A décima edição do Brasil Ride não poderia começar melhor. A dupla Henrique Avancini e Manuel Fumic (Cannondale Factory Racing) saíram na ponta, vencendo no domingo (20 de outubro) o prólogo de abertura da ultramaratona. Campeões de 2018, o brasileiro e o alemão quebraram o recorde no percurso em Arraial d’Ajuda, com o tempo de 43min48s. Ao todo, 570 ciclistas estão inscritos na décima edição da ultramaratona e representando 23 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Chile, Chipre, Colômbia, Costa Rica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Equador, França, Holanda, Itália, Japão, México, Portugal, República Tcheca, Rússia, Suíça e Venezuela.

Fini e Schelb na disputa © Ney Evangelista

A dupla formada pelo dinamarquês Sebastian Fini e o alemão Julian Schelb (CST Sandd American Eagle) ficou em 2º, com o tempo de 44min39s, e a dupla do português Tiago Ferreira e o holandês Hans Becking (DMT Racing Team) foi a 3ª, com 44min52.

O campeão olímpico Jaroslav Kulhavy, em dupla com Matous Ulman (Specialized Racing), perderam tempo por causa de furos e encerrou na 14ª colocação.

Kulhavy na largada © Josue Fernandez

Com uma trilha reformulada, os vencedores dominaram o novo trajeto, de 19,5 km. “Ano passado as condições eram bem mais pesadas. Tivemos um prólogo com chuva, o que tornou o percurso mais lento. Porém, andamos bem melhor do que em 2018, com a diferença de que, naquela ocasião, o Fumic foi predominante na dupla e dessa vez fomos equilibrados. Chegamos para essa edição bem mais balanceados desde o início. Geralmente no prólogo é onde sinto mais e depois vou crescendo e estou bem satisfeito com a forma que nos apresentamos”, avaliou Avancini. “Ficamos quase um minuto na frente do Fini, que venceu nos últimos dois anos esta etapa. Isso é um bom sinal e mostra que estamos em boa forma”, completou.

“Falei anteriormente que as condições do tempo terão papel importante na briga pelo título e o prólogo foi um aperitivo do que vai acontecer. Teremos etapas brutais pela frente. Foram apenas 20 km, mas é muito bom iniciar bem em uma corrida por etapas. Ninguém guardou nada de energia. Demos tudo e espero que o nosso esforço seja suficiente para, ao fim dos sete dias, terminarmos com camiseta amarela de líder da elite masculina”, disse Fumic.

A campeã brasileira Letícia Cândido © Wladimir Togumi

Entre as mulheres, a atual campeã brasileira de Maratona (XCM) e Cross Country Olímpico (XCO), Letícia Cândido, repetiu a fórmula de Avancini, que também detém os dois títulos nacionais nesta temporada, vencendo a etapa e garantindo o recorde, ao lado de Hercília Najara (Corinthians Audax/Tripp Aventura). A dupla concluiu em 57min11s, com Raiza Goulão e Angelita Parra ( da Corinthians Audax/FSA/CBZ-7C) em 2º, com 59min29s, e Jaqueline Mourão e Danilas Ferreira (Sense Factory Racing/Tropix) em 3º, vom 59min33s.

“Desde o início traçamos uma meta para essa prova de abertura. Não tinha outra estratégia, senão fazer força. Cumprimos isso e nos divertimos durante o percurso. O resultado veio e, por isso, estamos contentes e lisonjeadas. Alegria imensa nesse momento, mas agora temos que colocar os pés no chão porque na próxima etapa teremos 140 km, algo muito desgastante. O estilo do prólogo é realmente o que curtimos. Uma maratona longa será, sem dúvida, desafiadora. Vamos curtir e aproveitar a liderança, porém focar em descansar”, disse Letícia.

“Foi maravilhoso este primeiro dia. Fizemos o reconhecimento e deu para sentir que o prólogo tinha as características que eu mais gosto, exigindo técnica e dificuldades nas subidas. Em trechos mais rápidos, deu para surfar bastante e se divertir”, contou Hercília Najara. “Foi só o começo. Abrimos vantagem, fruto do nosso trabalho e parceria, além do que fizemos na prova. A Letícia é completa e me ajudou bastante. Essa é a ideia. Uma ajudar a outra e dar tudo de si”, concluiu.

Na trilha do prólogo © Mário Jordany

Nesta segunda-feira (21), a 2ª etapa da Brasil Ride será a mais longa da edição de 2019, com 143 km e 2.654 m de altimetria acumulada. O percurso tem partes diferentes dos últimos anos. Os primeiros 12 km são estradões de terra, depois vem um single track apelidado de Avatar, uma unidade de conservação de Mata atlântica, com cerca de 7 km, em local que não é aberto ao público. Na sequência, trechos de estradas de terra longos, com espaços largos com bastante aclive e declive, até o Km 90. Daí para frente é quando voltam a ter os single tracks, além de subidas, já com a vista das pedras no interior da região de Guaratinga. As subidas mais difíceis ficam nos últimos 40 km de prova. Os primeiros colocados devem concluir em cerca de 6 horas, em virtude do tamanho da etapa ter aumentado.

Prólogo – Top 5 elites

Masculino

1- Henrique Avancini (BRA) / Manuel Fumic (ALE) – 43min48s
2- Sebastien Fini (DIN) / Julian Schelb (ALE) – 44min39s
3- Tiago Ferreira (POR) / Hans Becking (HOL) – 44min52s
4- Lukas Kaufmann (BRA) / Konny Looser (SUI) – 45min43s
5- Halysson Ferreira (BRA) / Nicolas Rafhael (BRA) – 45min57s

Feminino

1- Letícia Cândido (BRA) / Hercília Najara (BRA) – 57min11s
2- Raiza Goulão (BRA) / Angelita Parra (COL) – 59min29s
3- Jaqueline Moura (BRA) / Danilas Ferreira da Silva (BRA) – 59min33s
4- Viviane Favery (BRA) / Tania Clair Pickler (BRA) – 1h25s
5- Karen Olímpio (BRA) / Ilda Pereira (BRA) – 1h36s

As etapas

1ª Etapa 20/10/2019: Arraial d’Ajuda
2ª Etapa 21/10/2019: Arraial d’Ajuda – Guaratinga
3ª Etapa 22/10/2019: Guaratinga – Guaratinga
4ª Etapa 23/10/2019: Guaratinga – Guaratinga
5ª Etapa 24/10/2019: Guaratinga – Arraial d’Ajuda
6ª Etapa 25/10/2019: Arraial d’Ajuda – Arraial d’Ajuda
7ª Etapa 26/10/2019: Arraial d’Ajuda – Arraial d’Ajuda

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