Eu e meus amigos já rodamos muitos mil quilômetros em cicloviagens pela América do Sul, mas eu lhe asseguro que uma Prova de Audax Randonneurs é diferente e desafiante. No início eu não entendia isso e achava até um desperdício rodar tantos quilômetros sem a diversão de estar pedalando sem hora marcada. No entanto, a coisa foi ficando séria, até que virou uma meta a ser alcançada. Eis, então, o relato da minha primeira e tão buscada prova de Audax Randonneurs 1.000 km.

© Marco A. O. Brandão

Às vezes ouço pessoas dizerem que vão até a padaria de bicicleta e já ficam cansadas. Uma prova de Audax 1.000 km é composta por ciclistas “Super Randonneurs”, ou seja, aqueles ciclistas que já foram até a padaria de bicicleta, já foram até a cidade vizinha, já se aventuraram em um Desafio 80 km, já concluíram um Audax 200 km, um Audax 300 km, um Audax 400 km e depois de terem concluído um Audax 600 km, estavam aptos a participarem da maior prova da série no Brasil.

No Audax 1.000 km, também pode ter uma padaria a ser atingida como meta, porém, normalmente ela se encontra em outras cidades a quilômetros de distância. A prova que participei se passou em Florianópolis, é o Audax Floripa 1.000 km, mas na verdade apenas a largada e a chegada acontecem na Ilha, porque todo o restante do percurso está compreendido nos estados de Santa Catarina e Paraná. Os participantes têm o prazo de 75 horas para concluir o trajeto. “Mas Marco, não tem descanso? Vocês não podem parar?”. Podemos sim, mas o descanso é por sua conta e risco. O tempo continua correndo, ou seja, você tem que definir uma estratégia entre velocidade média e tempo de paradas para não se atrapalhar e colocar tudo a perder. É importante estudar um pouco o percurso e saber onde estão as subidas, além de estar atento e preparado para os imprevistos de percurso.

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Fomos em três amigos de Itanhaém (eu, Paulo e Pakato), e mais dois amigos se juntaram a nós, o Vinícius (de São Vicente – SP) e o Edison (de Santo André – SP), além dos amigos inseparáveis de Bento Gonçalves – RS, o Cassiano, o Fabi e o Rodrigo. Depois da vistoria, encontrávamos e confraternizávamos com muitos outros amigos que fizemos em outras provas. O clima era tenso e alegre ao mesmo tempo. Era a última das dores de barriga, a melhor delas! Eu olhava ao redor e via ciclistas dos mais diversos estados, no clima de alegria e amizade característico e contagiante dessa espécie. Todos ali queriam pedalar 1.000 km e se prepararam o ano todo para isso. Eram 8 h de uma manhã de quinta-feira (16 de outubro de 2014) quando foi dada a largada.

Primeiras pedaladas

Saímos pela ciclovia em direção à Ponte Hercílio Luz. O vento lateral na beira-mar entortava os coqueiros e trazia a promessa de chuva. Estava estreando meu GPS Garmin, que comprei de propósito para usar nessa prova, já que quase perdemos o 400 km e o 600 km por não saber navegar nas curvas e reviravoltas dos últimos 120 km dentro da Ilha de Floripa. Logo no primeiro momento de “perdidos no percurso”, um desvio diferente foi acusado pelo GPS. Ao virar do revés já no caminho correto, ele continuava indicando o erro, então, descobri que não sabia usá-lo ainda. Aos poucos fui me familiarizando com o negócio, mas ainda não éramos íntimos.

Acertado o caminho e já bem dispersos dos outros ciclistas, era hora de atravessar por dentro da ponte e se preparar para definitivamente deixar a Ilha e navegar com a turma que ficou junta. Cada grupo de ciclistas tem ritmos e filosofias diferentes, há os que preferem pedalar solitariamente, ou em duplas, ou trios, ou pelotões. Nós sempre pedalamos como nas viagens de bicicleta, em grupo. Normalmente saímos juntos e chegamos juntos, cada um resolve seus problemas e perrengues com autossuficiência, porém, permanecemos em grupo, é nosso jeito de pedalar, é divertido e motivador. Porém, quando um de nós realmente não tem condições de acompanhar, e a pedalada começa a ficar comprometida, aí sim nos separamos. Raras vezes isso acontece.

