Ciclistas na cidade de placas de papelão

Um grito anônimo em forma de placas artesanais de papelão

Na Rua Brigadeiro Sá Bittencourt, bairro do Jequiezinho, nas proximidades do Ginásio de Esportes em Jequié, cidade do interior baiano de aproximadamente 160 mil habitantes, brilha como a luz do sol e no anonimato, uma iniciativa cidadã, necessária, um recado para todos nós, seja motorista, pedestre, ciclista ou apenas ser humano.

O grito anônimo em forma de placas artesanais de papelão, fixadas em um poste de iluminação e no suporte de logradouros, serve também para fazer uma saudável provocação aos muitos grupos de ciclismo local, anestesiados por uniformes, curtidas em redes sociais e outdoor para publicizar o ego.

Ciclistas precisam enxergar ciclistas. É necessário que os grupos de ciclismo local exerçam papel coletivo de cidadania e pressão social, exigindo políticas públicas, leis, incentivo para os usuários de bicicletas, com ou sem uniforme, com ou sem capacete, da barra circular ao carbono, da fábrica ao ciclotursimo, do operário ao doutor. A magrela está em todos os lares e desconhece fronteiras.

O poder de mobilização existente nos coletivos de pedais deve estar a serviço do bem comum de todos os ciclistas e da cidade, se assim não acontece, ficaremos a cada pedalada distantes da cidadania, na cidade de placas de papelão. “Respeite os ciclistas. Tá com pressa? Vai de Bike”.

“Pedalar é um ato político”. (Chris Carlsson).

  PLACAS DE PAPELÃO NAS RUAS DE JEQUIÉ 

Vídeo: no ciclo-olhar do documentarista e ciclista Dado Galvão, conheça Jil Bike, cicloativista que no exercício da cidadania para o bem comum, confeccionou placas de papelão para expor nas ruas de Jequié.