Conduítes

Nesta matéria, abordarei um componente que muitas vezes passa despercebido em nossas bikes: são os conduítes. Utilizados para freio e para câmbio, eles exercem função muito importante e merecem cuidados especiais.

Cabos e Conduites

Os conduítes são aquelas capas que recobrem os cabos de aço de nossas bikes. Eles são fundamentais no acionamento de freios e câmbios, estando presentes na grande maioria das bicicletas atuais.

E até que as bikes com sistemas eletrônicos e hidráulicos combinados sejam uma realidade acessível ao mercado de massa, ainda teremos os conduítes com seus cabos internos viajando pelo mundo afora.

Embora os sistemas de cabos e conduítes feitos em aço sejam predominantes no mercado, outros sistemas foram criados e muito ainda se pesquisa a respeito, tudo para tornar a mudança de marcha e o sistema de freio ainda mais preciso, de fácil acesso, suave e confiável.

Os conduítes são “descartáveis” e não se deve usá-los por muito tempo. Durante as manutenções de rotina é importante examinar as condições de cada conduíte para avaliar se já é o momento de substituir. O cabo deve correr livremente ao longo do conduíte, ou seja, o sinal de alerta é o atrito. Esse procedimento deve ser feito sempre que necessário.

Um conduíte em mau estado compromete as trocas de marcha principalmente, já que a mola de retorno do câmbio deve vencer qualquer atrito que houver entre o conduíte e o cabo interno, causando sensação de alavanca pesada para acionar e ação do câmbio com velocidade reduzida quando o conduíte já está desgastado, o que torna as tentativas de ajustes inúteis.

Com o tempo, o conduíte vai estragando, a gente se acostuma e nem nota que a alavanca está pesada para ser acionada, daí após a troca uma surpresa muito comum: “nossa, está muito macio!”.

Muitos ciclistas profissionais ou de final de semana ainda não se renderam aos eletrônicos. Por uma questão de opção, e não uma questão financeira. Vide o caso de Fabian Cancelara (Trek Leopard), grande nome do Pro Tour que pode se dar ao luxo de escolher entre o eletrônico ou o mecânico, e tem optado pelo mecânico, até onde se tem notícias.

No caso do MTB, o eletrônico acaba de chegar para os câmbios. Isto, juntamente com os freios hidráulicos, faz sumir os cabos e conduítes no alto escalão do MTB mundial. Muito tempo levará até isto se popularizar, mas o futuro urge!

Já nas bikes de estrada a situação é um pouco diferente. O eletrônico já está consagrado e com vitórias expressivas no Tour de France, Giro D’Itália e inclusive nos jogos olímpicos de Londres, com Sir Bradley Wiggins. No ciclismo de estrada, então, o caminho já está mais avançado para essa mudança, livrando-se de cabos e conduítes gradualmente e migrando para os fios – que em breve devem ser substituídos também. No entanto, os freios hidráulicos no ciclismo de estrada não têm emplacado como ocorreu no mountain bike (não que tenha sido fácil no MTB). Muitos erros e acertos marcaram a trajetória dos freios hidráulicos no mundo das bicicletas, mas atualmente não se imagina uma MTB moderna que não seja equipada com eles.

Claro que toda essa parafernália eletro/hidráulica é um tanto complexa e ainda levará um tempinho para todos se habituarem. Então, fica a dica: compare os conduítes da sua bike ao óleo do motor do seu carro, realize a troca no tempo certo e você vai ter trocas de marcha e acionamento do freio sempre suaves.