© Marco A. O. Brandão

Pontos de Controle

Quando atingimos a BR-101 estávamos em um grupo de oito pessoas, pedalando sentido sul, onde pegamos a saída que indica Santo Amaro da Imperatriz. Nesse começo de caminho está a maior altimetria (subidas), as estradas mais tranquilas e as paisagens mais lindas. É ali também que está o primeiro Ponto de Controle (PC).

Durante a prova, carregamos um passaporte que jamais deve ser perdido ou danificado. Ele é a prova máxima de que você executou e cumpriu corretamente todo o trajeto. Sem passaporte em dia, sem homologação. Ao longo dos 1.000 km existem diversos PC’s, que podem ser físicos, com pessoas da organização carimbando e registrando o seu passaporte, e também podem ser virtuais, como um posto de gasolina ou padaria, por exemplo, onde você deve comprar algo e guardar o ticket, sendo esta a prova de que passou naquele local em determinado momento. Os PC’s têm horário de abertura e fechamento. Não há como burlar isso, e se alguém pensar em burlar, está realmente no lugar errado. Normalmente, em uma prova de 200 km há quatro PC’s, e na prova de 1.000 km são 15 PC’s. Lembra da história de ir de bicicleta até a padaria? Nosso primeiro PC era físico, a Padaria do Anésio, com 63 km pedalados.

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Cenários

Casinhas lindas e bem pintadinhas, muros baixinhos, ausência total de grades ou cercas de segurança, jardins muito bem cuidados, paisagens bucólicas, criações de animais, subidas e boa hospitalidade compreendiam o caminho entre São José e São Pedro de Alcântara. Assim, depois de dar a volta no mapa por essa região serrana, logo estaríamos de volta a Palhoça, São José, rumo ao norte, sentido Florianópolis.

De volta à BR-101, de volta ao trânsito intenso, dividíamos o espaço com os muitos carros e caminhões ao longo do perímetro mais urbano daquela localidade, porém, no decorrer do trajeto já se podia avistar as também lindas paisagens litorâneas de Santa Catarina, onde o trajeto segue costeando a orla, nos pontos da rodovia, e de bicicleta pode-se apreciar a vista do mar quase a todo instante. Depois de nos hidratarmos, estávamos na estrada passando por Biguaçu, Porto Belo e em Tijucas, infelizmente, nosso parceiro Paulo, ardendo em febre e com calafrios, precisou tomar a decisão que ninguém quer em uma prova como essa, prezando pela saúde, ele se viu forçado a parar por ali.

De volta à estrada e tristes pelo amigo, seguimos por Itapema, Túnel do Boi e descemos em direção a Balneário Camboriú. Com 172 km pedalados chegamos ao PC2, na Balsa de Itajaí. O ticket da balsa era nosso registro de passagem, todavia, também tiramos fotos para comprovar.

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Primeira noite

Seguimos sentido Penha e nesse meio tempo o dia anoitecera. Nosso destino (PC) novamente era uma padaria… Com 188 km pedalados, já no início da noite, atingimos a Glória. A Padaria Glória. Ô Glória! Dali para o próximo PC faltavam 82 km e era onde pretendíamos jantar. O tempo armava um senhor pé d’água, os raios já riscavam o céu e os trovões esbravejavam. Deixamos a padaria e depois de 1.000 metros já começaram os pingos mais fortes. Tivemos que fazer uma parada para vestir as capas de chuva, mas ela – a chuva – não perdurou: nos acompanhou por um trecho e ficou lateral, na direção do mar, restando para nós os raios e um vento contra bem desagradável. Com esse tempo, pedalar torna-se mais arriscado, pois os motoristas dirigem com pressa. Com as sapatilhas molhadas, os pés começavam a cozinhar.

