A convite da ABRACICLO fomos a Manaus para conhecer as quatro fábricas de bicicletas que são responsáveis pela quase totalidade das bicicletas produzidas no Brasil. Conhecer as fábricas instaladas em Manaus, Caloi, Audax, Ox/Oggi e Sense, ampliou nosso conhecimento e nos ajudou a entender melhor os processos e como os produtos são produzidos e distribuídos. Também foi uma excelente oportunidade para que pudéssemos conhecer as pessoas que estão por trás deste universo!

© ilipefrazao / depositphotos.com

Num clima descontraído e de forma impecável fomos calorosamente recebidos, tratados e conduzidos pela equipe da ABRACICLO. Com visitas programadas tivemos a oportunidade de trilhar todos os setores de planejamento e produção das quatro fábricas, que produzem cerca de 4 mil bicicletas/dia. Podemos ver, tocar e até participar de alguns processos e, em alguns casos experimentar as bikes que acabaram de sair da linha de produção. Por fim, o evento nos deu oportunidade de conhecer como funciona o Pólo Industrial de Manaus através do contato junto à equipe do Suframa.

Há muito cobrávamos da ABRACICLO maior participação e iniciativa, voltada ao setor de bicicletas, visto que o setor de motocicletas ganhava as vezes de filho primogênito da entidade. Vale ressaltar que por cerca de três décadas a ABRACICLO contou com apenas um associado (CALOI) do setor de bicicletas. Nesse período sua grande força motora advinha, de fato, do setor de motos. Recentemente, mais três empresas – Audax, Sense e OX/OGGI – tonificaram o setor bicicleta e, naturalmente espera-se agora um olhar mais atento e efetivo à centenária bicicleta.

O evento programado pela ABRACICLO em Manaus teve, justamente esse objetivo, startar o novo momento da entidade junto ao segmento bicicleta. Segundo João Ludgero – vice-presidente da ABRACICLO para o segmento de bicicletas – o “evento significou um passo importante para a Abraciclo mostrar que é uma entidade que se mostra cada vez mais comprometida para auxiliar o avanço deste setor. E a mídia especializada é uma grande parceira e parte importantíssima neste processo. As mídias presentes no evento superaram as expectativas da Abraciclo, principalmente pelo conhecimento técnico e engajamento que os jornalistas possuem neste setor. Na visão da Abraciclo”, prossegue Ludgero, “o uso da bicicleta será cada vez mais intenso nos próximos anos. Principalmente pela necessidade de uma mobilidade urbana mais eficiente e mudanças de hábitos dos brasileiros. Trata-se de um crescimento sustentável que dificilmente regredirá. A Abraciclo já enxerga esta tendência e por isto tem apoiado intensamente ações que visam a melhoria deste segmento e também melhores condições para os usuários de bike. Por isto é a favor de inciativas que gerem mais segurança para os usuários. A Abraciclo está focada em ajudar na evolução do uso da bicicleta de forma sustentável e segura”. Gostamos do discurso e, que a prática siga o tom. Compartilhamos o ponto de vista de Henrique Ribeiro – diretor da Sense Bike – “Esperamos que a Abraciclo possa incentivar investimentos governamentais voltados ao ciclismo”.

© caloi divulgação / © audax divulgação / © ox oggi divulgação

Do que Manaus é Capaz

Faz poucos anos – e por cerca de duas décadas – que os ciclo-entusiastas reclamavam por bicicletas de qualidade no Brasil. A partir da década de 90 as gringas invadiram o país com qualidade e conceito superior, a ponto de muitos duvidarem se um dia teríamos bikes à altura fabricadas por aqui. Nós, como mídia, aumentamos o volume dessas reivindicações, e não era pra menos, as nativas estavam, em sua maioria, muito aquém das importadas. Pois bem, o cenário mudou, contrário a que muitos ainda pensam, e o PIM (pólo industrial de Manaus) pode provar isso. Engajados à causa, várias marcas brasileiras buscaram, e continuam buscando, conhecimento, tecnologia e equipamentos que, sem nenhuma dúvida, resultam em bicicletas com engenharia de alta qualidade.

