UMA CICLOVIAGEM PELAS BELAS PRAIAS CEARENSES

Que tal um roteiro de cicloviagem passando 70% por praias, grande parte desertas, com vento favorável e seguindo a tábua da maré? Esse o roteiro desafiador que a empresa The Bike Brasil se propôs a desenvolver e consolidar em seu calendário de cicloviagens.

© Do Grupo

A beleza do litoral cearense é incontestável. Há três anos, o sócio proprietário da The Bike Brasil, Fernando Braga, encantou-se com a viagem entre Fortaleza e Jericoacara e viu ali potencial para uma cicloviagem. O desafio era conseguir fazer o trecho de cerca de 300 km pela areia da praia.

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A tarefa de explorar o terreno ficou por conta do experiente guia cearense Raul Moura, que ao lado de três amigos e sem nenhum apoio, desbravou o trajeto. “Sofremos muito porque não utilizamos a tábua da maré, pois eu só tinha uma data disponível. Por isso, ao invés de 290 km, rodamos 355 km, mais por estradas do que pela praia. Traçamos a rota e identificamos as pousadas e paradas do caminho”, relata o guia.

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Na segunda vez em que fez o roteiro, em setembro do ano passado, Raul já pegou a maré seca. “Aí vi que o caminho era muito mais belo do que eu imaginava”, afirma.

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Roteiro bem desenhado de acordo com a maré

O grupo de ciclistas Batom Bikers Brasília, formado em sua maioria por mulheres, pedalou de Fortaleza a Jeri no final de janeiro de 2021 com o apoio da The Bike Brasil.     

A cicloviagem começa, na verdade, na praia de Cumbuco, já que sair da capital pedalando é perigoso. A empresa faz o transfer desde o aeroporto. São, então, cinco dias de pedal, média de 50 km diários, com exceção do último dia, quando rodamos 90 km até chegar em Jeri.

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O cicloviajante precisa manter o ritmo que a tábua da maré imprime. “O segredo é pedalar na maré 00 para baixo. A maré recua e avança diariamente, mas a gente pega ela no momento mais baixo. A areia é que traz o desafio, por isso é preciso estar em boa forma física. Nosso aliado é o vento, sempre a favor”, informa Raul Moura. 

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O roteiro é bem planejado nesse sentido, permitindo pedalar na areia mais batida por quase todo o percurso. Porém,  trechos de areia fofa, maré enchendo, pedras e buracos em alguns locais exigem atenção redobrada. O sol também é um fator a considerar. Muito protetor solar e bandanas ajudam a enfrentá-lo. O calor é bem suportável, já que o vento o ameniza.

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O carro de apoio, com tração 4×4, segue com o grupo o tempo todo. Além da bagagem, carrega água, gelo, isotônicos, frutas e sanduíches. O apoio mecânico é feito pelos dois guias que, ao chegarem ao destino, lavam e lubrificam todas as bicicletas.  

Praias paradisíacas

O grupo faz pousada nas belíssimas praias de Paracuru, Flecheiras, Icaraí de Amontada e Ilha de Guajirú, além de duas noites livres em Jeri. No caminho, muito mais do que praias desertas, as atrações ficam por conta dos pitorescos cruzamentos em pequenas balsas, a passagem por mangues, o  contato com pescadores e moradores dos pequenos povoados, as centenas de eólicos por toda a costa, o peixe, a água de côco e o encontro com os kite surfistas, esporte preferido devido ao vento forte.

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O dia mais desafiador é mesmo o da chegada a Jeri. Devido à maré cheia na parte da manhã, pedalamos cerca de 50 km no asfalto ao sair da Ilha de Guajirú. Após o lanche do almoço, pedala-se mais 30 km de areia tranquila, porém, da praia do Preá ao Morro do Serrote, na entrada de Jeri, a areia fica mais pesada. Nessa hora, passamos pela famosa Árvore da Preguiça. A subida ao Morro do Serrote é feita carregando a bike por cerca de 1,5 km. De lá de cima avistamos a icônica Pedra Furada. Então, ainda em tempo de apreciar o por do sol em Jeri, chegamos ao destino triunfantes e repletos de belas imagens e experiências.

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Segundo a The Bike Brasil, que inclui no roteiro também as bikes e o transfer de Jeri a Fortaleza, serão oferecidas cicloviagens mensais, nas datas da maré baixa, é claro. Aos que receiam experimentar uma cicloviagem pelas praias cearenses devido à pandemia do coronavírus, Raul Moura enfatiza que o risco é mínimo, pois o passeio é todo ao ar livre, com muito vento e sem aglomeração. “Ao entrarmos em qualquer estabelecimento, o uso da máscara é obrigatório, bem como todas as medidas sanitárias de uso do álcool gel e distancimamento”, garante.

Ana Cristina Sampaio Alves

Instagram @anacris_sampaio

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