Ficha Técnica

  • Bicicleta Gazelle, modelo masculino “Sport Primieur”, aro 700, equipada com freio a tambor nas rodas dianteira e traseira, câmbio Sturmey Archer de três velocidades com acionamento por alavanca montada no guidão, farol e dínamo de 6 volts.
  • Procedência: Holanda
  • Condição:
  • original/conservada.
  • Acervo:
  • MuBi.

Fundada em 1892 por Willem Kölling e Rudolf Arentsen, inicialmente, a Gazelle começou suas atividades comerciais vendendo bicicletas importadas da Inglaterra. Ciente da expansão do mercado e da boa colocação dos produtos da “terra de sua majestade”, Willem abriu sua própria fábrica de bicicletas e adotou o nome de “Gazelle”, sem imaginar a amplitude que seus passos iniciais teriam no futuro de uma grande marca. Apesar disso, a fábrica foi vendida várias vezes sempre trocando de mãos ao sabor dos caprichos econômicos e altos e baixos nas vendas, até que surgiu uma empresa holandesa baseada em um fundo de capital de risco, a Glide Buy out Fund. Com boa gestão e acertos que atendiam ao mercado, a empresa iniciou suas exportações entre as décadas de 20 e 40 do século passado para as Índias Orientais Holandesas em grandes quantidades e qualidades de modelos. Tanto é que a região é considerada um paraíso dos modelos mais tradicionais e antigos, além de destino certo de colecionadores e apaixonados pelos modelos clássicos.

Câmbio “Sturmer Archer” de 3 velocidades com freio a tambor. © Valter F. Bustos

Inovadora e ousada, em 1930 a Gazelle lançou seu primeiro modelo dobrável. Em 1935, uma linha tandem, e à frente de toda concorrência, numa parceria com a Philips, desenvolveu um produto, hoje considerado o que há de mais moderno no mercado e com forte apelo ecológico: a primeira bicicleta elétrica do mundo.

Detalhe da fiação (parte elétrica) que fica embutida nos tubos do quadro. © Valter F. Bustos

Em nova ação na busca de mais eficiência, em 1954 ela foi transformada em uma empresa pública, para, cinco anos mais tarde, patentear o primeiro sistema de marchas com troca no punho, mais conhecido atualmente como “Grip Shift”. De olho no mercado que abria novo nicho de consumo, nos anos 60, na cidade de Dierem, criou uma divisão especial para a fabricação de bicicletas de corrida dotada de uma mão de obra super especializada, cujos quadros eram produzidos de forma artesanal. Nesse processo, os tubos Reynolds 525, 531 e 753 foram adotados amplamente em vários modelos de bicicletas. Para a tristeza de muitos, em 2002 essa divisão especial da Gazelle foi fechada. Atualmente, a Gazelle produz uma grande variedade de modelos, inclusive as clássicas “dutch bikes”, além de comercializar seus modelos praticamente em toda Europa, especialmente Portugal onde elas podem ser vistas circulando em grandes quantidades.

Brasão da logomarca “Gazelle”. © Valter F. Bustos

No Museu da Bicicleta de Joinville (MuBi) temos uma Gazelle modelo masculino “Sport Premieur”, peça que veio dos Estados Unidos há pouco mais de cinco anos, trazida por um amigo. Na verdade ela foi adquirida em Amsterdam em 1978. Anos depois seu proprietário, por razões profissionais, mudou-se para os EUA, de onde ela veio para o Brasil. Trata-se de uma bicicleta que impressiona pela qualidade, leveza e provoca um grande conforto devido à boa posição de pedalar. Essa “Premieur” vem equipada com um câmbio Sturmey Archer de três velocidades, além do freio a tambor acoplado ao cubo na flange esquerda. O freio dianteiro é do mesmo padrão e são de grande eficiência. Outra coisa positiva, são os aros montados com pneus 700, cuja faixa branca é refletiva; algo que ainda não temos por aqui. Outro detalhe é o selim “Brooks” confeccionado em couro, muito conhecido e, portanto, dispensa comentários. É uma bicicleta perfeita para uso urbano no dia a dia, seja para o trabalho, pequenas compras, além do lazer. Estradeira? Sem dúvida, é do tipo “confortão”.