As cabras no Paris Roubaix

A organização da Paris-Roubaix decidiu contratar os serviços de quarenta cabras da região para comer a grama que cresce entre os paralelepípedos. As obras são realizadas na famosa floresta de Arenberg e vão até a semana anterior à corrida.

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A Paris-Roubaix é um dos clássicos mais esperados do ano. Um dos monumentos do ciclismo, que conta hoje com cerca de quarenta cabras entre os seus colaboradores.

A ASO, organizadora da competição, lhes confiou a tarefa de comer a grama que cresce entre os paralelepípedos da floresta de Arenberg para que esta seção esteja em perfeitas condições nos dias 8 e 9 de abril, quando a corrida é realizada.

“Esta é a primeira vez que usamos esse método”, disse o designer de corrida da ASO, Thierry Gouvenou, à Cycling Weekly. Assim, as cabras são uma forma ecológica de fazer um trabalho muitas vezes reservado para herbicidas e cortadores de grama.

A iniciativa também visa apoiar a tradição e a economia da região. Para isso, são utilizadas as cabras Poitou pertencentes à instituição Espoir Avenir, que dá trabalho a desempregados. Entre as suas fileiras, contam também com a ajuda de algumas ovelhas Boulonnais.

As cabras comem a grama do Arenberg desde fevereiro. No momento, o rebanho está localizado nos primeiros 900 metros dos 2.300 que este trecho possui.

A escolha de Arenberg como campo de trabalho não é por acaso. A verdade é que aqui a relva cresce mais rápido porque o local está fechado ao trânsito e “também é muito escuro e úmido”, como explica François Doulcier, presidente da Les Amis de Paris-Roubaix (responsável pela manutenção das calçadas).

Além disso, “o pastor diz que as cabras ficam encantadas em fazer suas excursões diárias ao Arenberg”, diz Gouvenou.

A iniciativa começou há mais de um ano, quando a ASO realizou uma reunião no início de 2022 com representantes locais, a comissão florestal e Les Amis de Paris-Roubaix.

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Da reunião surgiram várias ideias para manejar a grama que crescia livremente ao longo dos trechos de paralelepípedos. “Tentamos varrer, usar fogo para queimar a grama e arrastar uma escova gigante atrás de um trator”, disse Gouvenou em comunicado à mídia britânica.

A organização não descarta voltar a recorrer às cabras durante o ano. Tudo vai depender de quanto a grama cresce nos próximos meses. Por isso, Gouvenou aponta que elas poderão ter de regressar “mais uma, duas ou três vezes”.

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