O novo presidente da Caloi no Brasil, Cyro Gazola, comenta: “Nos últimos anos com a aquisição pelo Grupo Dorel, tivemos acesso à outras tecnologias e outras empresas e marcas do grupo, que hoje fortalecem ainda mais seus padrões no Brasil. Isto se confirma hoje ao estarmos realizando o desenvolvimento de produtos em conjuntos com nossas marcas globais tais como Cannondale e Schwinn, mas também… ao implementarmos em Manaus uma complexa linha de produção CKD para os produtos de high-end no Brasil, que hoje permitem a produção de marcas como Cannondale, GT e Caloi”.

Foi isso que o evento em Manaus, bem como essa matéria, querem mostrar ao Brasil. “Considero de extrema importância que os ciclistas brasileiros saibam o que existe em nosso país. Eles podem ter segurança em dizer que as indústrias de Manaus estão à altura das asiáticas”, enfatiza Henrique Ribeiro. Tulio Bezerra – diretor comercial da AUDAX – complementa: “mostrar ao Brasil através da imprensa, que as indústrias de bicicletas de Manaus tem feito um esforço grande para produzir produtos com qualidade e tecnologia. A marca Audax é baseada no mesmo sistema de trabalho de Qualidade e diversificação de componentes mundialmente conhecidos como Fox, Rockshok, FSA, Shimano, Sram, Pneus Continental, Mitas entre outros, equipamentos usados nas maiores marcas mundiais de bicicletas”.

Segundo Daniel Douek, diretor de marketing da OGGI, “as bicicletas produzidas dentro do PIM não perdem em nada no quesito qualidade para as bicicletas feitas fora do Brasil. Além disso ela tem um preço competitivo e acessivo para todos e o consumidor adquire Bikes com menores impostos e custo acessíveis. Ou seja melhor custo x beneficio…e isso naturalmente faz com que o ciclismo se desenvolva e se fortaleça cada vez mais no país”.

Imprensa convidada pela ABRACICLO. © sense divulgação

Não, não estamos dizendo que as bicicletas produzidas aqui, estão técnica e detalhadamente no mesmo nível das gringas – claro que não! E não é isso, essencialmente, que as citações acima afirmam, categoricamente. Temos, hoje, bikes de alto nível mas, obviamente, não com a performance e “acabamento” das marcas que já estão nesse processo por 30, 40 anos, e nem teria como ser diferente. Henrique Ribeiro resume bem isso: “Nosso sonho é estar no mesmo patamar de comparação das marcas internacionais”.

Mas é um fato, a página foi virada e hoje temos orgulho de falar das bicicletas produzidas aqui. E isso é só o começo. As bicicletas feitas em Manaus, bem como outras em outras regiões do país, são o suporte dessa grande transformação. João Ludgero aremata bem essa toada: “estas empresas trabalham para oferecer aos ciclistas brasileiros produtos de alta qualidade e tecnologia, além de se esforçarem para se tornarem mais competitivas. Tal conduta representa compromisso e respeito com o ciclista e com o país. E é desta forma que pretendemos ajudar a melhorar o mundo e, ao mesmo tempo, com o nosso produto tão especial, oferecer saúde, diversão e mobilidade”.

Por que a Caloi está em Manaus?

“A Caloi está em Manaus desde a década de 70 por acreditar no Pólo Industrial de Manaus (PIM) como alternativa de desenvolvimento da indústria Brasileira e de empregos ao longo de mais de 40 anos. A presença da Caloi em Manaus, e de outras indústrias no setor bicicletas nos últimos 4-5 anos, tem ajudado também a desenvolver a estrutura de fornecedores no Brasil, como parte dos requerimentos do PPB (Processo Produtivo Básico) ligado ao Pólo Industrial de Manaus.”
Cyro Gazola

Por que a Audax está em Manaus?

“O projeto da Audax, foi concebido em Manaus devido a busca de competitividade no mercado para bicicletas premium, que só devido aos benefícios oferecidos pela Zona Franca de Manaus é possível ter uma equiparação tributária com as outras indústrias nacionais do segmento.”
Tulio Bezerra

Por que a OX/OGGI está em Manaus?

“Porque Manaus é o Polo Industrial de duas rodas e região com incentivos validada até 2073 e único lugar possível para produzirmos bicicletas em condições de competir com as bicicletas feitas na Ásia.”
Daniel Douek

Por que a Sense está em Manaus?

