Viajar com a bicicleta dobrável é uma maravilha. Para explorar cidades e centros urbanos são imbatíveis. Mas também são bem versáteis para viagens longas em estradas.
Cada vez mais pessoas experimentam cicloviajar com as dobráveis. As marchas e tamanho dos aros, não são limitações à cicloviajantes dobráveis. Pelo contrário, essas características são fundamentais para experiências únicas como pegar carona num caminhão, ou num barco de pesca, fazer um trecho de trem etc…
Reuni aqui 05 dicas iniciais a quem planeja usar a bicicleta dobrável em viagens.
- Escolha o destino ou roteiro e começe a pesquisar como chegar com a dobrável até lá. Inclusive regras dos intermodais como onibus, trem, barco, avião etc
- Trace um roteiro diário do que visitará e quantos km está disposto(a) a fazer por dia.
- Reserve hospedagem com acessibilidade, certifique-se que não terá que carregar a bike vários andares.
- Revise a bicicleta e leve camara de ar extra. Pneus aro 20 são fáceis de encontrar em bicioficinas.
- Bagagem: leve somente o que pode carregar na bike e de preferência pouca coisa. A bicicicleta nos ensina a também ser mais minimalistas nas viagens. Muita bagagem dificulta na hora do intermodal.
Abaixo alguns exemplos de set de cicloviagem com a dobrável. A mim falta somente testar um.
1. Alforjes são muito usados por cicloviajantes.
As principais vantagens deles são: mais espaço para levar itens e distribuição da bagagem.
Desvantagens: se você se empolgar pode levar peso demais. Na hora do intermodal retirar, carregar ou empurrar a bike e os alforjes ao mesmo tempo é um verdadeiro malabarismo. Eles também alteram bastante o centro de gravidade e requerem mais organização. Eu indico mais a viagens onde os intermodais serão raros.
2. Mochila nas Costas.
Também muito usado, principalmente em bikes sem bagageiros. As principais vantagens são; a praticidade e não precisar ficar retirando bolsas da bike, mantendo as mãos livres. Bagagens mais enxutas. As desvantagens; o calor nas costas, e o peso que em pedais longos pode incomodar. A mim esse set não funciona pois detesto levar coisas nas costas durante pedal. Uma vez fui ao Rio e amarrei a mochila na bike. Deu certo pois usei a gambici apenas no trecho rodoviária – hotel.
3. Mochila na Bike (ou real Bike Bikepacking).
Os mochileiros sabem o quão bom é viajar de mochilão. Na bike o rolê fica mais incrível. Esse set uso bastante pois sou mochileiro! Nas bromptons ele fica perfeito, mas pode ser reproduzido em outras dobráveis. As principais vantagens: espaço para vários itens, praticidade nos intermodais e organização.
As desvantagens são: peso, se entulhar de objetos. Ter que desprender a mochila se precisar tirar algo urgente e não tiver organizado os itens nela por prioridades. Na real vejo poucas desvantagens.
4. Bikepacking.
Set muito popular de uns anos para cá. Surgiu na década de 70 e tem origem no estilo mochileiro de viajar, onde o minimalismo e autossuficiência estão na essência do rolê. São basicamente bolsas, minimalistas, presas a bike. Me agrada muito mas ainda não testei. As vantagens segundo usuários são: menos bagagens, mais aerodinâmica e peso menor.
As desvantagens: segundo o artigo do André ; Difícil de desmontar o conjunto. Menos espaço disponível. Exige melhor organização da carga. Fico pensando também em como carregar todas essas “bolsinhas” se precisar dobrar a bike. Mas mesmo assim irei experimentar.
5 Gambici traveller.
Dei nome a essa categoria a quem não tem alforjes, nem mochilão e tão pouco as caras bolsas do bikepacking! Viaja com o que tem! Claro que como toda categoria há prós e contras. As vantagens: cada conjunto de objeto em um lugar diferente então fica fácil achar as coisas. Desnecessário grandes investimentos.
Desvantagens: Exigem melhor organização. A possibilidade de perder algo no caminho é grande. São mais suscetível a intempéries.
Se você quiser saber mais sobre cicloviagens com dobráveis, temos um grupo no facebook. Consulte também o blog de um dos cicloviajantes mais divertidos que já passou pelo Brasil. O Antigao da Bike comprou a dobrável dele em 2012, mesmo ano que comprei a minha. E passou a fazer viagens e com relatos divertidos e sinceros desse estilo de viajar. Infelizmente ele se foi mas deixou um monte de história.
*Gil Sotero é jornalista e viaja com bike dobrável desde 2012.