Dados recentes sobre a depressão no mundo vêm revelando números assustadores. Segundo um relatório da OMS, por exemplo, até o fim do ano passado, 4,4% da população mundial já havia tido ou ainda tinha depressão. Em território brasileiro, esse número vai para 5,8%. O Brasil também é o país com mais pessoas ansiosas e estressadas da América Latina, sendo que 9,3% da população sofre com ansiedade. Atualmente, segundo a organização, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão.

Os tratamentos para esses problemas são inúmeros, e a medicina especializada vêm experimentando cada vez mais técnicas que se tornam parte importante dos processos de cura e controle de sintomas.

Pesquisadores revisaram oito estudos clínicos realizados com pessoas que faziam Pilates e com grupos de controles que praticavam outras modalidades esportivas ou eram sedentárias. A conclusão dessa meta-análise, publicada neste ano no jornal Complementary Therapies in Medicine, foi que o Pilates melhora, de forma significativa, no combate à depressão, com redução de até 81% dos sintomas.

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Ao tratar da ansiedade, o estudo apontou uma redução de até 46% das manifestações ansiosas. O método ainda reduz a fadiga (cansaço), aumenta a energia e alivia o estresse.

“Boa parte dos pacientes/alunos que atendemos já passaram por algum episódio ou tratam doenças como ansiedade e depressão, e a melhora de sintomas como apatia e baixa autoestima, por exemplo, foram aparentes com o decorrer das aulas”, explica a Dra. Gislaine Milena Marton, especialista em pilates, formada pela CGPA – escola renomada e ligada ao PMA (Pilates Method Aliance) dos Estados Unidos.

Ela explica que as aulas individuais em sua clínica proporcionam um ambiente agradável e calmo, o que ajuda o praticante a focar na respiração e na concentração na hora de executar um movimento, mais um benefício na busca pela diminuição do estresse. “Pessoas com algum problema emocional tendem a contrair pescoço, ombros e peito, com respirações mais curtas, mas durante o exercício elas aprendem a respirar melhor e de maneira adequada, sentindo encher os pulmões tranquilamente, relaxando toda essa musculatura acessória”, completa.

Se mexer ajuda a espantar a tristeza

Já é comprovado que atividades físicas ajudam no combate de doenças emocionais. Apenas tratamentos com medicamentos podem não resolver, ou melhorar, a mente de quem passa por esse sofrimento. Atividades físicas fazem muito pelo nosso bem-estar psicológico. E sabia que você não precisa completar uma prova de triátlon para receber esses benefícios? Atividades simples, cotidianas, já vão te ajudar muito:

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Mexa o corpo: pedalar, correr, nadar… Exercícios físicos promovem a liberação de endorfina e outros transmissores ligados à sensação de bem-estar. Além disso, se mexer estimula os neurônios e ajuda no hipocampo, parte do cérebro que reage ao humor.

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Caminhar: além de ser uma delícia dar uma volta ao ar livre, sem pressa, o contato com a natureza é cientificamente comprovado um alívio para a mente.

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Jardinagem: um estudo da Universidade de Bristol mostrou que a terra tem um efeito semelhante aos antidepressivos no corpo humano. Cultivar plantas ajuda na concentração e na paciência, o que automaticamente diminui a ansiedade. E mexer na terra faz você se mexer bastante também: levantar, abaixar, se esticar…movimentos que fazem o oxigênio circular melhor pelo corpo.

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Treinos de resistência: um artigo publicado em 2018 na revista JAMA Psychiatry afirmou que esse tipo de treinamento (como levantamento de peso e treinos de força) está associado a uma redução significativa dos sintomas depressivos, além de prevenir doenças crônicas e fortalecer ossos e músculos. Apesar de ser um exercício um pouco mais pesado, ele pode ser realizado em casa mesmo, um ambiente onde pessoas com depressão se sentem mais confortáveis. De acordo com a revista Time Health, os pesquisadores afirmaram que o treinamento de força se mostrou tão funcional e eficiente quanto os principais tratamentos para a depressão, como antidepressivos e terapias comportamentais.

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Dança: muitas pessoas já relataram como dançar as ajudou no processo de tratamento. Se você sempre gostou de dançar, que tal aumentar o som e dançar despreocupadamente por um tempinho? Pode ser sozinho(a) ou com mais pessoas. É revigorador para o corpo e para a mente.

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Passear com o pet: animais de estimação tem seu lugar em nossos corações. E eles também podem ajudar quem trata a depressão. Cachorros, em particular, têm muita energia para gastar. Sempre que possível, dê uma voltinha com eles. E se você não tem um animalzinho, pense em adotar um. O simples gesto de adotar e cuidar de um animal, que talvez esteja na rua sofrendo e sem atenção, já faz muito bem para o coração e para a mente.

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