Dois amigos em férias, cheios de disposição e paixão pelo cicloturismo, decidem encarar as subidas íngremes de 14 montanhas do continente europeu, com suas bicicletas carregadas, passando pela Itália, Suíça e Áustria: Marco Brandão (Itanhaém-SP), do grupo Cicloturita Itanhaém, e Aramis Júnior (Paranaguá-PR), do grupo DAP Curitiba (Do atlântico ao Pacífico).

1º dia, Veneza a Caldonazzo

Nessa viagem os dias foram marcados por uma forte onda de calor que atingiu toda a Europa no verão de 2015. Muitas ciclovias, ciclofaixas, flores, rios, igrejas, monumentos, plantações; muita organização, muito zelo, disciplina, limpeza e muito respeito com os ciclistas estrada afora, província afora. Além do baixo custo financeiro que teríamos ao sair da turística Veneza.

Passando por Trebaseleghe, Rossano, Veneto, já estávamos orientados a não transitar pela autoestrada (sinalizada pelas placas verdes), mas poderíamos pedalar a vontade pelas SP’s (Strada Provinciale) e diversas outras estradas para bicicletas que existem por todas as partes.

As stradas provinciales são como nossas rodovias, mas não possuem acostamento. Pedalamos pela faixa branca, ou pelos 30 cm de asfalto que se estendem ao lado dela. O absoluto respeito demonstrado pelos motoristas aos ciclistas impressionou-nos: nenhum carro, caminhão ou qualquer outro veículo passa a menos de um metro de distância de você, e quando não tem opção de ultrapassá-lo com segurança, eles formam respeitosas filas na estrada até surgir uma oportunidade de ultrapassagem com segurança, é incrível! Nenhuma buzinada, nenhum xingamento!

Veneza. © Marco Brandão

2º dia, Lago di Caldonazzo a Lodrone

Os serviços oferecidos nos campings europeus são completos, de alta qualidade e preços compatíveis de mercado. Os objetos alheios são respeitados. Ficamos deslumbrados com a paisagem e tanto mais com a organização e a ética dos moradores.

Durante o caminho dessa montanha fizemos amizade com muitos ciclistas que demonstraram carinho e admiração pela disposição dos cicloturistas em percorrerem longas distâncias com tanta “tralha” pendurada na bicicleta, isso é sem dúvida o sonho de muitos deles.

Na saída de Sarche, surgiu a segunda montanha. Atravessando morros e montanhas, chegamos à comuna de Lodrone, onde buscamos pelo Camping Pian d`Oneda para renovar nossas energias, pois um aclive “assustador” nos aguardava no dia seguinte.

© Marco Brandão

3º dia, Lodrone a Edolo

Na Europa é comum que muitas famílias viajem em motorhomes e trailers durante o verão utilizando os serviços dos diversos campings existentes nas cidades, respeitando a proibição de acamparem em qualquer lugar sem autorização.

Durante a subida para Bagolino, diante da terceira montanha, a chuva e a inclinação foram um desafio à parte, somente quando passamos por Ricomassimo (723 m) a subida deu uma pequena aliviada até o seu topo.

A simpática comuna de Bagolino, localizada no fim da descida, é caracterizada por suas construções antigas de influência alemã. Tomamos ali nosso segundo café da manhã e seguimos para Vale Dorizzo em busca de um dos muitos passos por onde passa o Giro d’ Itália, o Croce Domini, a quarta montanha do nosso roteiro, e a partir daí, encontram-se montanhas incríveis e desafiadoras que interligam as cidades alpinas.

Lago di Caldonazzo a Lodrone. © Marco Brandão

O Passo Croce Domini (1.892 m), que separa os Alpes Meridionais dos pré-Alpes, está localizado na Província de Bréscia. Muito famoso por ser uma das montanhas por onde passa o Giro d´Itália, uma das provas de ciclismo profissional mais badaladas do mundo. A partir de Breno, a subida é de 20,5 km de extensão e a inclinação média é de 7,5% a 11%. As montanhas são todas do nível “Puerta de Lipan” (na Cordilheira dos Andes). Toda a descida do Passo Croce estava decorada com desenhos, frases escritas no asfalto e bandeiras da Itália por toda a parte, provavelmente alguma prova importante de ciclismo acabara de passar por ali.

