RAAM – O ENDURANCE DE BIKE MAIS CASCA-GROSSA DO MUNDO
O Race Across America, ou RAAM, é uma competição ciclística, de 5.000km, disputada anualmente, que atravessa os Estados Unidos da Costa Oeste a Costa Leste.
RAAMBRASIL
Tudo começou em 1998, quando pela primeira vez, o Prof. Mario Sanchez participou da RAAM, a mais dura prova de ciclismo de estrada do planeta, como staff voluntário de uma equipe brasileira. Foi convidado pelo Ricardo Arap e depois dessa participação veio a paixão por essa incrível e desafiante experiência de vida e retornou mais 8x como organizador e chefe de equipes brasileiras.
Atuou em equipes de duplas, Alexandre Ribeiro e Ricardo Arap, Carlos Galvão e Oscar Galindez, Ronaldo Mattar e Marcos Faria, diversos quartetos, inclusive a equipe de Porto Alegre, a RS1, que é recordista brasileira no atual percurso da Raam e solo, inclusive foi quem montou junto com sua sócia, Patricia Sabino, o Projeto do Mixirica que completou a Raam solo em 2019. Iniciou o trabalho do primeiro quarteto feminino brasileiro a participar da RAAM em 2020, a Equipe Celebration com Dani Genovesi, Simone Valle, Luciana Vinocur e Juliana Santos que por causa do Covid e fronteiras fechadas tiveram que mudar a equipe de apoio que sairia do Brasil.
Após tantos anos de experiência em apoiar as equipes na Raam, criou no Brasil, em são Paulo, a RAAMBRASIL, uma assessoria que faz toda a preparação para participar da prova, logística, simulados, prepara toda a papelada e coordena as equipes na prova.
Na sua 10ª participação na Raam, decidiu que desta vez seria pedalando. E para concretizar esse sonho teria que ser de uma forma viável financeiramente e fisicamente. Por essa razão escolheu criar uma equipe de 8 atletas. Dessa forma os custos estratosféricos seriam diluídos por 8. Um grande obstáculo para participar da RAAM são os custos. As inscrições chegam a US$ 1.900,00 por atleta e o total para a equipe pode chegar a US$ 60.000,00. Além disso toda equipe precisa de um staff grande com 6 a 8 pessoas, entre eles motoristas, navegadores, fisioterapeutas, médico, mecânico, nutricionista e cozinheiro. Inclui passagens aéreas, hotéis, carros de apoio, combustível, alimentação, suplementos, peças de bike etc.
A equipe tem que estar pronta para percorrer os EUA de costa a costa, 5.000km sem parar, em torno de 7 dias, com tudo que precisar! A parte física na prova, em octetos, significa que cada atleta pedala por volta de 100km por dia, por 7 dias seguidos, na maior velocidade que puder.
Os atletas se revezam constantemente a cada hora, dependendo do relevo e clima, sem parar. Enquanto uma parte da equipe está em ação fazendo as trocas, a outra parte da equipe descansa para retomar o rodízio. Além do treinamento físico existe a parte de relacionamentos pessoais, não é fácil ficar 7 dias dentro dos carros, dormindo e comendo mal com pessoas desconhecidas sob stress, pressão, cobranças e muita responsabilidade em cuidar dos atletas. O staff é exigido ao máximo também para nada dar errado. Qualquer erro de rota pode jogar uma disputa por água abaixo. Acidentes podem acontecer se o staff não estiver preparado e treinado também. Tolerância e respeito são coisas obrigatórias nessa jornada.
Após conversa com antigos participantes da RAAM, criamos o RAAMBRASIL TEAM, formado por 8 ciclistas amadores, pais, profissionais liberais, aventureiros que toparam o desafio (Mario Sanchez, Alessandro Pinto, Fernando Martins, Simon Morton, Daniel Baena, Rafael Figueiredo, Tarso Dellinghausen). Temos uma vaga em aberto pois um não conseguirá participar. Os atletas são de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. E um staff experiente (Patricia Sabino, Sônia Santos, Marcio de Oliveira, Fabricio Marcondes, Daniel Kullock, Marcos Knewitz).
O RAAMBRASIL TEAM já realizou treinos simulados indo até Paraty, Campos do Jordão e outros lugares. Muito importantes para entenderem a estratégia da prova, as trocas, os deslocamentos dos carros, o tempo de descanso para cada atleta, o que comer, como se recuperar mais rápido para o próximo turno.
Durante o percurso que sai de Oceanside na California e termina em Annapolis em Maryland a equipe enfrenta temperaturas no deserto que chegam a 50 graus e nas montanhas do Colorado que podem ser negativas. Ventos que não temos no Brasil que fazem a bicicleta ficar inclinada, tornados e chuvas fortes. Lugares inabitados que se a equipe não se abastecer de alimentos, água e gasolina poderá abandonar a prova. Altimetria total de 50.000 mts, encarando as Rocky Mountains e os Apalaches entre as mais duras subidas.
Em contrapartida, tem visuais deslumbrantes na California desde o litoral até no deserto de Borrego Springs, no Arizona e Utah como o Monument Valley, a Rota 66, as reservas indígenas dos Navajos, cidades históricas, lembranças do velho oeste, as montanhas magníficas do Colorado, um visual de tirar o fôlego, antigos campos de batalhas entre o Norte e Sul. São 5.000km de pura emoção, que ficam para sempre na memória de quem participa.
Continuamos no Projeto com os treinos e com busca de apoiadores e patrocinadores que tenham interesse em colaborar e apoiar a equipe.
