Poucas coisas roubam tanto o precioso tempo de um ciclista em uma corrida quanto um pneu furado. Se não bastasse o tempo e incômodo da troca, vem ainda o desafio de enchê-lo o mais rápido possível com uma bombinha de 20 cm. Ou será que dá para fazer mais rápido?

Não estamos desmerecendo as bombinhas, jamais! Elas são muito leves e bonitas, e algumas até se parecem com sabres de luz. Inclusive, recomendamos que você tenha uma, especialmente se faz pedais longos. Mas quando a diferença para uma boa colocação em uma competição exige alguns preciosos segundos, as bombinhas precisam ceder seu lugar. O rei inflador de pneus em alta velocidade é o CO2.

Você talvez esteja se perguntando que paçocas é CO2. Resumidamente, é um gás, conhecido como dióxido de carbono ou mais comumente como gás carbônico. Apesar do nome curto e da fórmula simples – um átomo de carbono ligado a dois de oxigênio – esse gás é essencial para a vida na terra e ao mesmo tempo uma ameaça para ela. Não confunda com monóxido de carbono (CO), que é ainda mais simples, porém tóxico e letal para seres humanos.

Uso do CO2

O CO2 possui características que o ajudaram a ser escolhido para essa tarefa, como a facilidade de obtê-lo. Nós, seres humanos, liberamos CO2 constantemente, assim como vários animais e plantas por meio da respiração. Automóveis e outras máquinas liberam o mesmo gás devido aos processos de queima que eles realizam. O CO2 é altamente compressível, e por não ser tóxico, seu vazamento em pequenas quantidades não gera riscos à saúde humana.

No mundo do ciclismo, o CO2 vem sob pressão dentro de cilindros com versões de 12 g, 16 g, 20 g e 25 g, suficientes para encher diferentes pneus com diferentes pressões. Para colocar o gás dentro do pneu, é necessário ter uma pequena bomba que execute a tarefa. Parece uma bomba normal, muito pequena, mas que funciona controlando a saída de gás e enviando-o para dentro do pneu. Existem bombas de CO2 que simplesmente abrem o cilindro e despejam todo o conteúdo no pneu, mas também existem bombas que dosam a quantidade de gás inserida.

O procedimento consiste basicamente em rosquear o cilindro de CO2 na bomba, que é acoplada na válvula do pneu. Basta liberar a válvula da bomba por apertar um botão e o pneu é inflado.

© Zéfal Divulgação

Custo e Praticidade

O CO2 dos cilindros tem custo, ao contrário do ar das bombas portáteis. Isso deve ser levado em consideração, e é o motivo pelo qual muitos ciclistas levam bombas de ar em passeios e cilindros de CO2 em competições. Quando há tempo suficiente, muitos preferem economizar cartuchos de gás, e, consequentemente, dinheiro.

Um cilindro de CO2 de 12 g pode ser adquirido com menos de R$ 10,00. Já as bombas começam em R$ 50,00 nos modelos mais básicos e podem custar bem mais que isso em modelos mais sofisticados.

Quanto à praticidade, o CO2 faz 10 x 0 na bombinha portátil. Preparar o processo é rápido, e o pneu é inflado instantaneamente!

Cuidados

Existem sempre aquelas notas de rodapé as quais é bom prestar atenção. No caso do CO2, é bom lembrar que o gás se encontra em elevada pressão dentro do cilindro. Portanto, faça tudo com atenção e conforme as orientações. Se o cilindro falhar em encher ou pneu, não tente fazê-lo funcionar, muito menos apertá-lo ou furá-lo! Descartar o cilindro defeituoso é mais seguro. Para se ter uma ideia de quanta pressão um cilindrinho de CO2 segura, note que as armas de Paintball e Airsoft, assim como pistolas de pressão e armas de dardos tranquilizantes utilizam gás CO2.  Então, se você não quer um cilindro de CO2 voando a toda por aí, não faça nada fora das instruções!

É bom lembrar que os cilindros contém gás sob pressão ao armazenar e transportar cilindros de CO2. Por exemplo, é proibido transportar cilindros de CO2 em aviões, pois a diferença de pressão em elevadas altitudes pode fazer os cilindros explodirem. Mantenha o cilindro longe do fogo e de temperaturas altas, e armazene em lugar que ele não possa ser esmagado, perfurado ou danificado de alguma forma.

Um último lembrete: selantes para pneus não se dão bem com CO2. Existem poucas exceções, como o sempre verde Slime, que já se adaptaram a isso. Caso contrário, o CO2 torna o selante ineficaz, mas ainda infla o pneu.

Basta tomar alguns cuidados e aproveitar a praticidade!

Tabela de Cilindros de CO2 e suas capacidades

MTB Aro 26

  • MTB 26″ x 1.95 – 1 refil de 12g = 1 pneu até 30psi;
  • MTB 26″ x 1.95 – 1 refil de 16g = 1 pneu até 40psi;
  • MTB 26″ x 1.95 – 1 refil de 20g = 2 pneus até 24psi;
  • MTB 26″ x 1.95 – 1 refil de 25g = 2 pneus até 30psi;

Ciclismo de Estrada

  • Speed/Road 700 x 23c – 1 refil de 12g = 1 pneu até 90psi;
  • Speed/Road 700 x 23c – 1 refil de 16g = 1 pneu até 130psi;
  • Speed/Road 700 x 23c – 1 refil de 20g = 2 pneus até 78psi;
  • Speed/Road 700 x 23c – 1 refil de 25g = 2 pneus até 90psi;
  • Speed/Touring 700 x 28c – 1 refil de 12g = 1 pneu até 62psi;
  • Speed/Touring 700 x 28c – 1 refil de 16g = 1 pneu até 88psi;
  • Speed/Touring 700 x 28c – 1 refil de 20g = 1 pneu1 até 106psi;
  • Speed/Touring 700 x 28c – 1 refil de 25g = 1 pneu1 até 125psi;

MTB Aro 29″

  • MTB 29″ x 2.1 – refil de 12g = 1 pneu até 24psi;
  • MTB 29″ x 2.1 – refil de 16g = 1 pneu até 31psi;
  • MTB 29″ x 2.1 – refil de 20g = 1 pneu até 43psi;
  • MTB 29″ x 2.1 – refil de 25g = 2 pneus até 23psi;

Híbridas

  • Híbrida/Touring 700 x 28c – 3 refis de 12g = 1 pneu até 120psi;
  • Híbrida/Touring 700 x 28c – 2 refi2 de 16g = 1 pneu até 115psi;
  • Híbrida/Touring 700 x 28c – 1 refil de 20g = 1 pneu1 até 106psi;
  • Híbrida/Touring 700 x 28c – 1 refil de 25g = 1 pneu1 até 80psi;