De volta à BR-101, Metallica e Iron Maiden formavam a trilha sonora perfeita para não me deixar dormir na direção, enquanto eu tapeava a fome com um pacote de Trakinas. Passamos com frio por Barra Velha, e quando chegamos no Expoville, em Joinville, estávamos a 15 km do PC4, o Posto e Restaurante Rudnick. Depois de lá, só precisávamos nos concentrar e enganar o sono e o cansaço para chegar no PC5. A essa altura, o que nos animava era saber que na próxima parada havia cama, chuveiro e sopa – pelo menos para aqueles que chegassem em tempo de desfrutar desse luxo.

O PC5 era uma Pousada em Itapoá, mas era longe. No caminho enfrentamos uma estrada repleta de caminhões transportando containers, e alguns resolviam dar aquela buzinadaça, acho que era quando o Pakato cochilava e ameaçava invadir a estrada. Enquanto isso, numa parada para desapertar a bexiga, encontramos sanguessugas nas pernas do Rodrigo e no calçado do Fabi; foi engraçado, o Rodrigo logo rebateu: “por isso que eu estava me sentindo fraco”.

Na procura desse PC5, vivemos uma das partes mais irritantes da prova. Antes de chegar à tal pousada, tínhamos que tirar uma fotografia comprovando nossa passagem por um certo lugar. A pousada estava cadastrada no GPS, mas depois de mais de 15 horas, não tem bateria que aguente. Tiramos a tal foto e nos perdemos por duas horas, com fome e cansados, andando pelas ruas de areia de praia procurando uma pousada que nenhuma das duas pessoas que estavam acordadas às 4 h sabia onde era. Alguns xingavam, outros cogitavam abandonar a prova, e eu quebrei o taco da minha sapatilha enquanto batia o pé no chão para tirar aquela areia linda e maravilhosa do meu solado. Infelizmente, não fomos os únicos a demorar a encontrar a pousada, isso gerou um certo desconforto devido às condições físicas e psicológicas em que nos encontrávamos.

Enquanto alguns ciclistas já desciam para tomar um café da manhã, eu me afogava em pratos de sopa. Essas são, sem dúvida, as melhores refeições da vida. Tomei um banho bem ligeiro para então dormir por uma hora. Isso mesmo! Na primeira noite da prova, nós dormimos uma hora. Depois, partimos juntos com muitos que estavam entre os primeiros, porém, com a diferença que eles dormiram mais. O que nos confortava é que, enquanto partíamos, ainda havia gente chegando.

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Segundo dia

O dia amanheceu lindo, de frente para o mar. Antes do PC6 havia um Controle de Passagem na Balsa de Guaratuba, com 374 km. Assim, seguimos sob o sol ardido por um longo trecho e aproveitamos a travessia para dar uma relaxada.

Deixada a Balsa de Guaratuba, seguimos em direção a Paranaguá, por Matinhos, Praia de Leste e Pontal do Paraná. Rumo à BR-277, sentido Curitiba, a placa dizia: “Você está deixando as praias do Paraná”, ou seja, vai esquentar ainda mais e a altimetria vai aumentar. Outra placa indicava 24 km para Morretes, isso significava que o PC6 já estava próximo. Ao avistar os primeiros ciclistas voltando do outro lado da rodovia pude ter certeza.

O PC6 ficava praticamente no começo da subida da Serra do Mar indo para Curitiba, ou seja, Curitiba estava dali a 80 km, e para quem havia largado de Floripa, com 440 km, já estávamos bem longe. Quase todos esses lugares já conhecíamos das nossas cicloviagens, todavia estávamos ali desta vez em condições bem adversas. Depois do bolo de milho, muita água de coco e pé-de-moleque, era hora de retornar no caminho contrário. Se o calor esteve judiando na ida ao PC6, agora era a vez do vento contra acabar conosco. Começou a anoitecer rapidamente e chover: quanto mais nos aproximávamos da balsa, mais forte ficavam os raios e a intensidade da chuva. Depois da travessia, paramos no primeiro e único lugar que nos deu uma opção de janta: não era o que eu queria, mas foi o melhor Xis Calabresa do mundo.

