Em 2013, fizemos uma viagem de bicicleta por Ladakh, no norte da Índia, onde estão as estradas mais altas do mundo. Ladakh, região encravada no Himalaia, é conhecida como a “Terra dos Passos”. O sufixo “La” significa exatamente a palavra “passo”, ou seja, o ponto mais alto de uma estrada, onde paramos de subir para começar a descer, do outro lado da montanha.

Por muitos anos, o Khardung La foi considerado a passagem de montanha mais alta do mundo possível de se percorrer em veículo automotor, ou seja, uma estrada comum, com trânsito de pessoas e veículos. Com a evolução dos sistemas e instrumentos de medição, essa posição tem sido reclamada por outras estradas da região. O fato é que o lugar se tornou um roteiro tradicional para os aventureiros, que no verão se amontoam no topo do passo para fazer uma selfie junto à placa com a anotação de 18.379 pés de altitude (5.602 metros).

Em nossa viagem por Ladakh, mais que grandes feitos, buscávamos a experiência de pedalar e permanecer entre as montanhas do Himalaia, conhecer suas paisagens, sua gente e sua cultura, ligada diretamente ao budismo tibetano.

Pedalar pelas estradas mais altas do mundo nos trouxe o agradável sentimento de fazer parte da imensidão da natureza, enfrentando desafios que passaram das montanhas para dentro de nós mesmos.

Através das imagens das estradas mais altas do mundo, queremos compartilhar com você, caro leitor, um pouco da experiência única que é entregar-se ao espírito das montanhas do Himalaia.

© Rafaela Asprino

Subindo a partir de Manali, o Rothang La foi o primeiro passo de nossa viagem. Chegamos ao alto com muita neblina, pois, a 3.978m de altitude, é ele que segura a umidade das monções.

© Rafaela Asprino

O segundo passo, Baralacha La, está a 4.890m de altitude. A partir dele, nos sentimos mergulhados nas montanhas do Himalaia indiano.

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Gata Loops não é um passo, mas sim uma sequência de 21 curvas para vencer a grande montanha e chegar ao Nakee La, a 4.739m de altitude.

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Nakee La.

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A partir do Nakee La descemos um pouco e novamente voltamos a subir para passar o Lachulung La, a 5.064m de altitude.

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O Taglang La foi nosso primeiro passo bem acima dos 5.000m (5.328m). Lembre-se que, nesta altitude, poucos metros passam a fazer grande diferença. Não foi o mais alto, mas foi o mais difícil, pois o clima mudou durante a subida, sentimos muito frio e nossas forças quase se esgotaram. Este é o último passo da estrada entre Manali e Leh.

© Rafaela Asprino

Depois de alguns dias de descanso em Leh, estávamos preparados para enfrentar os mais de 2.000m de desnível para alcançar os 5.359m de altitude do Khardung La, num lindo dia de sol. A partir dali, descemos em direção ao Vale Nubra, do outro lado das montanhas.

© Rafaela Asprino

Após uma volta pelo Vale Nubra, retornamos para Leh pelo Wari La (5.310m). De tão pouco frequentado, esse passo não tem nem placa marcando a altitude. Por outro lado, isso nos permitiu acampar em seu sopé, acompanhados somente pelas marmotas e iaques.

© Rafaela Asprino

O Chang La, com praticamente a mesma altitude que o Khardung La (5.360m), foi nosso último passo de montanha na região ao redor de Leh.

© Rafaela Asprino

A partir de Leh seguimos em direção a Kargil, passando pelo Fotu La (4.108m) e pelo Namika La (3.718m).

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Namika La.

© Rafaela Asprino

A partir de Kargil fizemos uma volta e chegamos a Padum, uma região do Himalaia muito apreciada para trekking. No caminho, passamos pelo Penzi La, a 4.400m de altitude, que praticamente separa a área muçulmana (mais perto do Paquistão) da área budista de Ladakh.

© Rafaela Asprino

Para que nossa volta ao redor de Ladakh desse certo, tivemos que continuar por um trekking de 80km, passando pelo Shingo La, com 5.091m.

© Rafaela Asprino

Finalmente, já terminando a viagem, adentramos o Vale Spiti pelo Kunzum La, a 4.551m de altitude.

A experiência vivida em cada passo nos preparava para o próximo, e os desafios físicos nos fizeram buscar a conexão plena entre o corpo e a mente, a matéria e o espírito. E como nos prometeu a placa, lá no começo da viagem, através das duras e espetaculares estradas de Ladakh, pudemos alcançar lugares mais elevados dentro de nosso próprio ser.

O documentário “Ladakh, o pequeno Tibete” está sendo apresentado através de uma websérie no canal do YouTube de Olinto e Rafaela. Para acompanhar a série, inscreva-se em:

http://www.youtube.com/user/OlintoCicloturismo, ou entre diretamente no site www.olinto.com.br

Nos livros, guias e documentários produzidos por Antonio Olinto e Rafaela Asprino, você encontra dicas e muita informação de qualidade para planejar e executar sua viagem de aventura de bicicleta.

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