Lodrone a Edolo. © Marco Brandão

4º dia, Edolo a Cepina

Depois de degustarmos um café da manhã reforçado e obrigatório para enfrentarmos a empreitada e com apenas 500 metros pedalados, de repente – “crack”! O câmbio da bicicleta do Aramis acabara de quebrar. Voltamos (descida) 2 km e encontramos a única bicicletaria daquela região, que por azar estava fechada. O azar e a sorte andam lado a lado, portanto “praguejar”, às vezes, é inútil. Deduzimos pela placa na bicicletaria que a mesma não abriria naquele dia, quando de repente o dono (Riccardo Pedretti) chegou e nos vendeu o câmbio, mas não pôde instalá-lo. Tivemos que desmontar freio, engraxar cabos, trocar manetes e passadores, porque no final das contas o câmbio não havia quebrado por nada, e no final de tudo conseguimos nos despedir do Pedretti e seguir viagem por volta do meio-dia, ou melhor, do escaldante sol do meio-dia. Depois de passada uma hora, estávamos a caminho de Monno, mais exatamente no começo da escalada da quinta montanha do roteiro, o desafiador Passo Mortirolo (1.852 m).

Também conhecido por Passo de La Foppa, Passo Mortirolo possui 12,7 km de comprimento para um desnível de 1.300 metros, uma inclinação média superior a 7,6% chegando em alguns locais aos 16%. É uma estrada secundária de montanha, mais frequentada por ciclistas em treino do que por automóveis que tem melhor opção de deslocamento pelo Passo Aprica para chegar a Bormio.

A descida do Mortirolo é outro espetáculo! Paisagens de encher os olhos, no caminho para Tiolo, entre comunas medievais e casas de pedras com telhados preparados para muita neve, além do asfalto todo pintado e marcado lembrando que ali todo ano acontece o Giro d´Itália, sempre se avistavam também as criações de gado de montanha que completavam aquele cenário de belezas.

Edolo a Cepina. © Marco Brandão

5º dia, Cepina a Bormio

Conhecemos mais alguns cicloturistas, trocamos informações durante o café da manhã no Camping Cima Piazzi, e então partimos em direção a Valdisotto para chegar a Bormio.

Chegando a Uzza, nos misturamos a dezenas de ciclistas que ali estavam para escalar e fazer seus treinos na que seria a nossa sexta montanha, mais um famoso passo do Giro, o Passo Gavia (2.652 m). Localizado na província de Bréscia, é uma das míticas subidas do Giro, considerada de primeira categoria com 17,3 km, um desnível de 1.400 metros e inclinações de 7,9% a 16%. É um dos mais altos e bonitos passos de montanha dos Alpes e faz divisa com a província de Bormio.

No final da subida, foi possível ver pela primeira vez em nossa viagem os topos congelados das montanhas mais altas que compõem aquele trecho da cordilheira.

Almoçamos uma comida quente no Refugio Berni, porque pela primeira vez estávamos em lugar frio. Fotografamos a neve e o gelo das encostas, nos agasalhamos, nos preparamos e descemos a montanha com destino a Bormio, uma cidade turística e movimentada, onde conhecemos e conversamos com imigrantes africanos refugiados da violência na Líbia e na Síria, e vítimas do tráfico de pessoas. Em seguida, através de indicações, nos hospedamos no Albergo Rufo.

© Marco Brandão

6º dia, Bormio a Müstair

Estávamos eufóricos porque esse era o dia de subir a sétima montanha, o Passo Stelvio (caminho do Giro d’Itália em 2013). Por ser um lindo sábado ensolarado, período de férias e verão no continente, imaginei todo o trânsito do planeta naquele lugar: dito e feito.

