A bicicleta é meu momento de liberdade

© Arquivo Pessoal

O vento batendo em meu rosto enquanto pedalo me remete a um tempo em que minhas preocupações eram poucas: ir para a casa da minha avó, em Santos, pedalar pelas ruas da cidade litorânea e me divertir. Talvez, seja daí essa minha paixão por este esporte. Os tempos passaram, as preocupações aumentaram, mas a diversão que ele me proporciona ainda faz meus dias muito mais felizes.

Desde que comecei a pedalar, ainda criança, eu sempre gostei muito das bicicletas. Confesso que ao longo dos anos tive outras paixões, como a ginástica e a corrida, mas foi a bike quem realmente ganhou meu coração. Hoje, inclusive, divido esse hobby com outro amor, o meu marido Graziano, que é italiano. Por isso, minhas pedaladas se dividem entre o Brasil e a Itália.

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Mas o meu primeiro grande passeio de bike não aconteceu nem no Brasil, nem na Itália. Ainda em São Paulo, em 2015, eu reencontrei uma amiga que sempre praticou o ciclismo. Comentei com ela sobre a minha vontade de fazer uma viagem de bicicleta. Ela disse que aquela era a minha chance, já que no carnaval ela faria uma iria com um grupo para Pucón, no Chile. Eu pensei um pouco, mas logo decidi que iria.

Essa amiga já tinha uma turma com quem sempre viajava de bike e fomos todos juntos para essa viagem. Apesar de gostar muito do esporte, confesso que eu ainda era pouco treinada. Mal sabia trocar de marcha, mas todo mundo me ensinava e me ajudava durante o trajeto. E, nossa!, realizei meu sonho com esse passeio, amei tudo e, claro, fiquei ainda mais animada para os próximos.

A minha empolgação era nítida. Falava a todo momento para o Graziano o quanto eu tinha gostado e que já pensava em fazer outra viagem com o grupo, desta vez para a Europa. Vendo toda essa minha felicidade, ele, que agora é meu maior incentivador, me surpreendeu quando voltei para a Itália: tinha comprado uma bicicleta para mim e outra para ele, para que pudéssemos andar juntos.

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E foi assim que começamos, para não parar mais. A Itália é repleta de ciclovias e nós aproveitamos muito disso. Hoje, meu meio de locomoção principal quando estou por aqui é a bicicleta. É com ela que vou ao mercado, por exemplo, e fazer as outras coisas do dia a dia.

Então, tenho três tipos diferentes de bike para quando estou na Europa. Tenho uma citybike, que uso como meu meio de transporte; tenho uma bicicleta híbrida, que é para praticar o esporte no asfalto, e uma beach mountain elétrica, que uso para subir as montanhas pesadas da Itália, como nos arredores do Lago de Garda. No Brasil, ainda tenho uma bike moutain.

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A bicicleta é um ótimo exercício físico, mas, mais do que isso, é incrível para a mente. Durante os passeios, você consegue se desligar, entrar em contato com a natureza, parar para contemplar e tirar fotos. Quando estou com os meus amigos, é um momento de descontração, para conversar, rir e me divertir.

Mas, eu acho importante lembrar que por mais simples que o passeio pareça ser, é fundamental estar sempre protegido. Um capacete é indispensável, porque na bicicleta estamos muito expostos e os riscos de acidente são grandes. Eu também sempre uso luva, uma roupa adequada e que proteja do sol, shorts com gel, tênis especiais e óculos escuros.

Tudo isso se tornou parte da minha vida. Hoje, quando planejo uma viagem, faço tudo pensando em roteiros que tenham passeios de bike, para explorar ciclovias e conhecer novos roteiro. Eu posso dizer que a bicicleta simboliza a liberdade em minha vida, a sensação de prazer em sentir a natureza e a nostalgia da infância. É muito mais do que um hobby e é uma maneira de liberar o estresse.


Melitha Novoa Prado é advogada, sócia da Novoa Prado Advogados. Divide seu tempo entre o Brasil e a Itália, países onde reside e trabalha com especialização em Direito Empresarial, com foco em Varejo e Franchising. É uma ciclista apaixonada.


Com meu esposo Graziano. © Arquivo Pessoal
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