São vários os elementos que propiciam a mudança de hábitos. No caso de quem troca o carro por um transporte ativo, não é só uma questão de convencimento. A pesquisa “Improving Livability Using Green and Active Modes” (“Melhorando a Habitabilidade Usando Modos Ativos e Verdes”, na tradução livre), realizada pelo Instituto de Transportes de Mineta (MTI), nos Estados Unidos, apontou o “estresse do tráfego” como uma das barreiras para as viagens motorizadas e que afasta as cidades de alcançar uma mobilidade sustentável.

Baseados em dados coletados em diferentes cidades norte-americanas, os autores do estudo determinaram que a escala de “nível de estresse do tráfego” (LTS) começa no nível 1, que corresponde a um baixo grau de estresse – ou seja, ruas com baixos limites de velocidade, onde pedestres e ciclistas podem transitar com tranquilidade – e vai até o nível 4, que implica o maior estresse possível, com muitos veículos, altas velocidades permitidas e perigo para pedestres e ciclistas. O estudo concluiu que o nível 2 (na imagem, LTS 2) é o melhor para o uso integrado de bicicletas ou do transporte a pé com o transporte coletivo.

Uma via de nível de estresse de tráfego 2 é aquela onde o ciclista está separado fisicamente do tráfego de veículos – em uma área exclusiva para bicicletas próxima ao fluxo ou em uma rua compartilhada, onde bicicleta e veículos se misturam, mas o limite de velocidade é baixo (de 30 a 40 km/h) e a largura da pista é limitada a duas ou três faixas.

As zonas de baixo estresse de tráfego podem levar mais pessoas a usarem a bicicleta, além de trazer mais segurança para quem já pedala na cidade.

Gráfico de LTS produzido pela agência Alta Planning mostra os níveis de estresse de tráfego em relação ao nível de interesse dos ciclistas.