“Manaus nos possibilita entregar aos ciclistas do Brasil a qualidade que eles merecem com preços aderentes.”
Henrique Ribeiro

Manaus uma “Ilha”

Os empresários de Manaus costumam se referir a Manaus como uma ilha. O motivo é a dificuldade na logística de transporte, onde em nenhum caso se pode chegar ao centro-nordeste-sul do pais 100% via terrestre.

Joel Silva, gestor da Sense Bike nos ajuda entender melhor com os modelos de transporte disponíveis para escoamento, veja:

1 Navios via Container: Navios seguem a portos de outras regiões do Brasil, processo leva entre 20 e 40 dias de acordo com o Porto, mais o tempo do Porto de destino, aumentando o tempo final.

2 Balsas: Caminhões e Carretas que saem via Balsas até destinos de ligação rodoviária (Porto Velho – RO, Belém – PA), processo leva entre 15 e 21 dias
3 BR 319 – Atravessa o rio de Balsa até a cidade de Careiro – AM (1h00 de travessia), depois segue ate Porto Velho – RO. Grande parte da rodovia não é pavimentada, é insegura e intransitável em certos períodos. Em boas condições levariam 7 dias para escoamento

4 Transporte Aéreo, pouco utilizado devido ao alto custo, processo leva entre 3 e 7 dias

5 Escoamento para Interior do estado em 70% dos casos apenas Barcos

6 Escoamento para Roraima, via terrestre pela BR 174.

Como exemplo, veja os modelos usados pela SENSE BIKE:

  • Modelo 1 e 2 como padrão para distribuidoras
  • Em alguns casos especiais, modelo 4
  • Para o estado do Amazonas, nas regiões sem acesso terrestre, modelo 5
  • Roraima, modelo 6

Zona Franca de Manaus

É um modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo governo brasileiro com o objetivo de viabilizar uma base econômica, na Amazônia, por meio de incentivos fiscais, , promovendo uma melhor integração produtiva e social da região.

Compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. O industrial é considerado a principal sustentação. Ele possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico. Entre os produtos fabricados destacam-se: aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros. Já o polo agropecuário abriga projetos voltados à atividade de produção de alimentos, turismo e beneficiamento de madeira, entre outras.

O responsável pela idealização e articulação da criação da Zona Franca de Manaus foi o deputado federal Francisco Pereira da Silva ao propor a Lei Nº 3.173, aprovada no dia de 06 de junho de 1957. Esta lei dava a Manaus, capital da Amazônia, um caráter de Porto Franco ou Porto Livre, que criava uma zona para armazenar ou depositar qualquer produto amazônico e instalava portos na cidade. Mas foi só a partir de 1967 que se começou a incentivar as importações de bens e a formação de um mercado interno na região.

O foco da ZFM é Manaus, mas sua jurisdição ampara também a Amazônia Ocidental brasileira: Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.[2]

Em 5 de agosto de 2014, em sessão solene, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional 83/2014, que prorroga os incentivos fiscais especiais do projeto Zona Franca de Manaus (ZFM) até o ano de 2073. A emenda cria, efetivamente, o artigo 92-A no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal, acrescentando 50 anos ao prazo fixado no dispositivo, segundo o qual a vigência dos benefícios se encerraria em 2023.

A ZFM é gerida e fiscalizada pela SUFRAMA.

Compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. O industrial é considerado a principal sustentação. Ele possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico. Entre os produtos fabricados destacam-se: aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros. Já o polo agropecuário abriga projetos voltados à atividade de produção de alimentos, turismo e beneficiamento de madeira, entre outras.

O responsável pela idealização e articulação da criação da Zona Franca de Manaus foi o deputado federal Francisco Pereira da Silva ao propor a Lei Nº 3.173, aprovada no dia de 06 de junho de 1957. Esta lei dava a Manaus, capital da Amazônia, um caráter de Porto Franco ou Porto Livre, que criava uma zona para armazenar ou depositar qualquer produto amazônico e instalava portos na cidade. Mas foi só a partir de 1967 que se começou a incentivar as importações de bens e a formação de um mercado interno na região.

