Com assinatura mensal, aplicativo brasileiro funciona como um Netflix do transporte

Quem usa diferentes meios de transporte em São Paulo precisa ter vários aplicativos no smartphone, um para cada serviço. Uma nova startup brasileira se propõe a resolver essa questão e facilitar a vida dos habitantes da cidade ao oferecer um aplicativo que une carro, bicicleta, patinete e bike elétricas. Chamada Go, a empresa vende planos de 500 reais mensais que oferecem acesso a todos esses meios de transporte. O aplicativo tem versões para smartphones com sistema operacional Android e iPhones.

A startup possui seus próprios veículos e não trabalha com parcerias nessa etapa inicial do negócio. No lançamento, a Go tem 10 carros, 110 patinetes (serão 200 no início de 2020), 20 bicicletas elétricas e 10 bicicletas manuais (estas últimas chegarão a 100 até o início no ano que vem).

Quem assinar o plano de transporte da startup tem cotas de tempo para o uso. Para carros, por mês, são 60 horas. Nos patinetes e bicicletas elétricas, o tempo sobe para 80 horas. E para bikes manuais o uso é livre. Os créditos valem apenas pelo mês de vigência da assinatura, não podem ser acumulados para o mês seguinte.

A atuação na capital paulista deve começar a partir de regiões comerciais, como a Avenida Faria Lima. De lá, a startup traça um raio de atuação de 15 kms, perímetro no qual oferece acesso aos seus meios de transporte. Tanto carros quanto patinetes e bikes precisam ser devolvidos em pontos específicos, não podendo ser deixados nas ruas, como acontece com veículos da Grin, Yellow ou Lime.

A startup foi formada junto aos sócios Francieli Balem (presidente da empresa), Ricardo Scolfaro, Simião Fernandes, Carlo Mantovani, Felipe Alves e Marcus Maid. Em entrevista a EXAME, Rafael Castro, cofundador e gerente de produto na Go, conta que a equipe se inspirou no modelo de negócio visto em Portugal, na empresa chamada MobiCascais, que unifica o acesso a diferentes veículos na vila de Cascais. Para ele, o formato facilita a locomoção urbana. “Os dez minutos que você anda hoje de patinete podem sair até mais caros do que uma viagem de Uber”, afirma Castro.

A empresa contou com investimento próprio de mais de 1 milhão de reais para desenvolver sua plataforma tecnológica e adquirir os veículos. Seu sistema de conexão entre os dispositivos e a central se baseia no conceito de internet das coisas, uma das principais tendências tecnológicas da próxima década. Por conta disso, a startup estima reduzir 70% do custo com software. Com isso, espera conseguir expandir o negócio com o passar do tempo e a aquisição de clientes.

Em 2019, a Go atuará apenas na cidade de São Paulo. A expansão na capital paulista deve seguir ao longo do primeiro trimestre de 2020. No segundo trimestre do ano que vem, a companhia prevê o começo de operações nas cidades de Rio de Janeiro e Florianópolis.

O aplicativo Go, de forma indireta, enfrenta a concorrência das próprias empresas de patinetes e bicicletas, Grin e Lime, bem como a rivalidade de empresas de aluguel de carros via aplicativo, como Localiza, Movida e Hertz Rent-a-Car.

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