Os capacetes de bicicleta são itens fundamentais para a segurança nas diversas modalidades do esporte e também no uso da bicicleta como meio de transporte. Atualmente, existem diversos modelos disponíveis no mercado, com características apropriadas para cada função.

Funções do Capacete

Proteção contra traumatismo craniano e lesão cerebral

A função mais básica de um capacete é proteger a cabeça do ciclista contra impactos causados por tombos ou batidas em objetos, que podem resultar em traumas graves com consequências letais.

Proteção contra cortes e escoriações

O equipamento também pode ajudar bastante em trilhas com muitas árvores, situação em que bater a cabeça contra um galho mais baixo é bastante comum – sem o capacete, este tipo de incidente pode causar facilmente cortes na cabeça do ciclista ou até derrubá-lo caso um galho prenda nos cabelos.

Melhoria na aerodinâmica

Em muitas modalidades o capacete também tem a função de melhorar a aerodinâmica do ciclista, como podemos ver em provas de contra-relógio, onde o capacete ajuda a direcionar o fluxo de ar pelas costas do ciclista.

Como um capacete funciona?

Ao contrário do senso comum, o capacete foi feito para quebrar e não para resistir aos impactos. Ao quebrar, ele está absorvendo com bastante eficiência a força do impacto, sem transmiti-la para a cabeça do ciclista.

Sendo assim, é recomendável trocar o capacete sempre que haja qualquer impacto, mesmo que não haja dano externamente visível. Isso acontece porque podem haver micro-rachaduras que vão diminuir a eficiência do capacete em um próximo impacto.

Certificações de segurança

Para garantir que os capacetes disponíveis no mercado ofereçam proteção suficiente para o ciclista, existem diversas certificações internacionais que regulamentam suas características.

Celo de certificação CE

Além de serem testados em impactos contra objetos de diversos formatos, detalhes como a resistência das tiras de fixação, encaixes de viseiras e áreas de proteção também são testados.

Atualmente, existem padrões, sendo os mais comuns o EN 1078, obrigatório na Europa, e o CPSC, padrão utilizado nos Estados Unidos desde 1999. Porém, existem outras certificações como o Snell B-95 e o INMETRO, utilizado no Brasil.

Um capacete pode ter diversas certificações, mas apresentar apenas o adesivo necessário para a região em que é vendido. Ter apenas uma das certificações já é suficiente para garantir uma segurança mínima.

Tamanhos

Utilizar o tamanho correto de capacete é fundamental para obter conforto e segurança. Embora cada fabricante tenha uma especificação, a tabela a seguir funciona em linhas gerais. Para medir sua cabeça, use uma fita métrica passando pelo centro da testa, aproximadamente dois dedos acima da orelha e contorne a cabeça até encontrar a outra ponta.

XS (X-small) / extra pequeno – em torno de 47cm a 50cm de diâmetro

S (small) / pequeno – em torno de 51cm a 55cm

M (medium) / médio – em torno de 55cm a 59cm

L (large) / grande – em torno de 59cm a 63cm

XL (X-large) / extra grande – em torno de 63cm a 66cm

Tipos de Capacete

Cada modalidade do ciclismo exige um tipo de bicicleta e o mesmo vale para seus capacetes. Diferentes modalidades terão benefícios ao se usar o capacete correto.

Capacete “aberto”

© Specialized Divulgação

Usado na maioria das modalidades, o capacete aberto protege somente a cabeça, ou seja, não possuem queixeiras para proteger o rosto.

Alguns capacetes abertos para modalidades mais extremas possuem a parte posterior e as laterais cobrindo uma maior área, aumentando a proteção.

Capacete “fechado” (Full Face)

© Fox Divulgação

Os capacetes Full Face lembram os capacetes de moto, porém, mais leves e com seu uso indicado para competições e prática de modalidades mais extremas como downhill, enduro e free-ride.

Embora muitos possuam a queixeira fixa, alguns modelos podem ter a frente removida – algo especialmente útil para provas de enduro, onde o atleta precisa se locomover por muito tempo antes de entrar em situações de extremo risco.

Além disso, é comum este tipo de modelo ter o formato otimizado para o uso de goggles, que são aqueles óculos maiores vistos em motocross.

Capacete Aero

© Lazer Divulgação

Quase todo capacete de competição possui um projeto que tenta equilibrar a eficiência aerodinâmica com uma maior ventilação, sem alterar o formato tradicional.

Porém, existem capacetes em forma de “gota” usados em triatlo, contra-relógio e velódromo. Nessas modalidades, existe um ganho grande com este formato mais aerodinâmico, que justifica a perda de ventilação e de mobilidade.

