A sensação de velocidade a bordo de uma bicicleta geralmente é maior do que a realidade. Quando você ‘afunda o pé no acelerador’ da bicicleta, a impressão que dá é que você vai de 0 a 100km/h. Mas se olhar no velocímetro, provavelmente você nem chegou nos 40km/h. Com a distância acontece o mesmo. Nossa noção é afetada pelas sensações.

Ciclocomputadores vieram para nos mostrar números mais reais. Como o nome sugere, ele calcula ciclos; no caso, quantas vezes a roda completa um ciclo, ou giro. Isso permite saber a velocidade atual da bicicleta, a distância percorrida, a média de velocidade mantida, o tempo da volta atual, velocidade máxima atingida, entre outras coisas.

Como funciona

O ciclocomputador é simples. Ele conta as rotações da roda. Para realizar o cálculo, um ímã é anexado a um raio da roda dianteira, com o lado imantado voltado para fora. Já no garfo é anexado um sensor, voltado para dentro, e na mesma altura do ímã. Toda vez que o ímã passa em frente ao sensor, ele sente a sua força magnética e envia um sinal para o ciclocomputador. O aparelho entende o sinal como uma medida pré-definida, que é a circunferência da roda da bicicleta. A cada sinal recebido, a mesma distância é adicionada aos cálculos.

Por exemplo, um aro 29” deveria contar 231,29cm a cada sinal, aproximadamente. O contador costuma usar quilômetros ou milhas, então em 100 metros percorridos – na quadragésima quarta volta da roda – ele mostrará 0,1km.

É claro que ninguém sai por aí rodando só com o aro. O pneu altera a circunferência da roda. Por isso, ao instalar o ciclocomputador a distância é definida pelo tamanho do pneu, já que ele é a palavra final do tamanho da roda.

Funcionalidades

Os ciclocomputadores não são chamados de velocímetros porque velocímetros apenas medem e exibem a velocidade atual. Ciclocomputadores não só mostram a velocidade, como também a registram, e usam os registros para diversos cálculos.

Esses cálculos incluem média geral de velocidade, quilometragem parcial (que pode ser zerada), quilometragem total (que não pode ser zerada a menos que seja feito reset no aparelho), velocidade máxima atingida e tempo gasto na volta atual; em outros modelos ainda há relógio, emissão de gás carbônico (estimado) e consumo de calorias (estimado); e ainda há modelos que mostram a taxa de batimentos cardíacos, utilizando sensores como pulseiras, cintas ou grampos para isso.

Com fio ou sem?

Fios podem ser um estorvo. Mexa na parte de trás de um computador e você entenderá a frase anterior como nunca. O ciclocomputador possui apenas um, que passa pela mesa da bicicleta, tubo da direção e garfo, até o sensor. E esse único fio já deixou muita gente irritada, não só pela instalação, mas também por ‘sujar’ o visual da bicicleta.

Já o ciclocomputador sem fio utiliza um sinal, que é sempre o mesmo, entendido pelo computador da mesma forma que o sinal enviado pelos modelos com fio, ou seja, como uma distância pré-definida. Isso exige um sensor maior instalado no garfo e duas baterias, uma para o computador e outra para o sensor.

A desvantagem do ciclocomputador sem fio é que há um limite de distância entre o computador e o sensor. Se excedida, o sinal é perdido e a contagem falha. Já os aparelhos com fio precisam de um problema mais sério para falhar – portanto, são mais confiáveis. A instalação é apenas um pouco mais chata de se fazer. O maior problema se torna o visual da bicicleta e um novo fio disponível para se enroscar.

Instalação

O investimento em um ciclocomputador é baixo, e a instalação pode ser feita por conta própria, já que o manual explica passo a passo como configurar o aparelho e anexar o computador e o sensor à bicicleta. Talvez o manual esteja em outro idioma, mas, em geral, as etapas são descritas com desenhos e números. A maioria dos manuais já traz uma tabela com os principais tamanhos de pneus disponíveis no mercado e o número correspondente que deve ser inserido no computador.