O foco da ZFM é Manaus, mas sua jurisdição ampara também a Amazônia Ocidental brasileira: Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.[2]

Em 5 de agosto de 2014, em sessão solene, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional 83/2014, que prorroga os incentivos fiscais especiais do projeto Zona Franca de Manaus (ZFM) até o ano de 2073. A emenda cria, efetivamente, o artigo 92-A no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal, acrescentando 50 anos ao prazo fixado no dispositivo, segundo o qual a vigência dos benefícios se encerraria em 2023.
A ZFM é gerida e fiscalizada pela SUFRAMA.

SUFRAMA

A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) é uma autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de Manaus. Tem por responsabilidade promover os três polos da ZFM e identificar oportunidades de negócios e investimentos para a região do Polo Industrial de Manaus e outros setores econômicos de sua área de atuação. A Suframa faz parcerias com governos estaduais e municipais, instituições de ensino e pesquisa e cooperativas, financia projetos de apoio à infraestrutura econômica, produção, turismo, pesquisa e desenvolvimento e de formação de capital intelectual. O principal efeito da Suframa foi a reversão do quadro de atraso econômico vivenciado por Manaus, que hoje é uma das dez cidades mais ricas do Brasil, e a mais rica da Região Norte.

© SUFRAMA divulgação

ABRACICLO

Com 41 anos de história e contando com 14 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no país, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura.

A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais 12 mil empregos diretos no PIM.

Em 1976, quando um grupo de executivos sentou-se à mesa para constituir a ABRACICLO, sob o comando de Bruno Caloi, o veículo de duas rodas predominante no Brasil era a bicicleta. © abraciclo divulgação

Revista Bicicleta

Entendemos e aplaudimos o evento realizado pela ABRACICLO em Manaus, contemplando a bicicleta. O que podemos esperar da ABRACICLO doravante?

© Mário Bock

“A Abraciclo tem o objetivo de se aproximar cada vez mais da mídia especializada, contribuindo com informações úteis e de qualidade e que possam enriquecer o conteúdo gerado pelos jornalistas. A mídia especializada é respeitada pela entidade e tem papel importantíssimo para auxiliar na evolução deste setor de bikes. Iniciativas que colaborem também junto ao poder público no sentido de se expandir e melhorar as ciclovias e ciclofaixas estão também em nossa agenda”.

João Ludgero – Vice-Presidente da Abraciclo

OS ATUAIS ASSOCIADOS DO SETOR BICICLETA:


Caloi, Audax, Sense e OX/OGGI

REVISTA BICICLETA FEZ A SEGUINTE PERGUNTA AOS DIRETORES DAS QUATRO MARCAS:

O que vocês, quais empresários investidores, esperam da ABRACICLO no que tange à amplificação do número de novos usuários de bicicleta, para além do marketing segmentado?

Veja as respostas;

Cyro Gazola – CALOI

“A Caloi espera que a Abraciclo desempenhe seu papel como associação no sentido de fortalecer o segmento de bicicletas, influenciando e desenvolvendo junto às esferas dos governos locais, estaduais e federal, ONGS e outras associações, condições para melhorar a infra-estrutura e o crescimento do ciclismo e no Brasil.”

Tulio Bezerra – AUDAX

“O que já vem sendo feito muito bem, atuando em prol das indústrias de bicicletas instaladas na Zona Franca de Manaus. Apoiando a todas as instituições que visam formentar o uso de bicicletas no laser ou de forma esportiva com segurança, ONGS, Clubes, Associaçoes, outras entidades públicas ou privadas, que seja com patrocínios, orientações ou apoio institucional.”

Daniel Douek – OX BIKE/OGGI

“Como associação, esperamos que a Abraciclo tenha cada vez mais força perante os principais órgãos do governo. Que tenha uma boa relação com todos e que consiga mostrar a importância da bicicleta como um meio de transporte sustentável. Sem dúvida nenhuma temos mais força através de uma associação do que se cada empresa ‘’brigasse’’ sozinha. Essa é a idéia da Abraciclo e acredito que seja exatamente esse o trabalho que ela vem fazendo atualmente. A Abraciclo tem um papel importante no que diz respeito a valorização do produto bicicleta, como esporte, como lazer e como um meio de transporte sustentável e que faz bem a saúde.”

