A produção de um dos mais humildes meios de transporte virou uma das indústrias mais complexas e integradas do mundo.

A fabricante brasileira de bicicletas elétricas Vela anunciará no domingo sua primeira “smart bike”, equipada com software próprio e um aplicativo que controlará suas funções, de olho em um mercado de dispositivos conectados que poderá ser atendido com a oferta de serviços.

A bicicleta, Vela 2, primeira smart bike do país, segundo a empresa, se conectará ao aplicativo pelo bluetooth do celular do usuário, permitindo que o ciclista ligue e desligue o motor elétrico e visualize os dados de uso em seu smartphone, além de oferecer a possibilidade de alterar os níveis de potência e de consumo de bateria da bike. O modelo também será capaz de percorrer 50 a 60 quilômetros com uma única carga de bateria, ante autonomia atual de 25 a 30 quilômetros.

“A conectividade permite que a gente mantenha uma atualização e evolução constante daquele equipamento”, afirmou o presidente-executivo da Vela, Victor Hugo Cruz, acrescentando que através dos dados coletados pelas bicicletas a fabricante poderá oferecer atualizações por meio de conexão 3G da própria smart bike.

“Através das atualizações a gente consegue mudar a performance da bike, alterar a eficiência, adicionar funções, mudar o modelo de frenagem, mudando o comportamento da bicicleta”, disse Cruz. A Vela também analisará os dados captados pelo equipamento para oferecer melhorias no uso da bicicleta, como implementar novos modos de condução.

A empresa também lançará um serviço de assinatura opcional para os usuários do novo modelo, cobrindo as atualizações, o rastreamento via GPS da bicicleta, e um seguro contra roubos e furtos por 49 reais mensais, e um plano, também opcional, que incluirá a manutenção e reposição de peças da smart bike por 89 reais por mês.

A produção de bicicletas no Brasil deverá crescer 10,8% este ano, segundo dados da Abraciclo. No acumulado do ano ao final de setembro, a indústria montou 703,7 mil bicicletas no país, crescimento de 21,7% sobre o mesmo período de 2018. Deste total, apenas 2.069 bicicletas corresponderam aos modelos elétricos, mas em setembro, dado mais recente da Abraciclo, foram produzidas mais de 400 bicicletas elétricas, número bastante superior as 47 unidades produzidas em agosto.

“O mercado no Brasil ainda é muito novo e carente de opções para o público, menos de 1% das bicicletas são elétricas, enquanto na Europa já são de 40% a 45%”, afirmou Cruz. A Vela conta com 1,5 mil bicicletas circulando na cidade de São Paulo, com a estimativa de vendas para 2019 mostrando avanço de 30% a 40% em relação ao ano anterior.

Em outras frentes, a Vela também está implantando uma rede de recarga rápida das baterias de suas bicicletas na capital paulista, com o intuito de melhorar a infraestrutura de apoio aos ciclistas da cidade.

“Essa infraestrutura traz a facilidade, traz a segurança, gera a demanda pela bicicleta, por uma mobilidade alternativa aos carros e ao transporte público”, disse Cruz.

A Vela 2 será lançada em março de 2020, após passar por um programa piloto de alguns meses. O preço estimado é de 6.890 reais.

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