Talvez seja necessário medir a circunferência da roda da sua bicicleta. Você pode fazer isso de várias maneiras. Uma das mais comuns é marcar um risco no chão e estendê-lo até o pneu, no ponto mais próximo do chão. Depois complete uma volta no pneu empurrando a bicicleta, até o risco voltar a ficar no ponto mais próximo do chão. Então estenda o risco de volta ao chão e meça a distância entre os dois pontos no chão. Essa é a circunferência aproximada do pneu.

Caso queira uma ajuda, pesquise no Google e YouTube sobre instalação do seu modelo de ciclocomputador. Seria muito extensivo explicarmos como instalar cada marca e modelo de ciclocomputador.

Custo e Benefício

É possível comprar um ciclocomputador com menos de R$100. Por esse preço provavelmente será na versão com fio e contando apenas com funções básicas – o que pode não incluir o relógio. Já acima desse valor pode-se comprar um ciclocomputador sem fio, mas apenas com funções básicas, ou um modelo com fio, mas com funções adicionais.

O preço dos modelos mais refinados pode passar de R$ 2.000. Nesse patamar, os ciclocomputadores contam com telas grandes, coloridas e sensíveis ao toque, GPS, além de conectividade com sensores de potência, câmbios automáticos e leitores de batimentos cardíacos. É claro que nesses casos ele passa de um simples contador de giros da roda para um dispositivo inteligente e avançado de localização, controle e registro.

Mesmo no investimento mais baixo, o retorno é garantido. A opção mais básica ainda trará benefício. Mas, sinceramente… por uns pilas a mais, a função relógio é uma maravilha.

Os números podem ser uma fonte de satisfação. Ou ainda um desafio a ser completado, ou um recorde a ser batido.

Smartphones

A maioria dos smartphones das últimas gerações possuem sensores de movimento e rotação, além de conexão GPRS, EDGE, 3G e nos mais avançados, 4G, além de também poderem receber sinal GLONASS (GPS). A conexão GPRS, que é uma das mais primitivas formas de dados móveis para celular, já é suficiente para rastrear e registrar sua posição. Com base nisso, foram desenvolvidos aplicativos que registram as pedaladas em distância, posição e tempo. As pedaladas podem ser divulgadas ou compartilhadas em redes sociais, blogs e outros meios. Estes mesmos aplicativos já fazem as médias por dia, semana, mês e etc., além de darem opção de estabelecer metas e objetivos.

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Com um suporte acoplado no guidão ou mesa, o smartphone fica virado para o piloto e pode operar normalmente, usando aplicativos de monitoramento e localização. Fones de ouvido não são recomendados, visto que usá-los em vias públicas conduzindo veículos é infração e dificulta que o ciclista ouça o trânsito em sua volta.

Obviamente o smartphone não conta os giros de roda, mas suas contagens de distância são satisfatórias. O interessante do smartphone é não só a localização em mapas, mas também a conexão com dispositivos de monitoramento. E ainda há possibilidade de recarregar o smartphone enquanto pedala com a ajuda de um dínamo, que aproveita a energia de movimento da roda e gera eletricidade.

Usar seu smartphone como ciclocomputador em modalidades muito agressivas não é recomendado. Ciclocomputadores costumam ser à prova d’água e resistentes a impactos. Já smartphones são frágeis – principalmente a tela – e poucos são a prova de água e temperaturas muito baixas. A poeira também pode causar danos.

É importante lembrar que para usar a função GPS longe das redes de telecomunicação é necessário que seu smartphone tenha suporte para receber sinal GLONASS.

Propósito

O maior objetivo dos ciclocomputadores é o acompanhamento do desempenho pessoal. Quantos quilômetros você pedala por semana? Quantas calorias você gasta em uma pedalada? Qual sua velocidade média? Quantos quilômetros sua bike já rodou?

Os números podem ser uma fonte de satisfação. Ou ainda um desafio a ser completado, ou um recorde a ser batido. Mais motivação para pedalar!