Estilo de vida

Muito além de uma alternativa de mobilidade urbana, quem adota a bicicleta como meio de transporte muitas vezes também está adotando um novo estilo de vida, com vantagens para a sociedade, saúde e meio ambiente. E essa opção tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas que buscam alternativas mais sustentáveis e econômicas para fugir do trânsito, viu? Principalmente nas grandes cidades!

A popularidade da bike ganha força por motivos diversos: é um transporte mais sustentável e econômico (afinal, não exige gasolina), facilita a fuga do trânsito e evita que a pessoa gaste tanto tempo procurando uma corrida em aplicativos. Ah, e não dá para esquecer do custo de manutenção, que é muito menor em comparação com outros meios de transporte, é claro.

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Qual o tamanho da popularidade das bicicletas no Brasil?

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 7% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte principal. Mas você sabia que, em 1920, a cidade de São Paulo tinha quase o mesmo número de bikes e carros? Eram 21 mil automóveis e quase 20 mil bicicletas. Entretanto, com o aumento constante do tráfego motorizado, os ciclistas foram perdendo espaço nas ruas.

Marcos de Sousa, ciclista há 60 anos e editor do Mobilize Brasil, primeiro e maior portal brasileiro sobre mobilidade urbana sustentável, destaca a importância das ciclovias no incentivo ao uso das bikes: “Hoje, existem ciclovias sendo inauguradas em milhares de cidades do interior e nota-se uma adesão crescente de pessoas que usam bicicletas no dia a dia, seja para trabalho ou lazer. Um levantamento realizado pela Aliança Bike, em 2022, apontou um total de 4 mil km de ciclovias no País, mas apenas em duas capitais (São Paulo e Rio de Janeiro) já há planos de redes cicloviárias que ultrapassarão os 2 mil km até 2024”.

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A importância da bike como meio de transporte nas metrópoles

A realidade é que muitos motoristas não aguentam mais enfrentar o trânsito das grandes metrópoles, já que o problema tem afetado a qualidade de vida de milhares de pessoas. Com a bicicleta a facilidade de circular pelas ruas é bem maior, além de ser possível estacioná-la e transportá-la nos trens, metrôs e até nos ônibus. “O problema central é que as cidades não comportam mais tantos automóveis e congestionamentos, além dos espaços para estacionar e guardar esses carros. Agora, com novos modelos eletroassistidos, conectados e dotados de inteligência artificial, ficou bem mais fácil pedalar nas cidades”, diz Marcos.

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Qual o impacto sustentável das bicicletas nos últimos anos?

Apesar de ainda não haver dados consolidados sobre os benefícios sustentáveis das bicicletas nas cidades, o fato é que as bikes não emitem gases de efeito estufa, o que já ajuda na redução do consumo de combustíveis fósseis. Marcos reforça esse benefício com alguns números: “No ano passado, a empresa Tembici, que opera bicicletas compartilhadas, comemorou ter alcançado o total de 70 milhões de viagens, com mais de 430 milhões de quilômetros rodados em dez anos de operação. Um carro movido a gasolina emite 1 quilo de carbono a cada 10 quilômetros percorridos. Então, apenas com o uso dessas bikes de aluguel, mais de 40 mil toneladas de gases de efeito estufa deixaram de ser lançados na atmosfera”.

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Como as cidades podem incentivar as pessoas a utilizarem bicicletas como meio de transporte?

Como já sabemos, um carro ocupa o espaço de várias bicicletas. Incentivar o uso deste modal evita congestionamentos e gastos com o recapeamento asfáltico, que se faz sempre necessário quando se tem um grande fluxo de veículos trafegando por determinada via. Ou seja, é preciso pensar a bike como um dos elos que fazem a mobilidade mais sustentável.

“O importante é criar redes de circulação que considerem as necessidades e as rotas mais comuns nas cidades. Com isso, implantar estações de bicicletas e bicicletários para que as pessoas guardem suas bikes com segurança. E ciclovias, muitas ciclovias! Elas são o fator fundamental para o conforto e segurança das pessoas, especialmente idosos, mulheres e pais com crianças pequenas. Outro aspecto importante é a redução da velocidade do trânsito nos espaços urbanos e a educação dos motoristas e também dos ciclistas para que a convivência seja tranquila”, afirma Marcos.

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Como evitar acidentes e ter uma condução segura?

Usar capacete, cuidar da iluminação, não andar na contramão, respeitar as leis de trânsito, dar preferência para as ciclovias e tomar cuidado com as portas de carros parados são algumas orientações básicas de segurança para os ciclistas que trafegam pelas cidades diariamente. Marcos relembra: “O jeito é pedalar com calma, sem pressa. E sempre use luzes para sinalizar sua presença à noite. Não tenha medo de parecer uma árvore de Natal!”.

E se você está começando agora a dar as suas primeiras pedalas e deseja circular com pessoas mais experientes, a organização Bike Anjo conta com centenas de voluntários e voluntárias que podem ajudá-lo em seu início.

Que tal adotar a magrela como meio de transporte? Você só tem a ganhar!

Veja matéria original no site da PIRELLI: https://www.pirelli.com/global/pt-br/road/bicicletas/mais-do-que-um-transporte-um-estilo-de-vida-veja-o-impacto-das-bikes-no-transporte-urbano-85236/