O oncologista Ramon Andrade de Mello lembra que o excesso de peso está associado a 13 tipos de tumores oncológicos.

 “Praticar atividades físicas regularmente faz muito bem para a saúde. Os benefícios dos exercícios frequentes estão comprovados em estudos publicados ao longo dos anos. As recomendações são para a prevenção de algumas doenças como o câncer, e para problemas cardiovasculares”, recomenda o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Ramon Andrade de Mello destaca que até mesmo os pacientes em tratamento oncológico podem se exercitar: “As pessoas que passam por quimioterapia e radioterapia geralmente apresentam fadiga. Por isso, é importante ter uma avaliação médica e orientação sobre a melhor atividade física nessa etapa. Manter repouso constante pode levar a perda de massa muscular e prejudicar a saúde”.

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As pesquisas mostram que é preciso praticar, ao menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de intensidade vigorosa. Seja qual for a opção, o importante é começar e não parar. “Se não conseguiu fazer alguma atividade física em uma semana, retome na próxima. Pequenas mudanças de hábitos também ajudam como, por exemplo, descer alguns pontos de ônibus antes da sua parada final e trocar o elevador pelas escadas”, sugere o oncologista.

Reduzir o índice de massa corporal é outro objetivo importante para a saúde e ajuda a prevenir aproximadamente 30% das doenças oncológicas. Segundo Ramon Andrade de Mello, o tecido gorduroso pode provocar um estado inflamatório sistêmico nas pessoas, contribuindo para elevar os níveis de determinados hormônios que, por sua vez, promovem o crescimento de células cancerígenas.

O excesso de peso está associado a cerca de 13 tipos de câncer como os tumores do esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, mama, entre outros. No Brasil, a obesidade vem se tornando um problema cada vez maior de saúde pública. Uma estimativa feita pela World Obesity Federation, organização internacional promotora da redução, prevenção e tratamento da obesidade, mostra que 30% da população adulta brasileira deverá ser obesa em 2030. Dados da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) de 2021, levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, mostram que 22% da população brasileira adulta já apresenta obesidade.

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“Precisamos mudar já nossos hábitos. As autoridades púbicas na área de saúde têm um grande desafio pela frente. A adoção de medidas preventivas contribui para melhorar a saúde da população, bem como reduzir os futuros gastos com tratamentos onerosos de doenças que poderiam ser evitadas. É fundamental que cada cidadão avance o primeiro passo e comece, hoje mesmo, a cuidar um pouco mais da sua saúde”, conclui Ramon Andrade de Mello.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology — ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology — ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology — ASCO).

Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

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