Todos nós passamos por momentos de fracasso, em que pensamos em desistir. É preciso vencer os pensamentos negativos que tomam conta da gente nesse momento e entender que há apenas uma linha tênue entre o fracasso e o sucesso, assumindo uma atitude com foco no objetivo.

Quando iniciei meu primeiro negócio há mais de 15 anos, tinha muito medo de falhar, de fazer a coisa errada. Após este tempo todo entendi que o fracasso é um pré-requisito para o sucesso. A fim de descobrir o que funciona, temos que estar dispostos a correr riscos.

Depois de diversos momentos de fracasso, minha atitude para com a falha mudou dramaticamente. Acredito que o fracasso é apenas um evento, não um rótulo para a pessoa.

Entendi que não devemos estacionar no suposto fracasso por medo de não assumir certos níveis de risco e deixar de ir adiante.

Descobri que quanto mais claros forem os valores e os objetivos, mais fácil será gerir o risco de fracassar, e que ganhar tem muito mais a ver com atitude do que com aptidão, principalmente em momentos de dificuldade.

Entender que o fracasso e o sucesso andam muito próximos o ajudará a buscar mais inspiração e a ser mais persistente, não abandonando os sonhos ou projetos na primeira dificuldade que encontrar pela frente.

Não se preocupe em ser bem-sucedido em tudo, lembre-se que o sucesso tem muitos pais e o fracasso é órfão. Apenas continue persistindo, continue em frente e não desista nunca!

Michael Jordan, indiscutivelmente o maior jogador da NBA de todos os tempos, credita sua atitude sobre o fracasso como um fator crítico atrás de seu enorme sucesso: “Errei mais de nove mil cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo… E falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso”.

Descobri que quanto mais claros forem os valores e os objetivos, mais fácil será gerir o risco de fracassar, e que ganhar tem muito mais a ver com atitude do que com aptidão, principalmente em momentos de dificuldade.

Meu maior competidor

Se você ainda não sabe andar de bicicleta, não se preocupe, não desista achando que não dá mais tempo, vá em frente e inscreva-se em um curso de pilotagem de bicicleta da mesma forma que você se inscreveria para um curso de futebol, tênis, natação, dança de salão, ou qualquer outra atividade física. Se já está fazendo as aulas e ainda não conquistou todas as habilidades, continue persistindo. O treinamento é fundamental para o seu sucesso.

Quando eu comecei a praticar mountain bike e participei da primeira competição, meu objetivo maior era participar de uma prova que aconteceria em seis meses, entre a Patagônia argentina e chilena. Nesta primeira competição eu queria me familiarizar com o ambiente de competição e perceber como seria o meu desenvolvimento.
Na oportunidade pude testar tudo: minha bike, minha roupa, meu físico, meu fôlego e principalmente minha mente. Não importa o número de atletas participando da competição e se você está participando com uma equipe, o mountain bike é um esporte muito solitário. Em muitos momentos durante a competição fiquei completamente só na trilha, apenas ouvindo a minha respiração, o barulho das engrenagens da bike, o som da natureza e o meu pensamento.

Milhões de pensamentos e sentimentos borbulharam e os desafios começaram aí, não na dificuldade da trilha, no corpo, no condicionamento físico ou no meu equipamento, mas na minha mente.

O maior desafio foi controlar os pensamentos que me mandavam desistir, que me faziam sentir pena e dó quando a dor aparecia, quando o cansaço parecia extenuante. Todos estes pensamentos só me diziam: está na hora de desistir.

Além disto, contava com a torcida dos atletas que já estavam no caminhão vassoura. Em toda prova de mountain bike bem organizada que tenha um percurso mais longo, há um caminhão que passa no final para fazer o resgate de quem ficou para trás. Costumam chamar isso de caminhão vassoura, porque vem varrendo a trilha para pegar quem ficou no caminho. Há poucos metros atrás de mim, gritavam: “Sobe logo aqui. Faltam muitos quilômetros, para que sofrer tanto? Tem certeza de que não quer subir?”

Neste momento de solidão você tem que encontrar forças e lutar contra você mesmo. Percebi que a competição não estava sendo travada com os outros atletas e sim comigo mesma, competindo com o meu emocional. Foquei minhas energias e pensamentos em tudo aquilo que desejava e em bons exemplos para não sucumbir.

Lembro-me de que me apeguei à imagem da atleta olímpica Gabriela Andersen-Scheiss, uma suíça que nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 84, protagonizou uma das imagens mais espetaculares de toda a história do esporte mundial. Já fazia mais de três horas que a primeira colocada havia concluído a prova, a cerimônia de premiação já tinha acontecido, o estádio estava vazio, mas mesmo assim, Gabriela queria terminar a prova, queria cumprir seu objetivo. Ao final, completamente desidratada e desorientada pelo esforço no calor, se arrastou por toda a pista de atletismo até cair desacordada nos braços dos médicos sobre a linha de chegada.

Decidi que não iria desistir e já que não havia conseguido atingir um bom desempenho estabeleci que o meu objetivo seria chegar à reta final. Consegui, completei a prova e venci o meu maior competidor: eu mesma.