Pedale contra o câncer

Pedale contra o câncer

Pedal e prevenção do câncer

Com a proximidade do Dia Mundial da Atividade Física — celebrado em 06 de abril — a importância das atividades físicas na prevenção e melhora da qualidade de vida de pacientes oncológicos é tema de saúde pública.

Por exemplo, segundo a International Kidney Cancer Coalition, a atividade física moderada pode reduzir o risco de contrair câncer de rim em até 22% e pode diminuir o avanço da doença em 15%, se diagnosticado cedo.

Conforme a fisioterapeuta especialista em oncologia do A.C. Camargo Cancer Center, Larissa Rodrigues Simões, “os benefícios vão desde a prevenção até a redução do risco de recidivas. Em geral as pesquisas sugerem que atividade física pode reduzir o risco de desenvolver alguns cânceres, além de auxiliar os sobreviventes a se recuperarem dos tratamentos, estender a sobrevida e reduzir o risco de recidiva”.

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Isso porque os exercícios promovem o equilíbrio dos níveis de hormônio, reduzem o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalecem as defesas do corpo e ajudam manter o peso corporal adequado.

Segundo a pesquisa “Atividade física e câncer: recomendações para prevenção e controle”, elaborado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), para a prevenção de câncer de mama, cólon e pulmão, o recomendado é que os adultos e idosos pratiquem ao menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, ou, ao menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa.

Apesar da recomendação de duração, Larissa reforça que “mesmo sem atingir o tempo recomendado, toda atividade física é bem-vinda e não apenas reduz os riscos de câncer, como também traz outros benefícios para a saúde”.

Ainda que a importância seja consenso na literatura científica, poucos sobreviventes do câncer são fisicamente ativos. Por isso, a profissional reforça a importância de as evidências recentes sobre prevenção e controle do câncer por meio das atividades físicas serem difundidas entre a população e os profissionais da área.

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A importância da pré-habilitação cirúrgica

O bom condicionamento físico também pode contribuir de forma significativa para o sucesso de uma cirurgia de tumores no aparelho digestivo alto — por exemplo, no fígado, pâncreas, esôfago e estômago e essa já é uma recomendação praticada pelo grupo de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo.

Segundo o Dr. Felipe Coimbra, cirurgião oncológico e líder do Centro de Referência em Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo, “A chamada pré-habilitação é essencial sobretudo para os pacientes mais idosos. Uma vez condicionada, a pessoa suporta melhor a cirurgia e tem uma recuperação mais rápida”, portanto, é muito importante realizar o preparo muscular, nutricional, cardiológico e respiratório antes da cirurgia.

A chamada pré-habilitação funciona com lógica parecida à de quem vai se preparar para uma corrida, por exemplo, pois leva em conta aspectos multidisciplinares, além de visar afastar os maus hábitos, como o tabagismo e a bebida alcoólica.

“A gente orienta a fazer caminhada, procurar uma academia, realizar exercícios respiratórios, além de avaliações pelas equipes de fisioterapia e nutrição. É uma avaliação geral, com suporte nutricional, motor, físico e psicológico”, afirma o médico.

A prática, diminui-se o tempo de internação, eventuais complicações e mortalidade, entre outras vantagens. “O objetivo é que após o tratamento oncológico, o paciente ganhe qualidade de vida e fique, se possível, numa condição mais saudável do que era antes”, complementa o médico.

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Benefícios da atividade física no tratamento oncológico

Os benefícios são inúmeros. Os principais destacados pela fisioterapeuta especialista em oncologia do A.C. Camargo Cancer Center, Larissa Rodrigues Simões, foram:

  • melhora da qualidade de vida;
  • controle do peso;
  • evitar atrofia muscular;
  • melhora da circulação sanguínea;
  • independência para atividades cotidianas;
  • melhora da autoestima;
  • diminuição de ansiedade e depressão;
  • diminuição de náuseas;
  • aumento dos níveis de defesa corporal;
  • melhora do humor e integração na sociedade.
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Atividade física no A.C. Camargo Cancer Center

Acompanhando os últimos estudos e a literatura científica, o A.C. Camargo Cancer Center busca inserir as atividades físicas no tratamento de pacientes oncológicos. Dois exemplos são as aulas de dança e yoga.

“Sempre enfatizamos e incentivamos a prática diária de atividade física, no diagnóstico, durante e após o tratamento”, reforçou Larissa.

No A.C. Camargo, ela é coordenadora do grupo “Fisio Dança Terapia”. O objetivo do projeto é, de forma lúdica, reabilitar os pacientes e incentivar a prática de atividade física. As aulas são semanais e com duração aproximada de 1 hora. “O grupo não dá alta aos pacientes, incentivando assim, que mesmo ao término do tratamento, eles continuem ativos”, enfatizou.

Além do grupo de dança, um segundo exemplo de atividade disponibilizada é o yoga. A prática, que tem como objetivo promover a melhora física e mental, não tem custos para os pacientes e é ofertada na unidade Pires da Mota.

“A Yoga além de ser prazerosa de conexão corpo e mente, é capaz de transformar movimentos corporais em energia vital e mente renovada. Sua prática tem benefícios comprovados para pessoas de todas as idades, especialmente nos pacientes oncológicos e para os cuidadores e equipe de saúde”, completou o Dr. José Claudio Casali da Rocha, diretor do Departamento de Oncogenética do A.C. Camargo.

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Sobre o A.C.Camargo Cancer Center

Inaugurado em 1953, o A.C.Camargo Cancer Center tem uma trajetória grandiosa no combate ao câncer, por ser um centro integrado de diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer, referência internacional e modelo sustentável de atuação social.

Os pacientes recebem assistência integrada e humanizada, desde o diagnóstico até a reabilitação. Na área da pesquisa, atua para ampliar o conhecimento e gerar descobertas que representem avanços no tratamento, diagnóstico e prevenção da doença. Na área de Ensino é a principal instituição formadora em

oncologia do país.

Ao todo, são mais de 5 mil profissionais engajados com o propósito de combater o câncer paciente a paciente.