Um barco navega com seus ocupantes por um oceano. Imaginem o que se pode ver ou imaginar em uma destas viagens. Herman Melville enxergou Moby Dick. Amundsen a glória em chegar ao Polo Sul. Amyr Klink, suas grandes aventuras solitárias. O ponto de vista para o mar nos leva à imensidão, à reflexão do pequeno e do eterno chegar… Um avião coloca os passageiros sobre tudo que há na Terra. Paisagens passam com velocidade. As distâncias se encurtam e a chegada se torna rápida. Quando menos se espera, estamos do outro lado do planeta. Júlio Verne percorreu o mundo em um balão. Foram oitenta dias de aventuras e imaginação livres. Hollywood nos leva às mais absurdas guerras e aos efeitos visuais em duas, três dimensões. Um livro, então… Este transcende nossa capacidade de nos movimentar, de estar em um determinado local.

E a bicicleta? Onde uma bicicleta pode levar? Sua força depende de quem conduz. A distância está relacionada à disposição de quem a pedala. Sua fragilidade é aparente frente à dureza da estrada. Ela é capaz de levar carga, dentro de seu restrito limite. Mas, mesmo assim já mostrou o mar para muitos. Levou outros ao céu pelo êxtase de chegar ao destino. Rodou o mundo em oitenta, cem, trezentos dias. Deu solidão, desafio e aventura para quem se propôs.

No dia a dia, leva trabalho, saúde e locomoção para muitos. Faz a alegria de uma criança concorrendo apenas com a bola e a boneca. Suas pretensões são humildes, mas nobres. Pode mudar uma pessoa ou uma sociedade inteira. Traz desafio para quem a encara e prazer para quem a entende. Na sua pequenez, a bicicleta opera milagres. E a sua bicicleta, onde pode te levar?