Começamos o procedimento pelo câmbio dianteiro, que pode realizar uma comutação para coroas duplas ou duas comutações, em casos de coroas triplas. Este é um componente muito importante e o ajuste apropriado facilita muito a pedalada. Mas nem só de ajuste vive o câmbio dianteiro. É importante mencionar a compatibilidade de produtos.

Como mencionado, os câmbios podem ser:

  • Duplos (duas coroas)
  • Triplos (três coroas)

Atenção: procure evitar misturar produtos de marcas diferentes, pois os fabricantes empregam tecnologias diferentes que, se combinadas, podem não apresentar um bom rendimento.

As especificações do produto devem ser respeitadas para obter um rendimento de mudança satisfatório. É muito comum a combinação incorreta: coroas duplas X câmbio triplo. Existe a falsa impressão de que basta limitar o câmbio triplo que irá funcionar com coroa dupla, mas cada câmbio possui um perfil próprio, por isso é necessária a combinação do conjunto.

Raio X de um câmbio dianteiro

Agora que você já conhece alguns detalhes do câmbio dianteiro já podemos falar um pouco da regulagem. Ao observar o câmbio de perto você notará parafusos com as inscrições “H” e “L”, que significam HI e LOW, uma referência para a velocidade que aquela posição lhe proporcionará: HI – alta velocidade e LOW – baixa velocidade.

Ao ajustar o parafuso “H” você limitará a amplitude de movimento do câmbio, evitando assim que a corrente caia para fora do pedivela.

Trocadores

Além dos batentes, outro ponto muito importante para o funcionamento correto do câmbio é a tensão do cabo. Os câmbios são acionados a partir de um trocador ou alavanca que recolhe ou libera o cabo de acordo com o acionamento, fazendo com que o câmbio se mova conduzindo a corrente pelas engrenagens (coroas ou cassetes). Para que essas alavancas acionem os câmbios corretamente, de acordo com o passo indexado de cada marcha, a tensão do cabo deve ser apropriada: nem muito esticada nem muito frouxa.

Quando triplo, posicionado na coroa do meio e cassete maior, a placa interna do câmbio deve estar a 0.5 mm de distância da corrente. Na alavanca, geralmente existe um “esticador” que permite realizar o ajuste de tensão do cabo, possibilitando a sincronia das marchas. O procedimento para esticar ou soltar o cabo é o mesmo tanto para o câmbio dianteiro quanto para o traseiro. Em ambos podemos esticar ou afrouxar os cabos através desse esticador que fica posicionado no trocador ou no câmbio traseiro, mas nunca no câmbio dianteiro.

Câmbio Traseiro

No câmbio traseiro também existem os batentes ou limitadores que, assim como no dianteiro, possuem a mesma função, ou seja, limitar a área de atuação do câmbio. No entanto, no câmbio traseiro existe um outro parafuso de ajuste muito importante: o parafuso de “tensão B”.

Posicionamento do limitador de alta velocidade

Mas, cuidado: existe um ponto ao qual é necessária atenção: a gancheira do câmbio (parte do quadro da bike onde é fixado o câmbio traseiro). Caso haja uma queda ou batida no câmbio, essa peça serve como um fusível (inclusive, esta palavra é utilizada para designar a gancheira em alguns países latinos). Caso ela entorte, isso influenciará no trabalho do câmbio, uma vez que o mesmo ficará fora de alinhamento dificultando o ajuste e a troca das marchas. Nesse caso, procure uma loja especializada o quanto antes para realizar o alinhamento da gancheira ou até mesmo a sua troca.

Posicionamento do limitador de baixa velocidade