Nosso próximo destino adentrando a noite era o PC7, um posto de gasolina em Garuva. Até lá, enfrentamos novamente uma estrada molhada com acostamento estreito e repleta de caminhões transportando containers. Além do fato desses caminhões passarem nos lambendo em grande velocidade, o sono que se sente ao pedalar à noite, quando o seu relógio biológico não está acostumado, é um grande problema. No PC7 nos despedimos de nossos dois amigos de Bento Gonçalves: o Fabi desistiu com uma distensão na virilha, e o Cassiano com os pés assados e com bolhas causadas pelo calçado molhado. Nosso grupo agora seguia formado por cinco pessoas com destino ao PC8, em Guaramirim. Passamos pela rotatória em Garuva e continuamos enfrentando a noite e o sono. O farol da bicicleta iluminava grandes plantações de arroz. Com 600 km chegamos ao Posto Bruderthal, em Guaramirim, onde aproveitei para comer um Cup Nudles e tirei um cochilo de 20 minutos ali mesmo, no chão da oficina. Ainda na madrugada seguimos rumo à BR-101 com destino ao PC9. Chegamos na rodovia em um trecho bem antes de Joinville, sentido sul. Teríamos 96 km para pedalar até o próximo PC e seguindo com o Bruce Dickinson gritando no meu ouvido, não notei que me separara do grupo. Como acabara de passar pela marginal de um viaduto, não percebi se eles estavam na minha frente ou atrás. Resolvi esperar na ligação viaduto / marginal. Para ajudar, era alta madrugada e o céu resolveu desabar forte. Coloquei uma capa de chuva descartável e resolvi voltar no caminho subindo o viaduto. Depois de algum tempo avistei os faróis da turma e descobri que havia perdido o único furo de pneu da prova. Uma haste de metal entrou no pneu da bicicleta do Pakato e por isso eles ficaram para trás. Nosso próximo destino era a Pousada Estrela do Atlântico, em Balneário Camboriú. Antes de chegarmos lá o dia amanheceu e eu aproveitei para cochilar 10 minutos encostado no alambrado do portão, na chuva. Com o dia amanhecido e com 696 km pedalados, chegamos finalmente na Pousada. Então era hora de dormir, certo? Depois de comer e tirar a lama dos acessórios e roupa, dormi por 40 minutos, e logo estávamos prontos para seguir.

© Marco A. O. Brandão

Terceiro dia

Deixamos o PC9 em direção ao norte da BR-101, onde sairíamos mais uma vez da BR por uma rota que nos levaria à cidade de Ilhota, capital nacional da lingerie e da moda íntima. A cidade é realmente um grande centro de vendas de atacado e varejo do artigo em questão. Meu GPS travou, mas por sorte tínhamos por perto o pessoal de Curitiba, o Marco e o Thiago, e seguimos juntos até o próximo PC. Muito calor marcou nossa chegada com 740 km ao PC10, no Posto Padilha, em Gaspar. Com 768 km, chegamos ao PC11, no Posto Havan, na cidade de Brusque, onde amigos nos esperavam com os marmitex que seriam nosso almoço.

Seguimos rumo à BR-101, onde a terceira noite da empreitada chegou. Com o sono se aproximando, acompanhados da turma de Curitiba, com 805 km pedalados, chegamos ao PC12, no Posto Tigrão. Fizemos mais uma parada rápida, importante e estratégica, pois não seria fácil chegar ao próximo PC enfrentando outra noite mal dormidos. Com um Cup Nudles, água de coco e bolacha, já me sentia preparado para os próximos monótonos 80 km na 101.

