O MEDO DE CAIR DA BIKE. COMO LIDAR?

O ciclismo é um dos esportes mais apaixonantes que existem, pois, te coloca em contato com a natureza, te faz sentir aquela sensação de liberdade e ainda te leva mais longe. A bike pode nos levar a lugares que você não conseguiria ir a pé e que de carro, não seria tão legal. Mas, mesmo com todos os benefícios e transformação que a bike nos proporciona, tem uma coisa que pode impedir pessoas de experimentarem ou continuarem: O medo de cair.

E aí eu pergunto: Como você se relaciona com o medo?

O medo faz parte da nossa vida. Medo de se apaixonar, medo de perder o emprego, medo de perder alguém. Mas, esses medos são psicológicos, não nos machucam fisicamente. Agora, cair enquanto pedala combina o medo fisiológico com o medo psicológico.

Como podemos nos machucar fisicamente, temos medo de cair. Também podemos nos machucar mentalmente se compararmos a queda com falha. Quando o medo está fora de controle, nosso foco pode – doentiamente- se transformar em “livrar-se” do medo, em vez de vê-lo como um guia importante para avaliar os riscos em nossa pedalada.

© LuluFive – Foto Guilherme Leporace

O medo é natural. Todos nós o sentimos. Eu o sinto. E por que não iríamos senti-lo?

Sempre digo: É bom ter medo. O medo nos protege e faz a manutenção da nossa sobrevivência. Ele nos ajuda a ter cautela, a minimizar os riscos de cair. Entretanto, não impede e nem evita uma queda. O medo também pode te impedir de correr riscos, mas, ao mesmo tempo, não de proporcionará uma vida significativa. Se quisermos ter uma vida plena, significativa é preciso correr alguns riscos.  E, viver uma vida morna, poderá trazer arrependimentos de grande parte da sua vida.

Você não pode vencer seu medo com apenas um grande passo. Você precisa dar pequenos passos, não apenas para diminuir os riscos de queda, mas também, talvez o mais importante, para aproveitar todo o processo. Pergunte a si mesma: “Quero aproveitar minha pedalada e minha vida, ou só quero acabar logo com ela?” Eu suponho que você escolheria o primeiro, portanto, aborde as quedas da mesma maneira. Pequenos passos ajudarão você a aproveitar mais o processo.

É importante também perceber que cair não é algo que você pode decidir não fazer. Independentemente de você gostar ou não de cair, a queda é uma consequência de sua escolha de pedalar. Cair é inevitável, portanto, em vez de evitá-la, encontre maneiras de adotá-la com responsabilidade.

Aceite o que deseja do pedal, os riscos que está disposto a correr e os que não está. Todos nós temos diferentes composições mentais e físicas. Precisamos conhecer a capacidade que temos para irmos além de nossos limites.

Eu por exemplo: compito profissionalmente / elite então, assumo o risco de cair com mais violência e velocidade. Óbvio que eu não gosto de cair, mas, não é algo que esteja no meu controle, então, se acontecer, lido com isso de uma forma natural. Eu aceitei, eu assumi o risco e agora vou bancar.

Após você calcular tudo isso e perceber que não gosta do sentimento da queda, ou do medo associado a ela, então você decide que não quer cair, mas, isso não significa que você não cairá.

Você deve escolher conscientemente fazer o que está dentro da sua capacidade. Do que você consegue lidar. Faça-se essa pergunta. Eu quero encarar treinos mais difíceis, mais técnicos, ser mais arrojada, mas, estou preparada para uma possível queda? Não há nada de errado com suas escolhas. Todas precisamos aceitar o que queremos da bike e o que estamos dispostas a enfrentar sobre as responsabilidade e consequências dessa escolha.

Depois de uma queda, não fique morrendo de vergonha ou decepção. Não se preocupe com o que os outros vão pensar de você. A primeira atitude é: Levante-se!

Para se levantar é necessário saber os motivos que te fizeram cair. Procure respostas. Admita erros (se houverem), corrija-os. Depois disso, estabeleça um novo plano. Um plano de volta, defina suas bases e siga em frente.

Essa atitude é o que devemos levar não só em relação à bike, mas, na vida! Nunca desista do que te faz bem, ainda que você caia, sempre vale a pena se levantar e continuar.

By LuluFive

© LuluFive – Foto Guilherme Leporace