Rafael Nadal chora na despedida de Roger Federer, um dos seus maiores adversários nas quadras

Um dos momentos mais lindos do esporte mundial dá exemplo de Competição do Século XXI.

Analisando contextos sociais e esportivos vamos aproveitar esse momento para refletir.

Glyn Kirk/AFP. © Lance

Infelizmente nosso modelo capitalista de estrutura mercadológica, regado a agressividade do marketing está a cada dia nos direcionando para venceremos a todo momento, conquistando poder de consumo a qualquer custo, competindo com os nossos adversários e se possível “matando” nossos concorrentes.

Essa forma é uma “deseducação humana”.

Nossos adversários são os principais e mais importantes elementos numa competição.

Estamos no Século XXI e não cabe mais desejarmos a destruição dos nossos adversários, sejam no esporte ou na vida.

Não existe o jogo, não existe a competição se não existir os nossos adversários.

Após o último jogo do grande campeão mundial de tênis, Roger Federer, um dos seus principais adversários, Rafael Nadal, chora a sua despedida das quadras.

Numa demonstração humana onde a competição pode ser saudável e educacional, desde que contenha, três grandes princípios, que são: reconhecer, respeitar e compartilhar com o outro.

Entendamos.

Reconhecer o outro é a identificação de que o seu adversário é seu semelhante, um ser humano que também se dedica, treina, sofre e tem seus anseios semelhantes, principalmente o desejo da vitória;

Respeitar o outro é entender que existirão dias que sairemos vencedores e dias que o nosso melhor não será o suficiente, sendo assim, ganhar ou perder são momentos e se alterarão, o que ficará entre as partes serão o relacionamento e a amizade;

Compartilhar com o outro é dividir sentimentos, é aceitar que o adversário derrotado pode ser acolhido pelo vencedor. É vencer e sentir o prazer da vitória sem humilhar ou desfazer do oponente.

Assim, esses dois espetaculares atletas e grandes homens deram uma demonstração de que não cabe mais vivermos como nos tempos dos gladiadores, onde um ser humano tinha a obrigação de matar o outro para demonstrar o seu poder ou a sua força.

Espero que esse exemplo se estenda para todos os esportes do mundo e principalmente para todas as sociedades.

Obrigado Federer e Nadal por todos os momentos brilhantes que vocês nos proporcionaram nas quadras deste planeta.

Anderson do Prado-Pinduca

Psicanalista e Personal

@pinducaprado

Rafael Nadal se emocionou na despedida de Roger Federer (Glyn Kirk/AFP)

Foto: Lance!