Localizado em Tirol do Sul, na província italiana de Sondrio, o Passo dello Stelvio (2.757 m) possui 24,3 km de comprimento, ascensão de 1.808 m (partindo de Bormio) e inclinação de 7,4% a 13%. Construído em 1820, é a estrada mais alta da região e está entre as 10 estradas mais difíceis e mais incríveis do mundo.

Depois de uma descida fantástica, seguimos por Trafoi e Gomagoi em direção a Glorenza. Continuamos seguindo por uma estrada linda, ladeada por castelos, entre plantações de maçãs e nectarinas, até chegarmos à fronteira com a Suíça.

Cepina a Bormio. © Marco Brandão

7º dia, Müstair a Martina

Seguimos por um falso plano sentido Tschirv a caminho da oitava montanha do nosso roteiro, o Offenpass – Passo Del Fuorn (2.149 m). É um passo de montanha localizado no “cantão” de Grisões, nos Alpes Suíços. Essa estrada liga a cidade de Val Müstair com a cidade de Zernez, atravessando o Parque Nacional Suíço (Parc Naziunal Svizzer). Partindo de Glorenza a distância é de 28 km em ascensão. Dada a preferência dos motoristas pelo Reschenpass, este passo tem um tráfego bem menos intenso. É um dos passos que ficam abertos quase o ano inteiro.

Passamos por Susch, Scuol, Giarsun, Crusch e Ramosh antes de chegar à última cidade antes da fronteira, Martina. Chegamos a Martina por volta das 20 h de um domingo, e não havia uma viva alma na rua, nenhum camping, e os únicos dois albergues estavam fechados. Assim, entre dezenas de pinheiros, encontramos um lugar “seguro” para passar a noite, às margens do rio Inn.

Bormio a Müstair. © Marco Brandão

8º dia, Martina a Innsbruck

Segunda-feira, bem cedo, levantamos o acampamento que denominamos de “acampamento clandestino”. Os primeiros quilômetros seguiram planos. Avistamos a placa indicativa de zona de fronteira. Havia a 100 metros adiante um brasão esculpido em pedra indicando a região do Tirol.

O Tirol é uma região histórica da parte ocidental da Europa Oriental, que inclui o estado do Tirol na Áustria e a região autônoma de Trentino, na Itália (para onde íamos).

Continuamos pela estrada, seguimos o rio e o fluxo de motorhomes, e por volta do horário de almoço chegamos a Landeck. Escolhemos o almoço pelo preço que parecia convidativo. A única coisa fácil de escolher mesmo era a Coca-Cola.

Da simpática e movimentada cidade de Landeck, seguimos para Prutz por um caminho plano passando por Tösens, e iniciamos a subida de pouca inclinação. De Imsterberg em diante, cruzamos mais algumas vezes o rio Inn. Na subida para Röppen, muitos trens, linhas férreas que em combinação com o dourado dos campos de trigo e cercados por verdes montanhas ao fundo compunham verdadeiras obras de arte da natureza no caminho para Telfs. No caminho para Platten, as plantações de trigo deram lugar a macieiras e pereiras a perder de vista, meticulosamente organizadas, com cercas e girais feitos com muito capricho. Para imaginar o caminho que seguia a partir de Oberpttnau e Zirl, acrescente à paisagem: igrejas, vilas, castelos medievais e plantações de ciprestes, tudo lindo demais!

Müstair a Martina. © Marco Brandão

Innsbruck, capital do Tirol, é atravessada pelo rio Inn, de onde tem origem seu nome Brücke que em alemão significa ponte, traduzindo “Ponte do Rio Inn”. A cidade fica no vale do Inn, entre montanhas que ultrapassam os 2.500 m, possui um renomado centro de esportes de inverno, tendo sediado inclusive algumas olimpíadas.

Atravessamos por um longo trecho a cidade de Innsbruck, seguindo em direção ao próximo passo, a nona montanha, a qual nos levaria de volta à Itália, na expectativa de encontrar uma pensão ou um albergue dentro das nossas condições financeiras. E justamente nos primeiros 7 km do passo Brenner (1.370 m) achamos o Albergo Schupten Gatthof, onde pernoitamos.

