ConVALE

Durante dois dias, representantes do poder público e privado ligados ao segmento do cicloturismo discutiram os desafios para ampliação desta prática turística.

Um momento para troca de ideias, informações, discutir as políticas públicas e os mecanismos de inovação e capacitação sobre o cicloturismo é o resultado da edição 2023 da Conferência de Cicloturismo do Vale Europeu – ConVALE. Este evento foi uma parceria do CIMVI, a Associação Vale Europeu e o Instituto de Planejamento Estratégico de Transportes e Turismo (Planett).

Durante os dias 13 e 14 de novembro, na sede do Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí – CIMVI, em Timbó, diferentes representantes dos segmentos públicos e privados se reuniram para conversar sobre o futuro do cicloturismo na região e no Brasil.  Logo na abertura do evento, autoridades municipais, regionais e estaduais estiveram presentes.

Para saudar a todos, em nome do CIMVI, o presidente da entidade e prefeito de Rodeio, Valcir Ferrari destacou o pioneirismo da entidade em ter criado o primeiro roteiro de cicloturismo no Brasil. “Nossa missão é unir as ações de turismo entre os estados do Sul do Brasil, trocando experiências e gerando iniciativas proveitosas”, afirmou Ferrari.

Assim como ele, o diretor executivo do CIMVI, Fernando Tomaselli, reforçou o papel do gestor público no incremento da atividade turística. “Todo gestor público precisa estar antenado aos potenciais turísticos de seus municípios, embasando suas políticas públicas na ciência e envolvendo os setores privados nesta gestão”, diz Tomaselli.

Este ideal foi compartilhado pela gestora de Turismo e Cultura do CIMVI, Arlete Regilene Scoz, que acrescentou “a preocupação frequente em melhorar os percursos, inovar e sempre trazer novos atrativos para a região do Vale Europeu Catarinense, certificando com o selo ‘Vale Europeu Sustentável’ todos os serviços de hospedagem, o que garante a qualidade dos serviços prestados aos nossos visitantes”, acrescenta Arlete.

Presidente do CIMVI, Valcir Ferrari, falou sobre a missão do evento em unir cada vez mais os estados do Sul do Brasil na prática do cicloturismo.

© Assessoria CIMVI

Diferentes representantes dos segmentos públicos e privados se reuniram para conversar sobre o futuro do cicloturismo na região e no Brasil.

Deputados abordaram a governança regional e estadual

A conferência contou com a presença do deputado estadual de Santa Catarina, Marcos José de Abreu (Marquito), e do deputado estadual do Rio Grande do Sul, Issur Koch. Ambos vieram para participar do Encontro de Cicloturismo da Região Sul, momento este dentro da programação que integrou a sessão da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina – ALESC, presidida pelo deputado Marquito.

O deputado catarinense falou sobre a necessidade da construção coletiva de políticas públicas para consolidação de leis que serão apresentadas na Assembleia do Estado como forma de fomentar o cicloturismo. “Estamos aqui em Timbó, município percussor no cicloturismo brasileiro, justamente para nos espelhar neste modelo de sucesso e propagar novas rotas em Santa Catarina”, enalteceu Marquito.

Este exemplo também foi citado pelo deputado gaúcho, Issur Koch, ao informar que seu estado precisa avançar muito neste segmento turístico. “Estamos criando materiais informativos e algumas frentes parlamentares na Assembleia do Rio Grande do Sul, justamente porque acreditamos no potencial do cicloturismo que precisa ser mais explorado em nosso estado e o quanto precisamos avançar com isso”, explica.

O deputado estadual de Santa Catarina, Marquito, promoveu uma sessão itinerante da Comissão de Turismo e Meio Ambiente no evento, buscando discutir futuras leis em prol do cicloturismo

© Assessoria CIMVI

Segundo dia focou em mecanismos, inovação e capacitação

O fomento e a inovação aplicados ao setor do cicloturismo marcaram a programação do segundo dia da ConVALE. Para começar o dia, o diretor de Cicloturismo da Rede Trilhas e diretor executivo da Aliança Bike, Daniel Guth, apresentou os resultados obtidos com as contagens eletrônicas de cicloturistas feitas no primeiro semestre do ano no Brasil. “Este mecanismo de contagem nos permite monitorar o perfil do cicloturista, gerando dados para possíveis estratégias e tomada de decisão mais eficaz por parte dos gestores do segmento”, afirma Guth.

Em seguida, a programação trouxe a apresentação de projetos inovadores para o cicloturismo brasileiro, destacando estratégias para utilização de dados pelos poderes públicos com a coordenadora de Estratégia Turística da Secretaria de Turismo do Paraná, Sarah Minasi. “Os dados nos dão base para tomar atitudes mais precisas”, acrescenta Sarah.

Já as soluções acadêmicas para as rotas foram apresentadas pelo coordenador do programa Ciclovida de Rotas de Cicloturismo na Universidade Federal do Paraná, José Belotto, revelando que a união entre o setor público, a sociedade civil, o setor acadêmico e o setor privado podem contribuir muito com esses resultados.

E para falar sobre a Instância de Governança Regional – IGR, a coordenadora do IGR na Grande Florianópolis, Audrey Rembowski completou que a promoção da cooperação e parceria com diferentes segmentos é fundamental para o turismo. “Precisamos pensar cada vez mais em promover o turismo de forma regionalizado para o crescimento da atividade”, complementa. 

No período da tarde, o planejamento de destinos turísticos para bicicletas e a operação do cicloturismo seguro foram os temas das capacitações, disponíveis ao público presente. Nestes dois blocos de capacitação, o primeiro trouxe a perspectiva do planejamento cicloviário dentro das dinâmicas de governança de um destino de cicloturismo, enquanto que o segundo ressaltou o olhar para o trade turístico na relação da qualidade de serviço de meios de hospedagens e da segurança para a operação da atividade em diferentes aspectos.

Inovações, mecanismos de apoio e capacitação foram os temas abordados pelos palestrantes no segundo dia da conferência

© Assessoria CIMVI