COMO SÃO OS PEDAIS DE GRAVEL BIKE?

Sempre que me perguntam sobre o pedal de Gravel, digo que é algo totalmente diferente das conhecidas Mountain Bikes (MTB) e Road Bikes (Speed).

E sugiro avaliar o que pretende fazer com a bicicleta, em qual terreno deseja utilizar e principalmente: o que espera que ela te entregue durante o pedal?

© BH Gravel

A maioria dos modelos são bikes totalmente rígidas (sem qualquer tipo de amortecimento). Com isto, naturalmente, se tornam mais duras quando usadas em terrenos muito irregulares. Algumas marcas entregam modelos com suspensão dianteira e/ou traseira, além de amortecimentos no canote e mesa, mas a maioria absoluta não conta com nenhum recurso adicional.

Com seu estilo mais aero, são bem rápidas no asfalto, permitindo com muito conforto giros longos com muita fluidez, além de serem surpreendentemente velozes e divertidas no cascalho. Posso fazer trilha com Gravel? Certamente, tendo em mente que não estará em uma MTB, que não possui suspensão e que demandará uma tocada mais cuidadosa. Mas posso transformar minha MTB em Gravel, trocando o guidão, ou utilizar pneus maiores, caso meu quadro caiba? Vamos falar sobre este tema em outro momento. Por hora vamos seguir com a ideia de que estamos falando sobre Gravel Bikes “tradicionais”.

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Voltando a rigidez dos modelos, esta é a característica mais percebida quando se inicia na modalidade, além da intensidade (configuração do grupo de marchas). O ciclista deverá entender que eventualmente ocorrerão situações de impacto e necessidade de força. Porém, com a escolha correta dos pneus, calibragem e configuração, o giro se torna divertido e fluído.

Assim sendo, dois fatores são importantes a serem avaliados antes da compra de sua Gravel: pneus e grupo.

Diferentemente das bikes de estrada e seus pneus finos (23, 25, 28mm) com calibragem alta (80, 100, 120 psi), as Gravel Bikes atuais são vendidas em sua maioria com pneus 38, 40, 42mm / aro 700. A calibragem é muito pessoal, mas a maioria utiliza 30 a 50 psi, dependendo do peso e tipo de terreno. Interessante ressaltar que o uso de pneus tubeless (com selante) é recomendado pois evita as famosas snake bite (mordidas de cobra), quando a câmara de ar rasga ao ser pressionada pelo aro, além de aceitarem com mais segurança baixa calibragem. Existe exceções: modelos com rodas 650b e pneus maiores; uso de protetores de aros; uso de pneus de MTB; são escolhas pessoais que vão surgindo na medida que usuários sentem necessidade de mudanças.

Quanto ao grupo, no mercado brasileiro, temos modelos sendo vendido com grupos “100% Road”, ou seja, extremamente pesados, o que poderá causar uma impressão negativa quando são utilizados em terrenos de cascalho, pois, certamente, para maioria, “faltará” marcha em trechos íngremes. Com isto adaptações se tornam comuns, gerando um gasto extra e até mesmo qualidade duvidosa do grupo que nem sempre comporta tais adaptações, gerando um desgaste excessivo e quebras.

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Portanto, podemos concluir que as Gravel Bikes são modelos compatíveis com praticamente todos os terrenos, tendo as estradas de terra (cascalho) e asfalto como o melhor cenário. Possuem relação de marcha mais pesada, exigindo mais do ciclista (situação contornada com adaptações de acordo com o modelo escolhido). São extremamente velozes para quem busca intensidade e/ou divertidas para quem busca curtir um treino diferente. Elas convidam o ciclista a se desafiar, pois são totalmente adaptáveis ao uso urbano e uso na terra, tendo, no mesmo treino, vários cenários. E além disso, possuem uma mecânica mais simples e funcional.

Por fim, vale ressaltar que o uso do guidão drop poderá causar estranheza a quem nunca pedalou nesta configuração e posição. Mas nada que alguns treinos em locais planos não possam gerar, proporcionando confiança total no equipamento.

Boas pedaladas!!

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