Um lugar fantástico que nos dá a oportunidade de explorar seus segredos e viajar na ideia de experimentar na prática a mesma sensação que se lê na narrativa da história. Assim apresentamos a série de artigos de cicloturismo “Nas Trilhas da Amazônia”, produzida por Marcos Fróes, que descreve os roteiros a explorar com a riqueza de detalhes que a Amazônia tem e com o cuidado que a natureza merece.

O maior desejo de quem começa uma aventura de bicicleta é voltar contando uma nova história e se permitir aproveitar a liberdade de cada dia em paz, com alegria e amor. Pedalar nos aproxima da natureza, e a natureza da Amazônia nos aproxima ainda mais de nós mesmos quando podemos respirar o ar puro nesse lugar considerado “o pulmão do mundo”.

© Marcos Fróes e Marcio Avinte

Quando se trata de Amazônia, já aconselho a sempre ter muito cuidado e manter o máximo de respeito com a natureza. Por mais aventureiro e experiente que o cicloturista seja, e por mais que conheça os aspectos climáticos, geográficos, históricos e outros detalhes da Amazônia a fundo, é melhor não se arriscar em uma cicloviagem sem estar acompanhado de bons amigos realmente bem preparados fisicamente e muito bem de saúde. Preste bem atenção! A curiosidade nos faz seguir adiante em busca de mais lugares e paisagens deslumbrantes, mas controlar a ansiedade é necessário.

A fauna e a flora da floresta amazônica são questões a serem muito bem analisadas, e isso você já pode começar a imaginar desde agora por se tratar da maior biodiversidade do planeta Terra. As distâncias são longas com exagero, qualquer necessidade de ajuda requer muita atenção, bom senso, paciência e resistência, porque quase sempre levamos um dia inteiro ou mais para conseguirmos resolver pequenos detalhes. Mas pode ficar tranquilo, a ideia dessa série também é repassar várias dicas legais para possibilitar planejar e fazer uma das rotas de cicloturismo.

© Marcos Fróes e Marcio Avinte

Existem vários e vários detalhes a entender melhor para conseguir aproveitar a história e o lugar. Vou ressaltar agora sete detalhes importantes:

  1. “Nas Trilhas da Amazônia” é uma série de artigos de cicloturismo sobre a região norte do Brasil;
  2. A região norte do Brasil é composta por sete estados: Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima;
  3. O maior município do planeta em área está no estado do Pará, dentro da Região do Tapajós, é o município de Altamira. Aproximadamente 1.000 km é a distância entre a sede do município e seu último distrito;
  4. O maior aquífero subterrâneo do planeta com 84 quadrilhões de litros de água, é o Aquífero Alter do Chão, localizado no estado do Pará até o estado do Amazonas;
  5. O estado do Amazonas é o maior do Brasil;
  6. Dentro dos limites da região norte, que inclui toda a área da floresta amazônica brasileira, estão parques nacionais que possuem grande riqueza de flora e fauna, como: Parque Nacional da Amazônia, do Pico da Neblina, do Jaú, do Cabo Orange, de Pacaás Novos, da Serra do Divisor e do Monte Roraima;
  7. O ponto mais alto do Brasil é o Pico da Neblina, no Parque Nacional Pico da Neblina.

Quando pensamos em cicloturismo, provavelmente estamos falando em passar por áreas rurais e estradas que nos levam a localidades. Ao realizar essa atividade, muitas vezes o percurso é difícil, porque as estradas têm muito trânsito e a grande maioria não tem acostamento. Nenhum percurso de cicloturismo é fácil, mas na Amazônia as rotas a serem feitas entre a maioria das cidades são por estradas “sem lei” onde todos seguem o mesmo traçado nas estradas de terra, e “tirar o fino” é inevitável, principalmente pela falta de visibilidade ao ser encoberto pela poeira da terra causada ao cruzar com outros veículos no verão, e no inverno mais ainda por causa da lama que faz com que qualquer veículo (inclusive a bicicleta) siga um traçado “zigue e zague” nas estradas com banhos de lama inevitáveis. O trânsito não é muito agitado, mas exige que você seja um cicloturista “macaco velho” para não causar acidentes e se submeter ao mínimo de incidentes.

© Marcos Fróes e Marcio Avinte

Se você está imaginando um cenário desafiador, é isso mesmo. A gente “come poeira”, também há muito calor e umidade alta, geralmente mais que 80%. Isso faz a gente suar mais ainda, valorizando cada gota de água a todo momento. Mas, como a ideia principal da cicloviagem é curtir a natureza e conhecer lugares, tudo isso vale a pena, porque as estradas são cortadas por muitos igarapés e rios com água limpinha, afinal, estamos falando da Amazônia, que é o maior reservatório de água do mundo.

© Marcos Fróes e Marcio Avinte

Eu nasci na Amazônia e despertei o interesse em conhecer mais e mais, aprendendo um pouco sobre a “minha natureza” para poder motivar outras pessoas a praticarem o turismo. Pra mim existem alguns “grandes baratos” de pedalar dentro da floresta, por exemplo: admirar a altura das árvores ao invés de observar a altura dos prédios; contemplar as cores das flores ao invés de ligar a tv para assistir os horrores; parar para escutar o som do canto dos passarinhos ao invés de ficar na cidade escutando o som alto dos vizinhos; sentir o suor no rosto e o calor da natureza ao invés de estar na cidade em frente ao espelho ou em um salão de beleza; estar no meio da natureza faz a gente se sentir com a vida começando e na cidade a gente sente a vida terminando. Vamos sorrir, porque rir sempre será o melhor remédio! Essas comparações podem ser importantes para que possamos dar uma saída do nosso ninho e respirar novos ares, conhecendo novos lugares.

Mais histórias temos a seguir, principalmente depois de definido o nosso ponto de partida dessas aventuras. Escolher um ponto de partida é um ato interessante, e nada melhor do que estar de bem com a vida e bem no “coração da Amazônia”. O lugar é a cidade de Santarém, localizada na Região do Tapajós (Oeste do Pará). Partiu?

© Marcos Fróes e Marcio Avinte