Acompanhe a nova aventura do grupo de mountain bike Trator do Cerrado Mountain Bikers de Brasília, DF.

ROTA IMPERIAL 1816 (203 anos de história)

A Rota Imperial tem paisagens e pessoas que só quem as viu e vivenciou pode se desnublar com a magia que o caminho oferece. Ela inicia na margem do Oceano Atlântico, na ilha de Vitória, no Espírito Santo, com fim em Ouro Preto, em Minas Gerais.

O caminho é a cópia do usado por Dom Pedro II. Com o declínio da mineração do ouro e a vinda da realeza ao Brasil, a Rota Imperial teve seu início e conclusão em 1816, interligando as cidades capixabas e mineiras, dominando os territórios de sua trajetória. O primeiro caminho terminava por terra em Santa Leopoldina, e o transporte do ouro ou mercadorias era por estrada líquida, do Rio Santa Maria até Itacibá e Cariacica.

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Dia 1 – Ouro Preto/Acaiaca – 61,67km

O percurso entre Ouro Preto e Acaiaca é belo. O ciclo-expedicionário trafega com sua bicicleta em grande parte onde passava a Estrada de Ferro Leopoldina, gira entre muitos morros com pastagens e plantio de eucaliptos. As estradas nas várzeas estreitas nos pés dos morros têm centenas de bifurcações sem quaisquer orientações de placas (para quem for fazer a Rota Imperial, é extremamente necessário estar com um excelente GPS e tracklog correto). Com apenas uma subida de 3 km lá pelo km 25 e outra de 4 km lá pelo 47, foi um pedal muito tranquilo.

Dia 2 – Acaiaca/Jequeri – 74,88km

O percurso entre Acaiaca e Jequeri tem sua beleza pelo painel da natureza exposto para as retinas mais atentas, por encontrar vestígios na arquitetura antiga (casarões, igrejas e pontilhões) e pela grande simpatia do povo que mora ao longo da trilha. São vistos grandes rebanhos de gado, mas no lugar predomina a agropecuária de subsistência. O caminho passa por muitos sítios, canaviais e pequenas comunidades.

Dia 3 – Jequeri/Santa Margarida – 67,52km

No caminho vi poucas pessoas, passei por vilarejos pequenos e por centenas de fazendolas com criação para a subsistência, outras com enormes plantios de café. Observei que em tempos de chuvas, essa região tem trechos com o solo amarelo, principalmente nos cafezais. Foi um trajeto um pouco mais difícil, por causa da lama na estrada.

Dia 4 – Santa Margarida/Manhumirim – 48,20km

Que trajeto bacana esse entre Santa Margarida a Manhumirim, com duas subidas intermináveis que proporcionam a cada curva uma panorâmica de encher os olhos de contentamentos. Foram 48 km entre cafezais e belíssimas montanhas. As casas têm um grande terreiro com o piso em concreto, onde se faz a secagem dos grãos do café.

Dia 5 – Manhumirim/Iúna – 73,02km

O trajeto entre Manhumirim e Iúna é magnífico e fácil. Ainda em Minas Gerais, é possível ver peças da antiguidade que sobreviveram ao tempo. O cultivo do café é forte, com centenas de fazendolas. Mesmo sem enfrentar subidas muito tortuosas, você circula entre monstruosas montanhas por perto ou vistas de longe.

Dia 6 – Iúna/Venda Nova dos Imigrantes – 58km

O trecho é forte em subidas, e em alguns pontos, em época de chuva, pedalar é dureza. O caminho tem magníficas montanhas, grandes plantios de café, eucalipto e hortaliças, além de criação de gado leiteiro.

Dia 7 – Venda Nova dos Imigrantes/Comunidade Galo em Domingos Martins – 87,79km

Nessa região, até uns 40 anos atrás, muitas pessoas com a idade já avançada ainda eram bem apegadas com a cultura trazida pelos parentes imigrantes italianos e alemães. O caminho foi suave e agradável, margeei o rio, e passei por comunidades e cachoeiras.

Dia 8 – Galo Domingos Martins/Vitória – 76,83km

O trecho final do sentido invertido da Rota Imperial, passando pela cidade de Santa Leopoldina, é um trajeto misto entre terra e asfalto.

As estradas de terras são espremidas entre vales estreitos aos pés dos morros e montanhas e em alguns pontos se escarpam de um lado para outro em descidas longas. Passei pelas comunidades rurais do Galo, da Califórnia, do Tirol, da Bragança, com centenas de sítios com plantações familiares.

No percurso do asfalto, se gira em campos abertos vendo ao longe uma linha em cadeia de enormes montanhas.

Na chegada ao Palácio Anchieta o Marco Zero da Rota Imperial tem sua magnificência bem visível aos olhos.

Um adendo para quem faz a Rota Imperial no sentido Ouro Preto-Vitória: ao chegar na cidade de Domingos Martins, existem dois caminhos oficiais que levam ao Palácio Anchieta em Vitória, localização do Marco Zero. São eles: via Domingos Martins passando por Santa Leopoldina (88 km) e via Domingos Martins passando por Viana (48 km).

A Ciclo-Expedição Rota Imperial 2019 encerrou com o fechamento do GPS em frente ao Marco Zero. Foram 44 horas de movimento com a bicicleta, 138 horas de descanso nos caminhos, 8 dias dentro do caminho, 549 km percorridos, ganho de altimetria de 10.944 metros e perca de altimetria de 12.735 metros.

Visite o blogpost para saber mais.

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