Henrique Ribeiro – SENSE BIKE

“Esperamos que a Abraciclo possa incentivar investimentos governamentais voltados ao ciclismo. Existem grandes investimentos de vários setores voltados ao ciclismo mas muitas vezes não atendem o que de verdade o ciclismo necessita . Acreditamos que a Abraciclo possa fazer este papel de guia especialista para potencializar estes investimentos.”

RIO AMAZONAS

O rio Amazonas possui a maior vazão de água do planeta, e se estende por mais de 6 mil quilômetros. Ele nasce na Cordilheira dos Andes, e em terras peruanas recebe o nome de “Ucayali”. Ao chegar às terras brasileiras, recebe o nome de Solimões, e se torna Amazonas quando converge com o Rio Negro. Nesse encontro, as águas escuras provenientes do Rio Negro não misturam com as do Rio Solimões, que são claras, promovendo assim um bonito fenômeno.

© GUSTAVOFRAZAO / DEPOSITPHOTOS

Ele possui vários afluentes, como o Madeira, Tapajós, Xingu e Içá. Um outro fenômeno que acontece no rio é conhecido como pororoca, uma onda de grande proporção que se forma a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio.
Milhões de pessoas que vivem na Amazônia usam essa grande hidrovia natural. O rio Amazonas possibilita a navegação de grandes embarcações até as proximidades de Manaus, no local onde o Rio Negro se encontra com o Solimões. O transporte hidroviário na Bacia Amazônica atende aos mais diversos aspectos da região; nos afluentes do rio a navegação de embarcações menores é uma atividade comum, principal meio de locomoção naquela região. Ao longo do ano, vários navios de passageiros entram pela foz do rio no oceano Atlântico, navegando até Manaus.

As águas do rio são fonte de sobrevivência para os ribeirinhos, bem como para povos indígenas da região, possibilitando a pesca. A distribuição da população ao longo do rio mostra a sua dependência do transporte fluvial e preferência pelos solos férteis das várzeas. Nessas áreas, a população ribeirinha desenvolve pequenas roças, cultivando principalmente mandioca, que junto com o peixe, faz parte da alimentação diária. As casas são construídas sobre palafitas, para enfrentar a época das cheias do rio.

A biodiversidade da região da bacia amazônica, que abriga a floresta pluvial mais extensa do mundo, é riquíssima, contendo um número expressivo de espécies animais e vegetais. Já se estimou que o Amazonas contém cerca de 2.000 espécies de peixes. Após a sua expedição à Amazônia, o renomado oceanógrafo Jacques Yves Cousteau chegou a dizer que ‘há mais espécies de peixes no Amazonas do que no oceano Atlântico’.

“Nessa matéria nos concentramos apenas nas quatro marcas instaladas em Manaus. Naturalmente existem outras marcas em outras regiões do país, produzindo bicicletas com a mesma qualidade. Alguns exemplos são Soul, Groove, First, etc. Bem como outras marcas do segmento URBANAS.”

Teatro Amazonas

© PORTAL DA CULTURA

Localizado no centro de Manaus, o Teatro Amazonas é o segundo maior teatro da Amazônia, referência para espetáculos regionais, nacionais e internacionais. Com estilo arquitetônico considerado tipicamente renascentista, o teatro é uma das expressões mais significativas da riqueza criada na região no ciclo da borracha. Sua sala de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, e por ela já se apresentaram óperas, operetas, musicais, peças de teatro, shows de cantores líricos e populares, festivais, grupos de dança, bandas, corais e orquestras. Alguns destaques da construção são os ornamentos sobre as colunas do pavimento térreo, com máscaras homenageando dramaturgos e compositores clássicos famosos, como Mozart e Verdi, o lustre dourado com cristais importado de Veneza e a pintura do pano de boca do palco, de Crispim do Amaral, que faz referência ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. A sua cúpula é composta de 36 mil peças de escamas em cerâmica esmaltada e telhas vitrificadas vindas da Alsácia. Os pedreiros fizeram o calçamento das ruas em volta do teatro com paralelepípedos unidos por uma substância à base de látex. Isso inteligentemente abafava o ruído das carruagens que chegavam atrasadas. O teatro possui diversos ambientes, concebidos com diversos materiais, e é considerado o prédio mais importante da cidade, não somente pelo seu valor arquitetônico, mas também pela sua relevância histórica.

