Idosos e doentes crônicos pedem ajuda pela internet ou por telefone, depositam dinheiro e grupo de ciclistas vai até as casas para levar as encomendas.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o empresário Renato Rodrigues Pereira encontrou uma maneira de dar sua contribuição para tentar frear o avanço da doença em Ribeirão Preto (SP). De bicicleta, ele entrega, de graça, alimentos e remédios a quem faz parte do grupo de risco e não pode sair de casa.
“Gosto muito de pedalar, e a gente identificou que vários idosos, pessoas do grupo de risco, precisam sair, só que não devem sair, então a gente juntou as duas coisas”, diz.
O empresário, que administra uma locadora de bicicletas, começou a oferecer a ajuda na internet. Ele compartilhou um post no Facebook, com o próprio telefone, para que pessoas que precisassem de ajuda entrassem em contato.
Fazem parte do grupo de risco da Covid-19 idosos, diabéticos, hipertensos e pessoas com doenças crônicas respiratórias, cardiovascular ou renal, além de mulheres grávidas.
É o caso da comerciante Luciana Rodrigues dos Santos, que há semanas evita sair de casa por ser pré-diabética e hipertensa. Com medo de ir à farmácia para comprar o remédio para o controle da pressão arterial, ela soube da iniciativa de Renato e decidiu pedir ajuda.
Do Centro a uma farmácia na Lagoinha, Renato pedalou por cinco quilômetros para comprar o medicamento de Luciana, que realizou um depósito bancário para o empresário com o valor do produto. Muitos quarteirões depois, ele chegou à casa dela e foi recebido com gratidão.
“Obrigada, Renato, pela solidariedade e pelo carinho com as pessoas que precisam. Quando terminar [a pandemia], o cafezinho é por minha conta”, disse Luciana, do portão da casa onde mora no Jardim Palmares. Enquanto o abraço físico não é possível, o gesto de longe demonstra a gratidão da comerciante.
Emocionado, Renato já aceitou o convite para o café e fez questão de deixar claro que, se ela precisar de ajuda novamente, ele está às ordens. Entre uma entrega e outra, o empresário conhece outros ciclistas, que realizam entregas via aplicativos de delivery, e os convida para fazer parte da iniciativa.
“A gente fica muito emocionado. Gostaria de fazer isso para os meus pais, mas eles não moram aqui, então a gente faz para alguém que realmente precisa. Essa é a grande missão da gente”, diz.
