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Quais são as lesões mais comuns no ciclismo e como podem ser prevenidas?

Olá!

A partir de agora,  a Revista Bicicleta contará com a coluna de medicina esportiva onde eu, Ana Paula, e o Dr. Adriano Leonardi (Mestres em Ortopedia e Traumatologia, diretores da Sociedade de Medicina Esportiva e atletas amadores) vamos falar sobre todos os assuntos relacionados à saúde do ciclista, prevenção de lesões e tratamento de dores causadas pela bike e a atividade esportiva como um todo, além de tirar as dúvidas dos leitores.     

Dor no joelho

O joelho é o local mais comum para lesões por uso excessivo no ciclismo. Síndrome femoropatelar (joelho do ciclista), tendinite patelar, síndrome da plica medial e síndrome de fricção da banda iliotibial são algumas das lesões mais comuns do uso excessivo do joelho. As quatro primeiras lesões mencionadas envolvem dor ao redor da patela (ex-rótula), enquanto a última condição resulta em dor externa no joelho. As palmilhas personalizadas nos calçados, as cunhas abaixo dos calçados e as posições dos grampos podem ajudar a evitar algumas lesões por uso excessivo. O fortalecimento específico dos músculos do joelho e a correção da postura são fundamentais.

Ferimentos na cabeça

Uma das lesões mais comuns sofrida pelos ciclistas é a lesão na cabeça após uma queda, que pode ser desde um corte na bochecha até traumatismo crânio-encefálico. Usar um capacete pode reduzir o risco de lesões na cabeça em 85%. A maioria dos estados não têm leis que obrigam o uso de capacetes enquanto andamos de bicicleta, mas capacetes estão prontamente disponíveis para compra e normalmente o benefício supera enormemente o custo.

© Merida

Dor no pescoço

Ciclistas experimentam dor no pescoço quando ficam em uma posição de equitação por muito tempo. Uma maneira fácil de evitar essa dor é fazendo alongamentos nos ombros e pescoço que ajudam a aliviar a tensão do pescoço antes, durante e após o pedal. Postura imprópria também causa lesões. Se o guiador estiver muito baixo, os ciclistas podem ter de arredondar as costas, colocando assim tensão no pescoço e nas costas. Encurtamento dos isquiotibiais e/ou músculos flexores do quadril também pode forçar os ciclistas para arredondar ou curvar-se mais, o que faz com que o pescoço hiperestenda. Alongar estes músculos em uma base regular criará a flexibilidade, e será mais fácil manter a forma apropriada, o que muda a posição do guidão, tirando o estresse em excesso dos músculos cervicais utilizados e, finalmente, redistribuindo a pressão para diferentes regiões.

Dor ou entorpecimento do pulso / antebraço

Os ciclistas devem andar com os cotovelos ligeiramente dobrados (nunca com os braços esticados ou retos). Quando atingem solavancos e buracos na estrada, cotovelos curvados atuarão como amortecedores. Aqui, a mudança de posições das mãos também vai ajudar a reduzir a dor ou dormência. Duas lesões comuns de punho são a paralisia do ciclista e síndrome do túnel do carpo que podem ser evitadas alternando a pressão do interior para fora das palmas e certificando-se de que os pulsos não caem abaixo do guidão. Além disso, use luvas acolchoadas e tenha o costume de esticar/alongar as mãos e pulsos antes de andar de bike.

© Merida

Problemas urogenitais

Uma queixa comum de ciclistas do sexo masculino que passam muito tempo pedalando é a neuropatia pudendal, um entorpecimento ou dor na área genital ou retal. É tipicamente causada pela compressão do suprimento de sangue para a região genital. Um assento mais largo, com estofamento, um assento com reforço de amortecimento, mudar a inclinação do assento, ou usar shorts de ciclismo acolchoados, irão ajudar a aliviar a pressão na região.

Entorpecimento ou formigamento dos pés

Formigamento e anestesia nos pés são queixas comuns, e sapatos que são muito apertados ou estreitos são muitas vezes a causa. Além disso, o entorpecimento no pé pode ser devido à síndrome do compartimento crônica. Isso ocorre devido ao aumento da pressão na perna e à compressão dos nervos. O diagnóstico é feito por medições de pressão e é tratado com liberação cirúrgica; isso acontece nos casos crônicos e sem cuidados.

 ANA PAULA SIMÕES

Professora instrutora e Mestre em ortopedia e traumatologia pela Santa Casa de São Paulo. Especialista e membro do Comitê de Artroscopia e Traumatologia do esporte.  Médica assistente do grupo de medicina esportiva da Santa Casa de São Paulo. Vice presidente da sociedade paulista de medicina do esporte. Titular da   Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. Ainda cuidando dos bebês, mas já paquerando uma bike.

www.anapaulasimoes.com.br