A ideia da construção do teatro veio em 1881. Na época, Manaus era uma cidade muito próspera por causa da produção de látex. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do teatro, assim, era uma exigência da época. Foram chamados da Europa arquitetos, construtores, pintores e escultores. A construção começou em 1884, sendo interrompida entre 1886 e 1893 quando foram retomadas pelo governador Eduardo Ribeiro. Finalmente o teatro foi inaugurado em 31 de dezembro de 1896.

O Teatro Amazonas, além de espaço cultural, é um museu, já que é um lugar reservado à memória da cidade de Manaus.

MANAUS E O CICLO DA BORRACHA

Já no início do século XIX, o Brasil exportava borracha. Mas foi entre os anos 1879 e 1912 que a borracha se tornou o produto mais procurado no mercado mundial. Um dos fatores para esse aumento excepcional foi a sua procura para a fabricação de pneus, já que a indústria automobilística crescia cada vez mais. Não demorou muito e quase 200.000 brasileiros estavam trabalhando na extração da borracha, “ordenhando” 80 milhões de seringueiras espalhadas pela floresta amazônica. Assim, em pouco tempo, toda a economia brasileira passou a depender do látex, e na primeira década do século XX o Brasil se tornou o maior produtor e exportador mundial de borracha, chegando a exportar, em 1910, aproximadamente 40 mil toneladas do produto.

© KOKOK-TEWAN / DEPOSITIPHOTOS

O látex, matéria-prima para a borracha, é extraído da seringueira, árvore muito encontrada, e na época, exclusiva na bacia hidrográfica no rio Amazonas. No fim do século XIX, Manaus se tornou o centro de comercialização do látex. Ele era obtido em áreas distantes e trazido para Manaus, de onde saía para a Europa e EUA.

O crescimento econômico da região amazônica resultou em um significativo desenvolvimento urbano. Cidades novas surgiram, e as que já existiam se desenvolveram. Manaus, por exemplo, se tornou referência de riqueza e requinte. A cidade foi remodelada urbanisticamente, recebeu grandes avenidas, rede de esgoto e água encanada, rede elétrica e bondes. Foram construídas casas bancárias e prédios públicos luxuosos. O Teatro Amazonas se tornou símbolo da prosperidade econômica e cultural que a borracha proporcionou.

O ciclo da borracha brasileiro começou a declinar ainda no século XX com o início da produção de borracha na Ásia. O Brasil havia proibido a saída de mudas de seringueiras do país, para manter a exclusividade do produto por mais tempo. Mas isso não evitou o contrabando. Os ingleses levavam vários navios com mudas para o sudeste da Ásia. Essas mudas foram plantadas na região da Indochina, onde a seringueira obteve excelentes resultados. A produção de látex asiático começou a crescer, com menos custos de produção e transporte. Além disso, um fungo começava a atingir as seringueiras no Brasil; as da Ásia estavam livres dessa ameaça. Consequentemente, o preço da borracha brasileira caiu, iniciando a queda do ciclo da borracha, e diminuindo a riqueza da Amazônia.

CALOI

PARQUE INDUSTRIAL – ÁREA ATUAL
33mil m2 de fábrica e 72 mil m2 de terreno

CAPACIDADE PRODUTIVA
Capacidade por turno no ano de 500 mil bicicletas.

Produção atual
2.500 bicicletas/dia

MARCAS DISTRIBUíDAS
Caloi, Schwinn, Cannondale, GT e Fabric

NÚMERO DE COLABORADORES
711

DESDE QUE ANO ESTÁ EM MANAUS
1975

© caloi divulgação

“A Caloi investiu bastante nas últimas 4 décadas em Manaus e estará reforçando ainda mais os investimentos industriais nos próximos 4 ou 5 anos, a fim de garantir sua modernização e competitividade, e para garantir continua capacidade de inovação de produtos para os consumidores brasileiros.

Iniciamos o processo de renovação da marca, que completa 120 anos em 2018. Esta renovação incluiu uma nova logo, novo ícone vencedor aplicado aos produtos, e principalmente um reposicionamento de marca (Caloi – Fabricando Ciclistas) que reforça a importância da cia na história dos brasileiros e no desenvolvimento de ciclistas, entre vários segmentos, idades e usos da bike.

