OuroTrilha

© Gilberto Rodrigues Gonçalves

Que o estado de Minas Gerais é famoso pela produção de Ouro e pela extração de diamantes todos já sabemos. Para os amantes do mountain bike, Minas Gerais também é conhecida por suas inúmeras trilhas e por receber várias provas muito famosas no circuito nacional.

Agora, o que nem todos os entusiastas da bicicleta sabem é que, em Minas, está sendo desenvolvido um projeto de cicloturismo que promete ter uma das rotas mais bacanas para se pedalar, a OuroTrilha. A OuroTrilha é uma rota de cicloturismo entre Belo Horizonte e Ouro Preto, passando pelas cidades de Sabará, Raposos, Nova Lima, Rio Acima e Itabirito.

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Esse projeto está sendo desenvolvido por dois amigos ciclistas que pedalam desde os anos 80, tendo passado pelo bicicross, pelo moutain bike e, agora, recém-chegados ao 50 anos de idade, buscam estar em meio à natureza, curtindo o caminho com suas esposas e amigos, aliando o prazer de pedalar com a atividade turística e a convivência social.

O diferencial desse projeto é que o objetivo de seus idealizadores é percorrer esse caminho pelo leito do antigo ramal ferroviário (Antiga Linha do Centro), que está abandonado há aproximadamente trinta anos.

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Quando falamos em uma rota de cicloturismo que passa por onde era o caminho das antigas composições férreas, estamos dizendo que a inclinação máxima é de 3% (três por cento), pois os trens não sobem morros. O percurso com baixa inclinação vai fazer da OuroTrilha a rota de cicloturismo mais inclusiva das Américas, permitindo o acesso a todo tipo de ciclista, sendo assim bastante acessível a um grande número de pessoas.

Desde o abandono desta parte da ferrovia nos anos 80, muitos ciclistas começaram a pedalar em trechos segmentados dessa rota, e, no final de 2020, o ciclista Bernardo Comini teve a ideia de juntar esse caminho e, em conversa com o amigo Gilberto Gonçalves, que está desenvolvendo uma plataforma de esportes de aventura e ecoturismo, a THOD – Trip, Hobbies and Outdoors, resolveram que fariam uma parceria para desenvolver o projeto OuroTrilha.

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Uma vez viabilizada essa rota turística, os ciclistas e até mesmo os caminhantes irão serpentear por entre as montanhas com suas bicicletas, passarão através de cortes de pedras, margeando rios, atravessando túneis e pontilhões sem ter ganhos excessivos de altimetria.

Um detalhe muito importante é que apesar de cerca de 85% da rota ser feito por trilhas e estradões, qualquer necessidade de auxílio ao ciclista será facilmente prestada, devido esta rota ligar sete cidades e alguns distritos.

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O ciclista, ao pedalar pela OuroTrilha, vai estar em meio a muita natureza, pois nas cidades e distritos pelas quais atravessa a OuroTrilha existem muitas cachoeiras, paisagens incríveis, uma gastronomia de dar água na boca e muita cultura também.

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A OuroTrilha terá aproximadamente 150 km, que poderão ser percorridos de uma vez, ou para aqueles cicloviajantes com mais tempo, será possível fazer paradas nas cidades, seja para fazer outras trilhas mais técnicas, para banhar-se nas cachoeiras e poder usufruir da acolhedora receptividade mineira, tão apreciada por turistas do mundo inteiro.

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O destino final da OuroTrilha é a belíssima e atemporal cidade de Ouro Preto, que também é conhecida por ser patrimônio cultural da humanidade, com igrejas seculares, hotéis e pousadas para o turista se desligar da correria do dia a dia, restaurantes com a rica gastronomia mineira e mais paisagens naturais para o cicloturista voltar para a casa com as energias completamente renovadas.

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Apesar do projeto OuroTrilha ter o objetivo de aproveitar o leito do antigo ramal ferroviário, atualmente, existem alguns fatores que impedem que os ciclistas possam fazer todo o trajeto.

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Há aproximadamente 25 pontilhões que, após o abandono da ferrovia, tiveram seus trilhos e dormentes roubados, sendo que muitos destes pontilhões estão apenas com a estrutura de concreto e com a parte de ferro, precisando de uma nova cobertura e da instalação de guarda corpo para uma travessia segura.

Algumas empresas e fazendas fecharam parte do leito ferroviário e há muitos trechos com bastante mato fechado e britas (lastro ferroviário) em excesso que dificultam a pedalada.

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Como a OuroTrilha vai passar pelo leito do antigo ramal ferroviário, é indispensável a autorização do DNIT para que os municípios possam fazer as intervenções necessárias.

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A OuroTrilha já tem o apoio institucional dos municípios envolvidos e da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, que já encaminhou um ofício ao DNIT solicitando a autorização para as intervenções necessárias, que serão buscadas através de parcerias com grandes empresas. Apesar da grande relevância para o turismo de Minas, a OuroTrilha também será um fator de desenvolvimento econômico e social para as cidades envolvidas.

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