Passa Quatro é uma estância hidromineral situada ao longo de um verdejante vale, no extremo sul de Minas Gerais. Encravada na Serra da Mantiqueira, numa região conhecida como Terras altas a 248 km de São Paulo, 263 km do Rio de Janeiro e a 436 km de Belo Horizonte, no triângulo dos principais centros econômicos do país.

O nome Passa Quatro foi dado pelos Bandeirantes, pois para se chegar ao pouso, cortava quatro vezes o rio. O rio quatro vezes transposto também ficou sendo o Rio Passa Quatro. Félix Jaques e Fernão Dias foram os primeiros bandeirantes a estabelecer um pouso como apoio para as bandeiras que entravam em Minas.

Em 1822, Saint Hillari, no registro de sua segunda viagem a Minas Gerais, disse: “Desde que viajo na Capitania de Minas, talvez nada visse de mais belo que a região atravessada”.

E ele tinha razão, pois Passa Quatro continua em paz, gozando das vantagens de uma natureza exuberante, um clima privilegiado, uma população simples e acolhedora, e um lugar repleto de estradas e trilhas de mountain bike. É nesse lugar que apresentamos um circuito de 45 km, que é parte de uma das competições mais tradicionais do país, o Power Biker.

Trilha do Rio Acima

O circuito de quase 45 km não é dos mais fáceis, afinal, subida é o que não falta. Mas vale a pena o esforço, pois a paisagem enche os olhos de beleza. O início da pedalada é no Hotel São Rafael, que fica bem no centro da cidade. Seguindo em frente vá em direção ao Bairro da Jurema. Em menos de 2 km chega-se à estrada de terra e logo à frente a cidade parece terminar com o final das casas. Mas aí começa a subida, prepare-se que ela é longa. O início não é tão íngreme. Quando o odômetro marcar 6,90, entre na cachoeira. Se estiver com calor vale a pena entrar. A subida continua e aos poucos a inclinação vai moendo as pernas. Mais adiante começamos a atravessar o bairro conhecido como Sertão dos Almeidas. Procure um bar e faça uma parada para repor as energias. Caso o bar esteja fechado, é só procurar pelo dono que com certeza ele abre. Assim que passarmos por um cruzeiro, observe a linda paisagem do vale onde está a cidade. E a subida continua, sobe, sobe e agora com pedras para deixar mais pesado.

No km 11, quando o fôlego estiver quase acabando, chegamos ao final de parte da subida e damos de cara com um lindo vale, onde a parada é novamente obrigatória. Olhando para esquerda avistamos o Bairro da Jurema e acompanhando a estrada morro acima, não desanime, pois é lá mesmo onde a trilha segue. A descida vem com um grande alívio. No Bairro da Jurema, caso esteja muito cansado, pode-se voltar para a cidade entrando na estradinha à direita (são 12 km). Pela frente, vem o trecho mais difícil, tanto pela inclinação quanto pela quantidade de pedras. Tem que ter muito fôlego e pernas, mas nada impossível. Lá em cima tem a recompensa da bela paisagem e da descida que com certeza virá. E quando ela vem ela vem com tudo. Muito cuidado com o cansaço provocado pela subida, pois é nessas horas que acontecem os tombos. A descida ainda segue pela Vila do Rio Acima – só não passe muito embalado nesse trecho devido aos moradores. O final da descida é em outro bairro bem ao lado conhecido como Serão da Serra Verde. Uma curta subida e um curto trecho calçado com início em frente à igreja do povoado, onde você poderá escolher o bar de mais uma parada obrigatória, pois ali o cansaço com certeza já vai estar batendo forte e ainda nem é o meio do caminho.

Zerando o odômetro bem em frente à igreja, siga em frente, sempre na principal. O primeiro quilômetro é bastante tranquilo, mas assim que atravessar o rio vem pela frente outra subida muito forte e com muitas pedras, além de uma descida bastante perigosa até o Sertão dos Martins. O visual impressiona cada vez mais, principalmente quando estiver atravessando uma floresta de araucárias, um lugar de muita paz e beleza extraordinária. Este é o trecho que indica que a descida está próxima. E 10 km depois de zerarmos o odômetro vêm a tão esperada ladeira. São mais de 10 km de descida até a cidade, um verdadeiro prêmio, pois a paisagem tem uma beleza muito especial, tão bonita “que talvez nada visse de mais belo que a região atravessada”.

Outros passeios:

Floresta nacional – Se estiver com mais tempo, vale a pena pegar sua bike e conhecer a Floresta Nacional de Passa Quatro, a 3 km da cidade, onde há matas nativas. Local pioneiro na criação de trutas arco-íris, oferece também uma grande área de lazer repleta de trilhas e uma linda cachoeira, lagos área de camping e uma biblioteca especializada em ciências florestais e ambientais.

Cachoeira da Gomeira – Uma bela cachoeira de mais de 40 metros de altura.

Túnel Ferroviário – Inaugurado em 1881 por D. Pedro I – Palco das Revoluções de 30 e 32. A travessia do túnel é um passeio interessante. Acesso pelo alto da serra na divisa de Minas Gerais e São Paulo.

Passa Quatro – Itanhandu- Passa Quatro – Uma prolongação do roteiro da Trilha do Verde. Um pouco mais longo e com pouco desnível.

Planilhas das pedaladas disponível no site www.sampabikers.com.br

Como chegar

Para quem vem de São Paulo ou Rio de Janeiro o melhor caminho é seguir pela Rodovia Pres. Dutra.
De São Paulo, entre na cidade de Cachoeira Paulista, saída 39 da Dutra, siga placas de Cruzeiro, Sul de Minas – SP 58. Antes da cidade de Cruzeiro, entre à esquerda, seguindo placas Caxambu e Passa Quatro. Início de subida da serra – 30 km. Na divisa de estados a estrada muda para MG 158.
Do Rio de Janeiro – Entre na cidade de Cruzeiro, km 34 da Dutra, e siga as indicações para Passa Quatro e Caxambu.

Mais informações sobre a visite o site clique: www.passaquatro.com.br

O Sampa Bikers é pioneiro nas pedaladas na região, e realiza também anualmente passeios de mountain bike para grupos fechados na região. Mais informação no site www.sampabikers.com.br.

© Paulo de Tarso
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