© caloi divulgação

A Caloi tem processos e tecnologia para atender todos os segmentos do mercado. Isto é único. Nos últimos anos com a aquisição pelo Grupo Dorel, tivemos acesso à outras tecnologias e outras empresas e marcas do grupo, que hoje fortalecem ainda mais seus padrões no Brasil. Isto se confirma hoje ao estarmos realizando o desenvolvimento de produtos em conjunto com nossas marcas globais tais como Cannondale e Schwinn. Em 2017 implementamos em Manaus uma complexa linha de produção CKD para os produtos de high-end no Brasil, que hoje permitem a produção de marcas como Cannondale, GT e Caloi.”
Cyro Gazola

AUDAX

PARQUE INDUSTRIAL – ÁREA ATUAL
185.000 m2

CAPACIDADE PRODUTIVA
1.500 bicicletas/dia

Produção atual
500 bicicletas/dia

MARCAS DISTRíBUIDAS
Audax / Houston

NÚMERO DE COLABORADORES
200

DESDE QUE ANO ESTÁ EM MANAUS
2015

“A marca Audax é baseada no mesmo sistema de trabalho de Qualidade e diversificação de componentes mundialmente conhecidos como Fox, Rockshok, FSA, Shimano, Sram, Pneus Continental, Mitas entre outros, equipamentos usados nas maiores marcas mundiais de bicicletas.

João Claudino Junior e Túlio Bezerra. © audax divulgação

Outra característica forte nossa, é a grande quantidade de modelos de Mountain Bike e Speed, quer seja de alumínio ou carbono.

Sendo o nosso objetivo ser uma marca nacional onde o lojista e consumidor final encontre em uma marca nacional produtos para iniciantes ao pedal até o usuário de mais alto nível de desempenho com a bike, o que já está acontecendo com a nossa linha de produtos hoje, e o mercado pode esperar para os próximos anos cada vez mais produtos de ótima qualidade com componentes de muita tecnologia a um preço muito acessível.

Esperamos a curto prazo, dia após dia aumentarmos a nossa participação no mercado nacional. E a longo prazo sermos a melhor marca nacional em custo benefício para os lojistas e consumidor final.”
Túlio Bezerra

© audax divulgação

OX/OGGI

Produção atual
500 bicicletas/dia

MARCAS DISTRIBUíDAS
OGGI/OX

NÚMERO DE COLABORADORES
140

DESDE QUE ANO ESTÁ EM MANAUS
OX está desde 2008
OGGI desde janeiro de 2015

José Cardoso, David Peterle, Isacco Douek e Daniel Douek. © ox/oggi divulgação

“Com muito trabalho, conseguimos fazer uma bike de ótima qualidade, design moderno e preço acessível. Temos um custo benefício muito bom. Além disso, a nossa política comercial faz com que todo o mercado possa trabalhar com o nosso produto, sempre respeitando o preço sugerido. A marca ainda está se desenvolvendo e ainda temos muito para crescer e estamos prontos para isso. A curto prazo esperamos que o consumidor e todos os profissionais da área de ciclismo no Brasil, nos reconheçam como uma fábrica capaz de produzir bicicletas com a mesma qualidade que as principais macas do mundo. A longo prazo, continuar com a mesma proporção de evolução de nossos produtos para que possamos cada vez proporcionar e ver cada vez mais as nossas bicicletas nas ruas do Brasil e quem sabe em outros países também. Queremos ser reconhecidos e estar entre as melhores Bikes do mundo.”
Daniel Douek

© ox/oggi divulgação

SENSE

PARQUE INDUSTRIAL – ÁREA ATUAL
Área total de 35.000 mts com 17.000 destinado ao Sense Ecobikepark e restante para produção. Área construída de 8.000 mts.