Estrutura de um capacete

Casco

© Reprodução Pedal.com;br

O casco é a camada exterior do capacete, normalmente projetada para oferecer alguma proteção contra abrasão ou penetração de objetos, ela tem a importante função de manter o capacete unido em pancadas maiores.

Além disso, ele também ajuda a fazer o capacete “escorregar” dependendo da superfície atingida, o que também diminui a força do impacto.

Nos capacetes mais baratos, essa camada pode ser feita de plástico PET, normalmente moldado e colado ao forro com fitas adesivas. Já nos mais caros, o casco pode ser feita de policarbonato ou outro plástico de alta qualidade, sendo moldado juntamente com o forro do capacete e dispensando o uso de colas, o que melhora o acabamento.

Os capacetes de modalidades mais extremas ainda podem contar com um grosso casco de policarbonato, ABS, fibra de vidro ou até mesmo kevlar para proporcionar mais proteção.

Pala ou viseira

© Reprodução Pedal.com.br

Alguns capacetes de MTB possuem uma viseira ou pala que ajuda na proteção contra o sol e contra impactos em objetos como galhos de árvore.

Forro

Capacetes de bicicleta costumam ser feitos de poliestireno expandido, com o material em sua forma granular sendo introduzida em moldes. Alguns capacetes mais modernos podem contar com reforços estruturais de diferentes matérias como nylon ou até mesmo telas de metal ou kevlar que vão moldados dentro do forro.

Este tipo de construção com reforço interno é fundamental para modelos com grandes aberturas de ar, evitando que eles se quebrem em vários pedaços durante impactos mais fortes. Além disso, o poliestireno pode ser utilizado em várias densidades em diferentes áreas do capacete.

Em alguns modelos, por exemplo, existe uma camada externa mais macia para absorver impactos e uma interna mais resistente. Outros materiais como o polipropileno expandido, o poliuretano expandido e até espumas sensíveis a batidas estão aparecendo no mercado.

Tiras

© Reprodução Pedal.com.br

Normalmente feitas de nylon ou polipropileno, as tiras ou fitas cumprem o papel de prender e ajustar o capacete na cabeça do usuário. Normalmente, possuem várias opções de ajuste e com um fecho que permite a rápida liberação do equipamento.
Para que o capacete funcione de forma correta, é importante ajustar as tiras.

Sistema de fixação

© Reprodução Pedal.com.br

Alguns capacetes contam com elaborados sistema de fixação / retenção que normalmente prendem-se à região ocipital do crânio. Muitos deles podem ser ajustados no aperto e na altura, permitindo que o capacete fique bem preso na cabeça.

Esse tipo de mecanismo serve para evitar movimentos indesejados e melhorar o conforto do equipamento. Além disso, também evita que o capacete se mova um pouco antes do impacto ou num impacto primário.

Ventilação

Por conter centenas de milhares de pequenas bolsas de ar, todos os capacetes são excelentes isolantes térmicos. Por isso, o sistema de ventilação é fundamental para manter o conforto do equipamento.

Atualmente, a tecnologia de ventilação dos capacetes é bastante avançada, saindo de simples buracos e ventilação para sistemas completos de fluxo de ar que prometem até manter a cabeça mais fria do que sem nenhum capacete, caso do Scott Centric Plus testado pelo Pedal.

Acolchoamento

O acolchoamento normalmente é feito de almofadas macias e suas funções são absorver o suor e melhorar o conforto e a ergonomia do capacete. Normalmente elas podem ser retiradas para lavagem e substituição.

Tecnologias Especiais

Atualmente, alguns modelos contam com dispositivos como o MIPS, que reduzem os problemas causados por acelerações rotacionais que podem acontecer quando o capacete atinge o chão em ângulo ao “desencaixar” o capacete da cabeça durante batidas em ângulo.

© Reprodução Pedal.com.br

Alguns modelos de capacete possuem uma estrutura interna que funciona basicamente como um esqueleto. Neste caso, cada fabricante aposta em um tipo de tecnologia para obter o resultado desejado.

© Reprodução Pedal.com.br

A Specialized, por exemplo, utiliza uma estrutura de kevlar que permite construir capacetes mais leves e ventilados que sejam capazes de atingir os parâmetros de certificação, estratégia bem semelhante a utilizada por outros fabricantes.
Alguns capacetes também tem tenologias que prometem espalhar o impacto, utilizando diferentes tipos de espuma e formatos de construção que visam diluir a energia de uma pancada na maior área possível.