O Brennerpass ou Passo do Brennero é um passo de montanha nos Alpes localizado na fronteira entre a Itália e a Áustria. Devido a sua altitude relativamente baixa (1.370 m), é um dos principais passos na cadeia, e um dos poucos na região do Tirol, por esse motivo, foi muito cobiçado pelos dois países ao longo da história. O líder alemão Adolf Hitler e seu equivalente italiano Benito Mussolini encontraram-se ali para celebrar publicamente seu pacto, em 18 de março de 1940.

Chiusa a Arabba. © Marco Brandão

9º dia, Innsbruck a Chiusa

Seguimos apreciando a paisagem sentido Wolf, acompanhados pelos trens de um lado e um lindo rio de águas cristalinas do outro. Subimos por Stafflach, cruzamos a fronteira com a Itália, exatamente onde está localizado o marco do Passo Brenner. Aproveitamos o horário para nos alimentar e resolver que a meta da tarde seria avançar o máximo para ganhar terreno.

O caminho por Vipiteno e Mauls é cercado de muitas florestas verdes, plantações e muitas hortênsias. Revezando os olhares admirados entre castelos e igrejas da Idade Média, chegamos ao entardecer na histórica cidade de Chiusa, onde escolhemos o Camping Gump para albergarmos; escolha dada ao fato do Gump ficar bem aos pés do belíssimo Monastério de Sabiona localizado no alto da colina, essa era a visão que queríamos ter ao despertar no dia seguinte.

Martina a Innsbruck

10º dia, Chiusa a Arabba

E foi no começo do aclive a caminho da 10ª montanha, o Passo Sella (2.244 m), mais precisamente em Gröden, que tivemos a primeira e emocionante visão das Dolomitas.

As Dolomitas são uma cadeia de montanhas no norte dos Alpes italianos, incluindo 18 picos acima de 3.000 metros e abrangendo uma área de 141.903 hectares. Abriga algumas das mais belas paisagens de montanha de todo o planeta, com paredes verticais, falésias e uma alta concentração de estreitos, profundos e longos vales. É caracterizada por processos dinâmicos com frequentes deslizamentos, inundações e avalanches.

Estações de Ski fechadas, solo árido, asfalto quente, experimentando uma forte onda de calor que atingia a Europa em pleno verão, tivemos a grande oportunidade de apreciar os Alpes na sua forma nua e crua.

Innsbruck a Chiusa. © Marco Brandão

Cordilheira dos Alpes

Localizado em Selva di Val Gardena, abriga o conjunto de montanhas pertencentes às Dolomitas denominado grupo Sella. É o terceiro dentre sete passos de montanha onde acontece anualmente a Maratona delles Dolomites Bicycle Race, e também já foi palco do Giro d’Itália.

Depois de recuperados do instante de emoção e êxtase diante de tanta beleza natural, nos preparamos para descer 6 km por tornantis aformoseados por mais paisagens maravilhosas a caminho do entroncamento que nos levaria à subida da 11ª montanha, o Passo Pordoi (2.239 m).

Arabba Cortina D´Ampezzo. © Marco Brandão

Localizado entre o grupo de montanhas denominado Sella ao norte e o grupo Marmolada ao sul, na província de Trento, o Passo Pordoi é a estrada mais alta atravessando um passo nas Dolomitas, conectando a cidade de Arabba (Livinallongo di Col di Lana) a Canazei.

Chegamos ao cume debaixo de um “pé d’água”. Nos abrigamos debaixo das palafitas que formavam o assoalho do restaurante de um albergue. Molhados pela água que escorria pelo vão das madeiras nos agasalhamos e preparamos para partir. Assim que a chuva acalmou, seguimos pelos caracoles do declive. Descemos Palua (nome da comuna) com frio e com as pontas dos dedos das mãos congelando; encontramos abrigo no albergue Serena na cidade de Arabba (Livinallongo di Col di Lana), onde chegamos completamente encharcados, porém, satisfeitos como sempre.