Produção atual
250 bicicletas/dia

MARCAS DISTRIBUíDAS
Sense

NÚMERO DE COLABORADORES
85

DESDE QUE ANO ESTÁ EM MANAUS
Desde 2014

© sense divulgação
© sense divulgação

“A Sense possui a combinação perfeita – uma indústria em Manaus focada na produção de quadros de alumínio e a parceria internacional com a Swift Carbon, oferecendo bicicletas incríveis com quadros de carbono. Sonhamos em ser reconhecidos como a primeira empresa que ofertou produtos de padrão internacional, feitos no Brasil. Nosso sonho é estar no mesmo patamar de comparação das marcas internacionais. Para nós, a verdade está no uso das nossas bicicletas e a história da Sense está só começando! Vamos surpreender e pedalar forte!”
Henrique Ribeiro

Manaus

A história de Manaus começou em 1669, em uma aldeia indígena, em torno da Fortaleza de São José da Barra. Essa fortaleza havia sido construída para assegurar o domínio da coroa portuguesa na região. O povoado que se desenvolveu no entorno recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro, e em 1832 se tornou vila. Dezesseis anos depois a vila virou cidade, que em 1856 recebeu o nome de Manaus, que lembra a extinta nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses) que habitavam a região.

Manaus tem muitos atrativos, que vão da complexa biodiversidade amazônica à vida urbana agitada.

Encontro das Águas

A confluência entre as águas escuras do Rio Negro com as águas barrentas do Solimões pode ser vista em um passeio de barco. Esses dois rios correm aproximadamente seis quilômetros lado a lado e não se misturam. Navegando, também se chega ao Arquipélago de Anavilhanas, um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo com cerca de 400 ilhotas, lugar onde se pode mergulhar com botos cor de rosa. Além de chegar em algumas comunidades ribeirinhas, onde pode-se conhecer a cultura indígena da região.

Centro Histórico

Manaus tem um centro rico em cultura e história, com belas construções que remetem ao Ciclo da Borracha, como o Teatro Amazonas. Além disso, conta com variedades para se divertir e conhecer a gastronomia local.

Paço da Liberdade

É um dos mais antigos prédios de Manaus, erigido em 1872. Abrigou a sede do governo da Província do Amazonas, sede do governo do Estado e foi residência de governadores. Desde 1917 é a sede da Prefeitura de Manaus.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Segundo mercado construído no Brasil, foi inaugurado em 1882 e é um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais.

Praia da Ponta Negra

É a praia fluvial mais conhecida de Manaus, e conta com boa estrutura para turistas. Localizada às margens do Rio Negro, fica a 13 km do centro. A sua melhor época é em setembro, quando ocorre a vazante do rio.

Porto Flutuante de Manaus

Bem movimentado, é uma estrutura que recebe uma grande quantidade de barcos e navios de qualquer tamanho, responsáveis pelo transporte de passageiros e mercadorias de Manaus.

Ponte do Rio Negro

Considerada a maior ponte fluvial (suspensa por cabos) do Brasil, com 3.595 metros de extensão. Inaugurada em 2011, ela liga Manaus à Iranduba e oferece uma linda visão panorâmica do Rio Negro.

Centro Cultural dos Povos da Amazônia

Espaço criado para preservar conhecimentos locais, e celebrar e difundir as culturas tradicionais dos povos amazônicos. Conta com espaços para visitação do público, com exposições temporárias e permanentes sobre o cotidiano amazônico. O centro funciona de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Bosque da Ciência

É um ótimo lugar para conhecer mais sobre a fauna e flora da Amazônia, localizado na área urbana da cidade. Conta com diversas espécies ameaçadas de extinção, apresentando ao público animais como o peixe-boi, o jacaré, tartarugas, tucunarés e pirarucus. Aberto para visitação de terça à sexta-feira, das 9h ao meio dia, e das 14h às 16h (fins de semana e feriados das 9h às 16h). O ingresso custa R$ 5.

Comida Típica

Um dos principais atrativos são os vários tipos de peixe: tambaqui, jaraqui, pirarucu. A farinha de mesa acompanha praticamente todos os pratos. Ela é feita com mandioca, outro ingrediente muito comum, e presente no famoso tucupi, caldo de mandioca-brava que acompanha peixes e aves. Outros alimentos típicos são o açaí, o tucumã (fruto de palmeira com textura macia e sabor suave), o cupuaçu, e pratos como o tacacá (sopa de camarão servida em cuia), o pato no tucupi, o baião de dois (arroz com feijão verde ou de corda e legumes).