Será que vem aí uma grande mudança para o universo da bicicleta?
Shimano patenteia um sistema de transmissão de 13 velocidades sem cassete. A marca japonesa já produz transmissões de câmbio indiscutivelmente boas. Aí fica a pergunta: por que ela se preocupou com uma caixa de câmbio?
Depois de criar mistério com seu projeto de freios ABS para bicicletas, a Shimano continua deixando seus fãs curiosos. E levando em conta a tamanha influência que a marca tem no ciclismo mundial, essa poderá ser mais uma grande mudança para o universo da bicicleta.
Na semana passada, a marca registrou a patente de uma transmissão interna de 13 velocidade; um sistema que dispensa cassete e desviador. O sistema não é novo, mas chamou a atenção da Shimano, o que pode significar boas e novas tecnologias surgindo.
A Shimano patenteou uma caixa de câmbio que pode significar a mudança mais importante desde a roda 29”. Porém, na própria patente, em nenhum momento se chama “caixa de câmbio”.
A patente inclui os gráficos e a descrição de um sistema, já muito avançado em seu desenvolvimento, baseado em uma caixa de velocidades sequencial conectada à roda traseira por meio de uma correia de transmissão.
Esta caixa de câmbio é integrada ao quadro da bicicleta, entre o tubo inferior e o seat tube, acima do pedivela. E ele não pode ser instalado nos quadros atuais das bicicletas, necessitando de um quadro próprio que permita a adoção do sistema.




A proposta é que o primeiro dos dois cassetes possa se mover horizontalmente para manter uma linha reta, reduzindo o arrasto, que é a principal desvantagem de uma caixa de velocidades.

Entendendo uma caixa de câmbio
Para não complicar: em uma bicicleta, uma caixa de câmbio aloja todos os componentes de mudança dentro de uma caixa totalmente selada que é montada no quadro.
O funcionamento de uma caixa de câmbio varia de fabricante para fabricante. No mercado atual de caixas de câmbio, a Pinion é líder indiscutível, e a marca utiliza um sistema de engrenagens retas móveis e intertravadas para fornecer seis, nove, doze ou dezoito engrenagens em uma faixa mais ampla do que uma típica transmissão do câmbio.


Prós e contras da caixa de câmbio
Confiabilidade e resistência: a caixa é completamente selada, portanto não é afetada por condições externas e é protegida de choques, e é praticamente impossível que uma alteração falhe, além de reduzir muito as manutenções.
A maioria das caixas de velocidades também permite que você troque sem pedalar, o que pode ser útil em determinadas circunstâncias.
Em mountain bikes, mover o peso não suspenso para o quadro também pode melhorar significativamente o desempenho da suspensão.
Porém, a caixa de engrenagens é mais pesada que o sistema atual de corrente, coroas, cassetes e desviadores e também produz uma resistência “maior” na pedalada, já que todo o sistema deve ser empurrado.
O que esperar da novidade da Shimano
A marca quer evoluir explorando novas opções (isso é lógico, levando em conta que o sistema de monoplacas com cassete já atingiu seu limite com as 13 velocidades devido ao cruzamento da corrente).
Além disso, a Shimano embarca em desenvolvimentos de novos sistemas e tecnologias porque recebe a aprovação/pedido de fabricantes, já que para isso precisa de estruturas completamente novas.
Se a indústria conseguir impor esta caixa de câmbio como padrão, isso significará que novamente você precisará alterar os quadros e, portanto, tudo.
O mesmo aconteceu quando vieram as rodas 29 “e 27’5”, proporcionando à indústria encontrar um novo começo para o desenvolvimento de novos componentes e a roda continua girando.
O que você achou da nova ideia da marca? Vai reinventar ou não?