Corina a Miane

11º dia, Arabba a Cortina D´Ampezzo

Recolhemos nossos pertences, preparamos as bicicletas e seguimos tranquilos girando e subindo pelos primeiros 10 km passando por Pieve em direção a Andraz, nessa altura já estávamos bem próximos da nossa meta do dia, ou seja, a 12ª montanha, o famoso Passo Falzarego. O sexto e mais íngreme dos sete passos de montanha, onde acontece anualmente a Maratona delles Dolomites Bicycle Race. Localizado na província de Belluno, região de Veneto, esse passo conecta principalmente a cidade de Andraz com a famosa Cortina D´Ampezzo.

Passando por Andraz no início da subida, em direção ao passo, avistamos o museu da Grande Guerra e as ruínas do Castelo de Falzarego e novamente os cumes das montanhas dolomíticas. Estávamos na região onde ocorreu a Grande Guerra. As placas instaladas ali confirmam o fato histórico. Desta vez, chamou-nos a atenção a presença de rebanhos de ovelhas, porque já estávamos habituados com os sinos das “vacas de cara branca e cor de chocolate”.

Finalizada mais uma escalada, era chegado o momento de descer mais uma estrada sinuosa e maravilhosa. Contornando as mais belas paisagens de montanha sentido Pocol, chegamos ao entroncamento que indicava a próxima montanha do roteiro.

No centro de Cortina D´Ampezzo, fomos até uma bicicletaria para instalar novas pastilhas nos freios e procurar por um lugar para acamparmos. Descobrimos que a rota para os campings nos afastaria do roteiro por mais 9 km de descidas que se converteriam em subidas para o dia posterior.

Miane a Veneza. © Marco Brandão

12º dia, Cortina d´Ampezo a Miane

A subida para o passo Giau, a 13ª montanha do nosso roteiro, teve início praticamente desde a saída da pensão. Ao chegarmos no entroncamento que nos direcionava a ele, a subida foi se elevando e se alongando cada vez mais.

O Passo Giau (2.236 m) é sem dúvida um dos lugares mais encantadores das Dolomitas. Está numa área muito pitoresca no centro de um vasto pasto de montanha de onde vemos muitos dos mais famosos picos da região: Marmolada, Tofane, Cristallo, Sorapis, entre outros.

Depois de conquistada uma das mais difíceis subidas da viagem, acompanhados de muito calor, estávamos em comunitá Montana Agordina. A descida que segue para Piegna é formada de curvas fechadas e lindos cenários, até concluir totalmente a descida, dificilmente perdem-se os picos de vista.

Roma, Vaticano. © Marco Brandão

Continuávamos entre montanhas, nesse momento descendo através de vales, acompanhados de rios e muitas belezas naturais passando por La Valle Agordina, Sedico e La Stanga. Quando passamos por Peron, na rodovia à direita por Vignole a caminho de Trichiana, a primeira placa indicava a 14ª montanha, a última e uma das mais incríveis do nosso roteiro, o passo San Boldo (706 m). A descida do passo San Boldo pelo lado norte é sem dúvida uma das mais belas obras da engenharia, a sobreposição dos túneis entrando e saindo pelos paredões causam grande emoção para quem tem a oportunidade de contemplá-los do alto. Impossível descer por esse trecho com velocidade. Você realmente só vai deixar a bicicleta ganhar velocidade, depois de se libertar desse trecho e alcançar as últimas curvas fechadas que seguem por um asfalto que é um convite para soltar os freios.

13º dia, Miane a Veneza

Depois de um reforçado café da manhã, seguimos por Pedeguarda e La Bella, por ciclovias cujas paredes eram as próprias parreiras das diversas plantações que seguiam pelo caminho para Ponte della Priulla, Soligo, Sussegana e Spresiano. Por volta da hora do almoço, para alegria sem fim do Aramis, chegamos a Treviso. Encerramos nosso roteiro com um dia de folga, decidimos viajar de trem durante a noite para conhecer Roma, o Coliseu e mais um país, o menor do mundo em tamanho, todavia muito grande em ostentação, cultura e história, o Vaticano.