Nas ruas de Nova Iorque qualquer visitante se depara com as situações mais inusitadas. Em todo lugar acontece algo, são ações de um grande centro que não têm limites e que demonstra a junção de muitas culturas. EUA é conhecido como a nação dos imigrantes, talvez este seja um segredinho para tantos e fascinantes acontecimentos nas ruas de Nova Iorque.

Contudo, o assunto desta oportunidade é uma polonesa que apresentou um modelo de bicicleta que não é capaz de andar fisicamente, mas é capaz de gerar muitas reflexões por ganhar a atenção. Em uma praça da cidade nova-iorquina, uma exposição temporária na rua. Uma grande oportunidade para quem esteve no local, viu e tocou! A realidade se confunde com o surreal.

A artista plástica idealizadora do projeto, Alicja Kwade, nasceu na Polônia em 1979, atualmente vive em Berlim, e já expôs seu trabalho em diversas cidades importantes do mundo das artes. Com a bicicleta curva que sugere andar em círculos, a artista desperta o espectador para um mundo “plástico” onde o tempo e o espaço são maleáveis como ideias.

Para o resultado final perfeito, Kwade desmontou completamente a bicicleta Raleigh. Cada peça recebeu uma quantidade certa de “deformação” ao ser remontada, apresentou este efeito de fim ao começo. Para muitos, apenas uma bicicleta impossível de pedalar. Para outros, uma perfeita ideia de ciclos, onde a bicicleta ganha as ruas como a vida, que termina e se recicla. Tudo precisa de início e fim, assim é a evolução do homem, dos materiais que ele usa, também os pensamentos. O mundo não para! Ele é redondo, gira, evolui, se transforma!

A arte é subjetiva, a bicicleta da mobilidade não, mas em algum lugar ambas se encontram onde a vida é realidade. Expressar ideias através de um olhar diferenciado é motivar a reflexão, e tal é necessária ao mundo tão carente! A bicicleta curva de Kwade pode ser muitas coisas… A mente deseja, o homem enxerga. O mundo se transforma ao interesse de uma mente que vive em um momento de brilhantismo. Seria bom acreditar também que a bicicleta em questão cativou não somente os curiosos pela arte, mas sim aqueles que utilizam o trânsito. Nas ruas de uma Nova Iorque, nota-se evolução. Será que tem relação com arte e outras fontes geradoras de reflexão?

A participação de Kwade através do Public Art Fund de Nova Iorque acontece desde 2012. Os trabalhos administrados pelo PAF podem ser vistos em locais diferentes, pois as exposições são dinâmicas. Ocorrem em toda a cidade de Nova Iorque mudando de lugar em lugar, sempre de forma gratuita. O fundo de arte pública é promovido por uma organização sem fins lucrativos, mantido por instituições, corporações e colaborações de pessoas que tem por único interesse atingir um grande número de espectadores. Arte ao alcance de todos… A imaginação humana é um dom divino, requer exercício, atenção e funciona como um alimento para a motivação do mundo.

© Roberto Furtado

Mais em: www.publicartfund.org