção”, complementou. 

Além disso, o atleta aconselha escolher capacetes de marcas renomadas, como a Bell, já que eles são produzidos com as tecnologias mais modernas disponíveis no mercado.  

“Uma das características dos capacetes da Bell que eu mais curto é a área de visão bem ampla, então você tem um campo de visão muito bom. Eles também são muito bem ventilados e se ajustam fácil para qualquer tipo de goggle (óculos específicos para este tipo de capacete) que você usar. 

Além disso, em caso de quedas, contar com os produtos mais modernos do mercado sempre é um ponto superpositivo:

“Os capacetes que usamos no enduro têm uma tecnologia muito legal que é o Spherical by MIPS, que é tipo um casco que se move dentro do outro. Acabei já usando de verdade, na prática, e vi que ele realmente segura a onda nas quedas”, afirmou Wallace.

“Nos pedais mais tranquilos, utilizo o capacete Bell Super Air R, que é aberto mas tem um desenho com proteção adicional, e tem a opção de colocar a queixeira quando o rolê é um pouco mais técnico. Já para os treinos e corridas de downhill e provas de enduro, uso um Bell Full 9 Fusion. Ambos são consagrados no mercado, com um design bem moderno e bem bonito”, complementou.

© Divulgação

Pedais de XC – usar ou não um full-face?

Praticado normalmente em estradas de terra e trilhas com nível técnico mais tranquilo, o cross-country maratona é uma modalidade que depende mais de fatores como condicionamento físico e capacidade de pedalar com mais intensidade, e menos técnica e habilidade do piloto. 

Neste caso, manter o máximo de ventilação e baixo peso é importante para obter um bom rendimento. Por isso, o full-face não é o capacete mais indicado. Mas o mountain bike, seja no XC olímpico ou até em trilhas for fun, tem evoluído para obstáculos cada vez mais técnicos, e os pedais são mais desafiadores do que nunca.

Por isso, cada vez mais vale a pena investir em um capacete com proteção adicional na área na nuca, como o Super Air utilizado por Wallace. Além disso, a viseira passa a ser um item muito útil, já que ela protege o rosto contra galhos e folhas, mas também oferece alguma proteção em caso de quedas. 

Este tipo de capacete, chamado por aqui, erroneamente, de capacete de enduro, é na verdade um capacete para MTB, e é o perfil mais vendido nos Estados Unidos e Europa nos últimos anos.

Se você anda de XC e está em busca de evoluir o seu nível técnico, aprender a superar obstáculos maiores e descer mais rápido, pode ser interessante contar com um modelo que tenha a queixeira como opcional,  como o Bell 3R MIPS. Este modelo é a porta de entrada para esta tecnologia na linha Bell, e você pode usar ele sem queixeira no XC, mas instalar o acessório quando quiser arriscar um pouco mais nos treinos ou até encarar um obstáculo novo.

© Divulgação

Pedais com foco nas descidas e na diversão 

Se você está usando joelheiras para pedalar, talvez esteja na hora de aproveitar o embalo e migrar para um full-face, principalmente se seu objetivo for descer mais rápido, ou encarando saltos e outros obstáculos mais avançados. 

Normalmente, quem pedala focado nas descidas costuma subir de forma mais tranquila e, nestes casos, mesmo um full-face pode oferecer ventilação suficiente. Porém, aqui fica um alerta: muita gente sobe com o capacete pendurado na mochila, o que não é o ideal – se este for seu caso, opte por um capacete com queixeira removível. 

“Sempre aconselho a galera a usar capacetes fechados em diversas ocasiões, primeiro de tudo pelo lance da segurança. A Bell, especialmente, tem uns capacetes fechados que são muito bem ventilados. E isso acaba não atrapalhando o desempenho no pedal”, afirmou Wallace.  

Além disso, é bem comum fazer uma pequena pausa antes de encarar a descida neste tipo de pedal. Na pausa para recuperar o fôlego, aproveite para ajustar seus equipamentos de proteção e colocar a queixeira no capacete, um processo que com o Bell Super 3R MIPS requer apenas alguns segundos.

Se você faz pedais com resgate com foco 100% no downhill, o full-face com a queixeira removível já pode, e até deve, ser trocado por um modelo dedicado, como o Bell Transfer. Mesmo carregando certificações como a ASTM F1952-00 de downhill e a ASTM F2032-06 para BMX Race, o modelo oferece ótima ventilação e muito conforto, sendo indicado para quem quer passar o dia no bike park ou até competindo nestas modalidades.

Quem anda de elétrica também tende a se beneficiar com o uso do full-face. Afinal, como a bike anda mais rápido, a ventilação costuma ser mais eficiente mesmo nas subidas. Por outro lado, a elevação da velocidade e, também, do nível técnico dos obstáculos, exige uma dose extra de proteção.

© Bruno Sebastião

Pump-track, dirt-jump e trilhas com saltos 

O pump-track pode parecer um ambiente bastante inofensivo, principalmente quando estamos começando na modalidade e ainda não temos a habilidade para saltar. Porém, não se engane: no pump, as quedas acontecem de forma abrupta, e dar com a cara em um roller de asfalto não é nada agradável. 

“Com o aumento no número de bike parks pelo Brasil, acho que cada vez mais é importante que a galera use esses capacetes fechados, para a sua própria proteção”, afirmou Wallace. 

Por isso, vale a pena entrar na pista de full-face, principalmente porque ele oferece muito mais proteção contra o asfalto duro, com a vantagem de que ele pode ser facilmente retirado enquanto você estiver parado recuperando o fôlego entre as seções. 

No caso do dirt-jump, apesar de muitos profissionais e atletas avançados andarem de “coquinho”, o full-face é mais do que recomendado, com o mesmo valendo para bike parks ou trilhas com saltos.

Isso porque, quando tiramos a bike do chão, o número de fatores que precisam se alinhar para que você não caia é bem maior e, em muitos casos, as quedas acontecem, jogando o piloto de frente no chão – um cenário onde o full-face faz toda a diferença.

Conclusão e uma dica para colocar o full-face na sua rotina

Considerando a evolução do esporte, das pistas e dos obstáculos, vale a pena usar um capacete full-face no maior número de pedais possível, porém, a bem da verdade, o calor e a ventilação limitada são os maiores obstáculos para o uso do equipamento.

Atualmente, capacetes como o Bell Super 3R estão cada vez mais leves e ventilados, e oferecem uma versatilidade enorme, com características de capacetes abertos, e com a possibilidade de elevar-se o nível de proteção em poucos segundos, com a adição da queixeira.

Portanto, se você está querendo andar mais rápido, vencer drops, pedras e outros obstáculos que hoje parecem intransponíveis, que tal começar a investir na sua segurança e, consequentemente, na sua confiança?

Considere seriamente um capacete full face, ele pode te ajudar a destravar alguns limites e te levar a novos lugares e experiências.


Sobre a Isapa

Fundada em 1962 pelo sr. Abramo Douek, a Isapa é uma das principais distribuidoras do mercado brasileiro de bicicletas. Com décadas de experiência, é a representante oficial no Brasil de marcas como Kenda, Manitou, Park Tool, Giro, Bell, Zéfal, Blackburn e Onguard, entre outras, além de possuir as marcas próprias Absolute e Oggi. Com quatro centros de distribuições (em São Paulo-SP, Vitória-ES, Itajaí-SC e João Pessoa-PB), conta com mais de 30 mil metros quadrados de depósitos.

Seppia Geração de Conteúdo

Assessoria de imprensa

(11) 9 7377-2029

Carlos Ghiraldelli | carlos@seppia.com.br 

www.seppia.com.br