Dentre os inúmeros fabricantes de bicicletas que existiam no país na década de 60 – e eram muitos, desde os pequenos aos grandes fabricantes – a Monark se destacava no mercado nacional, pois a empresa possuía uma política para conquistar clientes que incluía uma linha de produtos diversificados para todas as idades.

Outra ação importante da fábrica eram os lançamentos de bicicletas comemorativas, geralmente ligados ao tema futebol, cujo ápice aconteceu durante os anos 60 com as séries: “Olímpica 60”, “Brasil 62”, “Panamericana” e “2001” (essa série foi curiosa por que marcou, provavelmente, o primeiro trabalho de marketing para o seguimento. Ela foi colocada no mercado em 1979, junto com o lançamento do filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, cujo mote de propaganda era a bicicleta mais moderna do mundo). Depois vieram a “Seleção de Ouro” e a mais conhecida de todas as séries devido à conquista do “tri” pelo Brasil, com a “Olé 70”. A maioria dessas bicicletas tinham a pintura ou adesivos especiais para diferenciá-las dos demais modelos fabricados. Não demorou muito para que sua principal concorrente, a Caloi, seguisse a receita de sucesso, e entrou no mercado com uma linha que homenageava os times de futebol, principalmente do eixo Rio X São Paulo. As duas exceções que tematizaram a seleção brasileira foram as séries “Caloi 66” e “Canarinho”. 

O Museu da Bicicleta de Joinville, em Santa Catarina, possui várias bicicletas comemorativas em sua coleção. Aproveitamos para comunicar em primeiríssima mão aos leitores da Revista Bicicleta, que no próximo dia 9 de março o MUBI será reaberto de forma definitiva ao público, na condição de única entidade museológica com essa temática em toda a América do Sul. A revista fará uma matéria especial que retratará esse importante momento para a História da Bicicleta no Brasil.

A escolha desse modelo para esta edição foi baseada em dois requisitos importantes. Ela será um dos destaques do acervo do museu, e a raridade do modelo e sua história. Ela está totalmente original, inclusive com seus pneus. O seu antigo proprietário, Sr. Gladstone, manteve essa preciosidade pendurada em seu apartamento em Volta Redonda – RJ, por quase 40 anos.

Outra informação importante é que o modelo fugiu aos padrões da fábrica por tratar-se de um modelo “esporte/passeio”, um conceito de bicicleta que a fábrica ainda não havia experimentado no país. Apesar de não possuir câmbio, um luxo caro para a época, ela desenvolvia bem. Chama a atenção a composição das cores (vinho com bege claro), e os desenhos dos cachimbos ou luvas de fixação dos tubos do quadro, principalmente na caixa de direção, cujos desenhos lembram o frontal das “AutoMoto” francesas. Muito leve, a relação simples de 50 X 20, oferece boa velocidade no plano e muito conforto nas subidas não muito íngremes. No geral, toda a composição da bicicleta é muito interessante.

© Valter F. Bustos
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