FASE I – QUADRILÁTERO DO DF
Formação geométrica que define o Distrito Federal
FASE II – MONUMENTOS E LOCAIS HISTÓRICOS
Pontos turísticos dentro e nas proximidades do Distrito Federal
FASE III – HISTÓRIA
Cidades e povoados históricos, quilombo, parques ecológicos e rotas com cachoeiras
FASE IV – CICLOVIAGEM
Caminho da Fé de Trindade

A Expedição Dê-éFe (DF) é um abraço ao quadrilátero DF (formação geométrica que define o Distrito Federal) , procurando transcorrer de bicicleta o mais próximo possível todos os limítrofes do Distrito Federal com Goiás e Minas Gerais, além de outros pontos da história do Distrito Federal, criando trilhas sugestivas para pedais com três dígitos de quilometragem. O ciclista pode conhecer pontos e edificações da história da capital do Brasil, cidades históricas, rotas de cachoeiras e Caminho da Fé. A expedição foi realizada em algumas fases em diversas partes.

© Izaias Santana Lima (Náufrago)

Em 2014 comecei a sonhar com essa aventura, dei início ao projeto e aos poucos fui planejando. Em 20 de outubro de 2016, eu e o colega de pedal Edson Luiz colocamos em execução a primeira etapa.

Fase II

© Izaias Santana Lima (Náufrago)

Parte I
O Avião Plano Piloto de Brasília

Iniciada em 11 de dezembro, a fase II teve como objetivo conhecer pontos turísticos dentro e nas proximidades do Distrito Federal, com passeios entre 50 e 150 quilômetros. Começamos pedalando no Plano Piloto de Brasília, projeto urbano da cidade de 1957, com o formato popularmente comparado ao de um avião. Percorremos os Eixos Monumental, Norte e Sul, as vias L2 Norte e Sul e W5 Norte e Sul, em 80,1 km. Notamos que é mais viável girar nesse trajeto aos domingos e feriados, já que nem todo percurso tem ciclovia.

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Parte II
Um passeio de bicicleta na capital do Brasil

Pedalamos por muitos pontos turísticos de Brasília. Passamos pela Praça dos Três Poderes, com seus edifícios monumentais e pelo Museu de Arte de Brasília (MAB), criado em 1985 pelo Governo do Distrito Federal e que reúne centenas de obras significativas da produção das artes visuais moderna e contemporânea, que vão da década de 50 ao ano de 2001. Atualmente, o museu está fechado e não recebe mais visitas. O acervo encontra-se no Museu Nacional.

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Parte III e IV
Em busca de monumentos

A pedra fundamental de Brasília

Em 30 de dezembro, as 6h35, Edson e eu estávamos nas proximidades do Monumento “Árvores de Ferro Vermelhas”, monumento constituído de três artes simbolizando árvores, e nos galhos figuras de aves e animais. Partimos dali em busca da Pedra Fundamental de Brasília e quiçá, encontrar algumas construções históricas e modernas do Distrito Federal. Nos deslocamos por estradas de terrão e asfalto, por um percurso elaborado em forma de circuito.

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Passamos por diversas lavouras e conhecemos o abieiro, árvore que se destacava na paisagem. Aproveitamos para descansar sob a sua sombra e degustar seu saboroso fruto, o abil. Revigorados, seguimos nosso caminho. Era possível manter um pedal constante, já que 65% era transcorrido por rodovias asfaltadas. Todavia, por causa do trânsito pesado em dias de semana, ausência de acostamento e asfalto irregular no trecho entre Sobradinho e Núcleo Bandeirante, o aconselhável é realizar esse percurso em fins de semana ou feriados.

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Mas nosso objetivo principal nessa etapa da expedição era a “Pedra Fundamental de Brasília”. A Pedra Fundamental é um obelisco localizado no Morro do Centenário a 1.033 metros de altitude. Foi assentada ao meio dia de 7 de setembro de 1922, pelo então presidente Epitácio Pessoa, para comemorar o centenário da Independência. Ela caracteriza o ponto central do Brasil e foi assentada no ponto mais elevado do Morro do Centenário, proporcionando uma visão da área em todas as direções.

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Mais tarde, visitamos a Fazenda Velha, datada de 1884, localizada em vale pertencente a terrenos suavemente acidentados, com vista de bela paisagem composta por elevações da Chapada da Contagem e depressões da bacia do São Bartolomeu. A casa possui arquitetura colonial, com paredes de adobe, piso de aroeira e telhado de telhas de barro. No início dos anos 1700, chegaram ao interior do país os bandeirantes, em grandes expedições à procura de ouro e outras riquezas. Anos depois, outros bandeirantes começaram a adentrar as terras hoje pertencentes ao Distrito Federal em busca de tesouros relatados pelas viagens de seus antecessores. Com o tempo, as terras eram ocupadas e se tornavam povoados e fazendas para a criação de gado e plantio de cereais diversos. Depois foram criadas as fazendas mãe, que originariam as atuais propriedades da região. Uma dessas fazendas mãe era a Fazenda Sobradinho dos Melos, pertencente a uma família nobre, sendo um local de referência social e econômica na época. Com o decorrer dos anos, as fazendas mãe iam sendo divididas em heranças e a Fazenda Velha hoje é a parte de Sobradinho dos Melos que sobreviveu. Nossa visita na fazenda foi uma viagem no tempo, com possibilidades de interação com modos de vida, usos e costumes dos nossos antepassados.

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Na direção do Lago Norte, passamos pela Torre de TV Digital de Brasília, o último projeto de Oscar Niemeyer edificado antes de sua morte. Outro lugar interessante é o Parque Nacional Água Mineral de Brasília. Com cerca de trinta mil hectares, o parque protege ecossistemas típicos do cerrado do Planalto Central, abriga fauna abundante e preservada e tem várias piscinas formadas a partir de poços de água da região.
Adiante, a Capela Nossa Senhora Aparecida, que foi destruída por um incêndio em 2007, mas restaurada de acordo com sua planta original e reinaugurada no ano seguinte.

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Conhecemos o Catetinho, primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek no Distrito Federal na época da construção de Brasília. Situado às margens da BR-040, próximo as cidades de Santa Maria e Gama, tem esse nome por causa do Palácio do Catete, então residência oficial do presidente. Foi construído em apenas dez dias, em novembro de 1956. O prédio simples, feito de madeira, é conhecido como Palácio de Tábuas. À margem leste da rodovia BR-040 fica o Monumento Solarius, popularmente conhecido como Chifrudo, uma estátua de dezesseis metros de altura doada pelo governo da França.

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Durante essas fases, também pedalamos por quatro reservas ecológicas: Cabeça de Viado, IBGE, Fazenda Água Limpa e Marinha do Brasil. Nossa rota margeou essas reservas por 31 quilômetros. Chegávamos a última parte da fase ll.

Parte V
A volta no Lago Paranoá

Em 12 de janeiro de 2017, comecei a contornar o Lago Paranoá, partindo do Zoológico de Brasília. Fiz o total de 120,9 km, pedalando por nove horas e meia.

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O Paranoá é um lago artificial de Brasília, concedido em 1894 e concretizado com a construção da cidade, no governo Kubitschek. Paranoá é um vocábulo tupi, que significa “enseada de mar”. Em alguns pontos do trajeto, devido ao baixo nível das águas, foi possível pedalar bem perto da margem, conhecendo lugares acessíveis apenas de barco. A rota dessa parte também incluiu passar pelos Palácios do Jaburu e da Alvorada.

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