Por algumas vezes cheguei a sonhar no guidão da bike, e acompanhado do amigo Rodrigo, acabamos ficando mais para trás. Durante uma das paradas, enquanto estava dando uma cochilada em pé, bem no meio de uma das subidas, outra dupla de ciclistas encostou, e durante a troca de ideias, resolvi aceitar um comprimido de cafeína oferecido pelo Paulinho: foi a última vez que senti sono nessa prova. Passados 10 minutos, disparamos no pedal, e pelo caminho encontramos a turma de Curitiba, e por muito pouco quase alcançamos o nosso grupo no PC13, com 881 km pedalados no Auto Posto Marquinho, em São José, onde aproveitei para cochilar mais 15 minutos. Quando eu digo cochilar, é deitar em qualquer lugar, de qualquer jeito, e simplesmente desligar deste mundo para o mundo dos sonhos.

© Marco A. O. Brandão

Volta à Ilha: o desafio final

Faltando apenas 120 km para concluir a prova e ainda dentro do tempo proposto, para mim era praticamente impossível sentir sono. A essa altura reinava a ansiedade. Só faltava a volta em Florianópolis. A próxima parte do trajeto consistia em adentrar a Ilha sentido sul até o PC14 e retornar para o norte da Ilha até o PC15.

Desistir foi a única coisa que jamais passou pela minha cabeça em nenhum momento. Até porque, quando eu vim para a prova, meu filho Kauan já havia pedido que queria tirar foto com a medalha, e ainda no dia anterior, o Nathan também havia enviado uma mensagem pedindo a mesma coisa: “pai, traz a medalha, eu sei que você consegue”. O único momento em que surgiu a sensação de que o tempo não seria suficiente para nos deixar concluir a prova, foi quando bateu o desespero e comecei a botar a maior pilha na galera e apertar o passo.
Pela primeira vez faríamos o percurso da Ilha sem o Cassiano, sem o GPS do Cassiano, e sem o Fabi. Para quem não é local, o percurso e a planilha a seguir são realmente muito confusos, e nós não andávamos com tempo de sobra para nos perder. Além do mais, de madrugada não se encontra ninguém nas ruas para pedir informações. De qualquer forma, grande parte do percurso já estava na cabeça e conforme avançávamos, íamos relembrando, porém, toda a confiança estava depositada no GPS. Seguimos sentido Armação, logo, estávamos no PC14, com 921 km pedalados.

Seguíamos no sentido norte da Ilha, e o dia amanhecia enquanto percorríamos os principais e mais belos pontos turísticos daquela região, como a Avenida das Rendeiras e o Rio Vermelho. Paramos no Posto do PC15, com 979 km pedalados, tomamos um café da manhã rápido, registramos nossa passagem e partimos para os últimos e mais esperados quilômetros da brincadeira.

No curto trecho de 20 km que compreendia a distância até o local da chegada, encontramos vários outros ciclistas que chegavam conosco. Nós nos olhávamos e caíamos na gargalhada. Sabe quando você está muito feliz e rindo à toa? Pois é. Foi realmente emocionante. Estávamos vivendo um momento muito esperado. O resultado de toda uma dedicação chegava ao fim em forma de alegria e sucesso. Uma sensação de missão e dever cumprido que causava alegria grande.

Pensar que há três dias partíamos daquele lugar, e que de bicicleta estivemos na Serra do Mar, no Paraná, cruzamos de um estado para o outro, atravessamos dias e noites sobre as bicicletas, fizemos uma viagem de 1.000 km e ali estávamos, prontos para contar esse feito… É realmente de tirar o fôlego.

À medida que você se aproxima do objetivo, é inevitável que passe um filme na sua cabeça, de tudo e de todas as dificuldades enfrentadas para chegar ali. Não é só pedalar 1.000 km. É muito mais do que isso. É você sair do seu cotidiano. Sair do seu trabalho, da sua família, dos seus filhos, dos seus amigos. Abrir mão de muitas coisas para se dedicar aos treinos, à saúde, à alimentação. É todo um processo de estabelecer um objetivo, uma meta, manter um foco e determinantemente buscar. É uma lição de vida, um aprendizado e uma satisfação pessoal sem tamanho para a vida toda.