L’Eroica 2022

Como acontece há 25 anos, o ritual foi repetido no sábado, 1º de outubro, e depois no domingo, a galera sorridente e apaixonada pela L’Eroica voltou a pedalar na famosa “Strada Bianca” da província de Siena, com saída e chegada na pequena Gaiole in Chianti que em 2009, foi indicada pela revista Forbes como um dos mais habitáveis ​​da Europa.

Este ano o evento contou com a presença de 8010 ciclistas, multiplicados talvez por dois ou mesmo por três entre companheiros, curiosos e simples entusiastas, distribuídos pelas ruas desta.

38 por cento dos participantes vieram do exterior, mais precisamente de 48 países, sendo 13 por cento de mulheres, ou seja, mais de 1000 que no fim de semana pedalaram por uma das cinco rotas disponíveis.

Para os estatísticos, mais de 3.300 ciclistas escolheram as rotas mais longas de Chianti a Val d’Orcia no sábado, atravessando um território que é a inveja do mundo. No sábado, os ciclistas mais treinados, capazes de percorrer distâncias importantes e largar no escuro, apareceram na largada. Algumas delas até às 4h30 com bicicletas construídas antes de 1930. No domingo foram mais de 4.600 na largada, distribuídas pelos percursos mais curtos, de 46 a 106 quilômetros, dentro da área de Chianti.

Entre os participantes também grandes campeões: de Beppe Saronni a Gianni Bugno, de Damiano Cunego a Morena Tartagni e Andrea Noè.

Em meio a essa multidão de ciclistas, o Brasil foi representado, pela “Squadra brasiliana” como os italianos chamavam o grupo com uniforme de época do Brasil. Eram 10 brasileiros, com destaque para o Paulinho do Sampa Bikers que participou com uma bicicleta de 1927.

Nascida em 1997, a L´eroica, foi criada por Giancarlo Brocci, comemorou seu vigésimo quinto ano:

“Foi uma festa maravilhosa entre pessoas incríveis. De uma beleza transbordante e até constrangedora, declara Brocci.

Já começamos o segundo quarto de século e a contagem regressiva para o próximo ano. A L’Eroica percorreu um longo caminho, mas pode percorrer um longo, longo caminho. A essa altura, L’Eroica representa um estilo de vida que contagia pessoas de todas as idades e origens. Uma beleza infinita que nos faz sonhar”.

A RAI transmitiu ao vivo as três primeiras horas da edição deste ano. Foi sensacional!

A L’eroica é um evento grandioso, um encontro onde o entusiasmo de milhares de pessoas que, por diversos motivos, vivem um fim de semana de grande festa a pedalar; a festa de L’Eroica.

E não é só de pedalada e festa que temos por lá, uma enorme feira com artigos de época se espalha por toda cidade e muita atração paralela durante todo o final de semana.

A camisa amarela de Gino Bartali do Tour de France de 1948, restaurada pela Opera Laboratori Fiorentini, que o Museu Rai em Turim, disponibilizou para contar uma pequena parte de sua história foi uma dessas grandes atrações a parte.

Em 2023 a data já está marcada, como sempre, o primeiro fim de semana de outubro; encontro na XXVI edição, o primeiro ano de outros 25 para conviver com um povo maravilhoso que não para de crescer. Imparável.

Sobre a L’éroica

A L´eroica é um tipo de evento muito tradicional na Itália, que é conhecido como Ciclo histórica. Que são eventos onde os participantes devem pedalar bicicletas fabricadas até 1987 e vestidos a caráter, com roupas de época, roupas de ciclismo antigas. Pode ser considerada a mãe de todas as ciclo-históricas, são dezenas que acontecem por lá.

No Brasil, temos o Giro Vecchio, que acontece nos mesmos moldes, e que em 2023 fará parte das etapas do Giro de Itália d´Época, que é a reunião de vários eventos do tipo na Itália.

O Giro Vecchio será o único evento fora da Itália, que fará parte desses grandiosos eventos que deixam vivo a história do ciclismo mundial.

Fotos: Paolo Penni Martelli