Você está andando pela cidade e de repente cruza com uma floricultura itinerante sobre uma bicicleta. No meio de tanto cinza de construção e asfalto, as flores coloridas são um descanso para os olhos, graças às bicicletas.

Receita para uma cidade mais bonita: junte duas mulheres criativas, coloque um sorriso em seus rostos, adicione flores coloridas e as deixe ao ar livre sobre bicicletas circulando por aí. Eis A Bela do Dia, uma floricultura itinerante nascida em abril, em São Paulo, através da iniciativa da jornalista Marina Gurgel Prado e da promotora de eventos Tatiana Pascowitch.

As bicicletas circulam de segunda à sexta, entre 14 e 18h, realizando entregas em vários lugares de São Paulo (confira no site abeladodia.com).

A ideia da floricultura partiu de Tatiana, que há algum tempo sonhava trabalhar com flores. “Nosso objetivo é florear a vida das pessoas. Queremos democratizar as flores. Além disso, quando montamos A Bela do Dia, também pensamos em melhorar nossa qualidade de vida no trabalho e sermos mais realizadas profissionalmente”, afirma.

O funcionamento da floricultura itinerante é diferente de uma floricultura em um ponto fixo. Elas explicam: “trabalhamos com apenas algumas opções de flores por dia, o que nos permite fornecer arranjos a um preço acessível e evitar o desperdício. Nossas flores são sempre as da estação, de produtores locais, aquelas que estão mais frescas”.

À princípio, a dupla até pensou em utilizar uma Kombi para montar a floricultura móvel, mas logo elas perceberam o potencial da bicicleta e optaram pelas magrelas. “A bicicleta foi a resposta que encontramos para nos locomovermos melhor na cidade, que está intransitável com o excesso de carros. Ela também é uma forma de trazer de volta algo mais humano, de não entregar apenas um produto, mas levar à pessoa que recebe a flor uma quebra no dia-a-dia estressante. Além de ser mais fácil de atingir nossos consumidores, pedalar é uma delícia”, celebra Marina.

Além de ser mais fácil de atingir nossos consumidores, pedalar é uma delícia

Como atualmente as cidades carecem de adornos que as embelezem, com a bici a dupla consegue espalhar alegria e boniteza não só para quem recebe as flores. “As pessoas abrem sorrisos ao ver nossa bicicleta passar, param para conversar e até quem está de carro sai um pouco daquele mau-humor. Inclusive, percebemos que a intransigência dos motoristas com as bikes têm diminuído bastante”, comemoram.

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Mas por estarem nas ruas, o tempo sempre influencia na logística. “Quando está mais quente, tem mais gente na rua, mas precisamos escolher flores mais resistentes. Quando a temperatura cai, as flores aguentam mais, mas o movimento diminui. Agora, se houver uma mudança de temperatura muito brusca, aí esquece…Melhor sair só para as entregas”, afirmam.

As entregas só não são feitas de bicicleta quando chove, pois as pétalas não podem molhar, quando o destino é muito longe ou quando o percurso inclui muitos aclives. “A bicicleta tem que facilitar, não dificultar. Como nossa bicicleta não tem marcha, sofremos muito nas subidas. Nesses casos, infelizmente entregamos de carro, mas estamos procurando uma bicicleta elétrica para enfrentar as subidas, e também estamos fazendo uma parceria com bike couriers para entregar em outras regiões, mas neste caso há um acréscimo na taxa do serviço”, explica Marina.

Em tempos de beleza trancafiada em espaços internos, protegidos, há de se comemorar algo que seja visualmente bonito nas ruas. Algo que traga de volta um pouco de vida em meio à selva de concreto e de máquinas. Algo tão humano quanto saber apreciar bicicletas rodando com flores por aí.

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Peça suas flores: (11) 2935-0282 ou 2935-0283.